Grace @arteaoseuredor 29/02/20201968 - O Ano que não terminou, de Zuenir Ventura.
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? Gosto muito de Zuenir, fui em uma palestra dele aqui na cidade, onde inclusive ele falou sobre o livro. Ele é muito simpático e de uma simplicidade incrível.
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?1968 começa com o Réveillon na casa dos Buarque de Holanda, onde se reúnem a elite intelectual, jornalistas, atores, onde um tapa do marido na mulher da início, a todos os embates que estão por vir. Zuenir no início fala um pouco das revoluções que estavam acontecendo, a pílula anticoncepcional, mulheres se divorciando, as saias diminuindo, enfim, a liberdade sexual. O teatro e a literatura chocando o público. Só então ele começa a falar sobre movimentos políticos, ele tenta ser bastante jornalístico e imparcial.
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?Falando da Direita e esquerda, é horrível ver a repressão e a censura que já existia bem antes da criação do AI-5, que é criado no final desse ano conturbado. Existia a esquerda organizada e a esquerda armada, engraçado que apesar do liberalismo que pensei sobre a esquerda, uma parte dela não aceitava os homossexuais, o que era o caso de Fernando Gabeira, um personagem real que acho interessantíssimo. Inclusive vamos saber um pouco sobre as atitudes de várias personalidades como Caetano, Gil, Ziraldo, Nelson Rodrigues entre outros.
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?No livro tem descrições de vários atos cometidos pelos militares que te reviram o estômago, a sensação que fica é que em nenhum momento eles pensam no que é melhor para o povo e sim em se manterem no poder. Um livro que não é fácil de ler, principalmente por ser bem jornalístico, mas que vale a pena, saber um pouco sobre a esquerda e a direita e seus atos na época. 1968 termina com a criação do AI-5, e começa a parte mais cruel da ditadura.