Marcos5813 20/05/2014
Xadrez, entre a Liberdade e a Opressão
Livro do Daniel Johnson, muito bem escrito e traduzido, diga de passagem, pela editora Record, mostra como o xadrez serviu de instrumento ideológico para o sistema comunista que imperou na ex-URSS entre os períodos que vão da Revolução Bolchevique em 1917 até a queda do muro de Berlim 1989, e o esfacelamento do sistema. No período anterior a Segunda Guerra Mundial o xadrez já era vista como um esporte que representava e maior expressão intelectual humana no campo lúdico, disputado com brilhantismo e artisticamente. Campeões como Adolf Anderssen, Paul Morphy, Wilhelm Steinitz, Emanuel Lasker, José Raúl Capablanca, fazem parte de uma era do xadrez mais romântica, anterior dos holofotes beligerantes das potências mundias que estavam para surgir. Com o já implantado comunismo de estado na Rússia, surge o primeiro campeão soviético, Alexander Alekhine. O período hegemônico dos soviéticos no xadrez perdurará até o século XXI, só sendo interrompido por duas ocasiões, por Max Euwe, dos países baixos, entre 1935 à 1937 e Bobby Fischer, em 1972. O período pós Segunda Guerra Mundial viveu momentos de tensões entre os dois atores principais do cenário político e econômico. De um lado, o capitalismo liderado pelos EUA, que prezava pela liberdade e o livre mercado, do outro, o comunismo de estado liderado pela Rússia e outros Estados que formavam o bloco da URSS. Nesse meio o xadrez é disputado em cada casa do tabuleiro como o esporte intelectual que comprovará quem são os mais aptos para vencerem nisso que é uma mistura de maestria e talento. Livro estupendo!!! Um livro de história e sobre xadrez.