O que deu errado no Oriente Médio?

O que deu errado no Oriente Médio? Bernard Lewis




Resenhas - O que deu errado no Oriente Médio?


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Cristina117 01/08/2021

Bom.
Bem interessante para conhecer melhor a história do Oriente Médio.
Recomendo para quem curte história.
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m.francisca 26/07/2021

Abalos sísmicos civilizacionais em perspectiva: a massa amorfa anistórica chamada "Oriente Médio"
Bernard Lewis teve no início do século um papel intelectual muito valoroso na elaboração da invasão no Iraque pelo governo Bush. Foi o que o New York Times, à época, consagrou como “A Doutrina Lewis”: uma agenda política que seria implementada pelo governo americano de democratização dos países “islâmicos”, partindo então do exemplo do Iraque, invadido pelos Estados Unidos da América em 2003, um ano após a publicação de O que deu errado no Oriente Médio? e dois anos depois dos atentados do 11 de Setembro. E é com essa missão em perspectiva que Lewis trafega e expõe neste bestseller sobre "o que deu errado no Oriente Médio", o que quer que isso signifique.

No livro, o autor adota termos como “o Oriente Médio” e “os muçulmanos”, em construções como “O Oriente Médio tinha dificuldade” (LEWIS, 2002, p.56) e “os muçulmanos (...) continuavam inibidos” (LEWIS, 2002, p.59); são estas construções “pronunciadas num nível extremo de generalização e quase sem menção às diferenças entre os muçulmanos individuais, entre as sociedade muçulmanas, entre as tradições e eras muçulmanas” (SAID, 2007, p.454). Nesse processo, constrói um Islã quase puro, alheio ao movimento e às dinâmicas sociais e culturais, algo etéreo que pairava sobre o “Oriente Médio” e, extirpados da própria historicidade, ainda paira com os mesmos contornos séculos depois; “uma espécie de pecado original da revelação divina a Maomé que condiciona todo o futuro” (BORTOLUCI, 2009, p.62). Simplificar é, via de regra, escamotear o fundamental. E a primeira tarefa para um historiador evitar a simplificação é tratar os povos estudados como homens e mulheres igualmente complexos à quem os enuncia.


Pensar o que “deu errado” no Oriente Médio sem considerar esta dimensão da dominação dos povos árabes é de fato um aspecto limitador da retórica imperialista. Edward Said sintetiza bem: “A tática de Lewis é suprimir uma quantidade significativa de experiência histórica” (SAID, 2007, p.455). Reduzir a experiência histórica é, também, negar a agência dos povos do “Oriente Médio”, o que permite a promessa de liberdade da “terra dos livres”.
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brunossgodinho 04/09/2015

O que deu errado no Oriente foi o Ocidente
Essa pequena obra de Bernard Lewis apresenta-nos uma visão simples das questões que permearam o Oriente e os povos árabes, mas jamais perdendo a astúcia peculiar do autor. Um dos maiores especialistas em estudos orientais, Lewis demonstra com pontuais usos das fontes os processos e momentos da história em que o Ocidente penetrou na cultura oriental; e, por outro lado, os momentos em que o Oriente abraçou os aspectos culturais (e não só eles) ocidentais. Outra questão chave é a compreensão da religião islâmica nesse jogo de trocas e seu papel central no que diz respeito à equiparação das normais sociais e políticas com as do Ocidente.

Como boa parte de seus trabalhos traduzidos para o português e publicados no Brasil, O que deu errado no Oriente Médio? possui uma característica muito mais de divulgação do que propriamente um trabalho acadêmico. Aliando seu refinadíssimo domínio das fontes históricas com uma aguda percepção do presente, numa linguagem acessível Lewis produz uma obra que leva a história do Oriente e, sobretudo, dos povos árabes e muçulmanos aos leitores casuais.

Embora o autor não entre nas minúcias da historiografia sobre o Oriente Médio, o ponto crucial que essa obra lega ao leitor é que não há forma de se compreender o Oriente pela visão do Ocidente. Deve-se olhar de dentro para fora, para que não se caia no "orientalismo", como apontou o grande Edward Said.
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Isa 20/11/2012

Tentativa de uma resposta para o título do livro.
O que deu errado?
Onde "erramos"?
Quem errou?

O autor cita os variados culpados pela situação do Oriente Médio nos dias de hoje, tudo pela vista dos muçulmanos. O nacionalismo, os europeus, os americanos...
Mas, a grande questão do livro é qual foi o erro do mundo islâmico?
O livro é de 2001 mas é tão atual que 11 anos parecem ser hoje.
Recheado de argumentos que demonstram e colocam a dúvida, se realmente o mundo islâmico decaiu em virtude da modernização (dita, ocidentalização muitas vezes) ou da sua negação à muitas ideias da modernidade?
É o debate... fundamentalistas acreditam na traição ao Islã puro.
Mas, o que faltou?
Será mesmo que o papel de vítima, citado pelo autor, impera no coração dos povos muçulmanos?

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