@tenbooks10 26/01/2020
O meu primeiro livro desse ano - ‘O Castelo de Yodo’ - é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores que eu já li.
A sinopse da obra escrita por Yasushi Inoue já havia chamado a minha atenção, pois eu sempre quisera ler uma história japonesa da era dos samurais, envolvendo batalhas sangrentas e a paisagem do Japão antigo. Mas ‘O Castelo de Yodo’ conseguiu superar minhas expectativas.
O romance histórico de Yasushi tem como cenário o nada pacífico Japão do século XVI, palco de intrigas e consolidação do modelo militar feudal. A obra, baseada em fatos reais, fica ainda melhor por ter como personagem principal uma concubina, Yodo-dono, conhecida também por Lady Chacha.
A história começa com a queda da família de Chacha, acompanha suas tentativas e das irmãs de reconquistarem algum poder (e mantê-lo, o que era mais complicado), mostrando o seu “casamento” com o homem que destruiu sua família, Toyotomi Hideyoshi - que era então o homem mais poderoso no Japão -, até chegar ao final de sua vida.
Foi muito interessante acompanhar o palco de conflitos bélicos através de uma perspectiva feminina. Além disso, a descrição dos ambientes e dos costumes do Japão Feudal, feita por Yasushi, enriquece ainda mais essa obra.
Algo que eu gostei muito é que, dentre os personagens históricos que nos são apresentados, o autor cita o mais famoso dos mestres da cerimônia do chá, Sen Rikyu. Eu fiquei muito feliz porque já havia lido a respeito dele em ‘O Livro do Chá’. É muito legal quando os livros que lemos se complementam.
No início da leitura de 'O Castelo de Yodo', é possível ter alguma dificuldade para acompanhar os fatos históricos. Isso porque nos são apresentados muitos personagens e os nomes em japonês complicam um pouco. Se achar necessário, recomendo ir anotando os nomes e membros das famílias.
Uma obra sobre ambição, poder, traições, paixões e ciúmes, no Japão do século XVI, não tinha como ser ruim.
Para finalizar, um trecho sobre a incrível Chacha: "Ela era sua mãe, amante, vassala; disposta a morrer por ele. Não aprendeu o ensinamento do primo, de que a paciência é a maior das virtudes.”
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