goethe 18/07/2013
Resenha do Livro
Quem teve o prazer de ler o livro “Mensageiros da Lucidez”, com certeza pôde regozijar das mais puras palavras, absorvendo a essência que emanava do singelo papel – que, pra ser sincero, nem sei como suportou esta obra de peso. O autor soube brincar com as palavras, poetizando seu carinho por elas. Resultado? Uma leitura agradável e instigante, capaz de fazer você devorar o livro com voracidade.
A trajetória do então famoso Anjo sem Asas é posta à prova. Ele rejeita o prazer celestial em busca de um significado a mais para sua existência. Desce ao infortúnio terrestre e recebe uma missão: encontrar os Mensageiros da Lucidez, indivíduos puros de alma e coração, para que assim a humanidade possa reverter seu declínio. O livro, com riqueza de detalhes, passa a narrar seus caminhos tortuosos para encontrar os mensageiros, delineando as dificuldades de levar lucidez aos homens impuros.
Diferente das obras do nosso queridíssimo Carlos Monteiro, que conhecemos aqui no Regozijo do Amor, seu trabalho em compor a sinestesia do livro pauta-se principalmente em aprofundar-se nas mais profundas confabulações internas das personagens. Dessa forma, colocamos nossas impuras mãos nos cortes mais sangrentos da alma do Carteiro das Lamentações, temos a louca vontade de acolher o pequenino Gato Ingrato em nossos braços, nos emocionamos com a perturbada vida do Profeta, nos enriquecemos de um sentimento inexplicável ao ver o João Alguém se erguer de seu antro, e seu amigo, o Garçom, a servir-nos suas mais belas indagações. A harmonia em que estes personagens estão ligados é de uma demasia surpreendente.
O que mais pôde me surpreender, sem dúvida, foi as repostas divinas para cada personagem. “[...] Mas garanto que toda sua jornada foi um sonho sem vida, e pretendo ajudar-te a viver teus sonhos. Hoje, tua missão vai ser o que não conheces. Se acreditas teres sofrido, eu pretendo aniquilar tua dor…”. Trechos como este, compõe uma gama de artifícios que podem fazer os mais fortes corações transformarem-se em instrumentos machucados pela emoção, pois assim como diria nosso afortunado Anjo sem Asas, “percebi que sou um vidro quebrado, e meu coração, são os cacos…”.
Todas as respostas dadas por Deus são compostas de uma forma tão pura, que mais parece que o livro, apesar de ser em primeira pessoa, fora escrito de vários pontos de vista. Do ambiente externo, o mundo impuro; do modo novato do Anjo sem Asas em enxergar a situação decadente da humanidade; dos mais longínquos detritos das almas de nossos queridos Mensageiros; e do mais especial, as cartas entregues para cada personagem, que, compostas de um modo inefalável, abraça-nos como o toque suave de uma criança.
E o que também fez tudo dar certo fora o fato de seu autor, Carlos Monteiro, acabar de sair da cozinha das palavras com sua primeira obra, uma mercadoria valiosa e livre de quaisquer influências. Podemos notar perfeitamente que tudo que está predisposto em nossos olhos emanou dos mais ricos riachos de sua imaginação, sem interferências de terceiros, sem valimentos de críticos e de outros escritores. Os Mensageiros da Lucidez vieram ao mundo através do ventre de uma moça virgem, um primogênito tão especial que ainda promete guardar novas emoções com a trajetória inacabada do Anjo sem Asas.
O livro sabe tocar a alma de quem lê e consegue terebrar o mais profundo de nosso consciente, compondo uma harmonia dançante de pedras preciosas que sedimentam-se na contundente causa dos portadores da Lucidez. Um conjunto de palavras confortáveis, obras construtivas e mensagens inspiradoras, estão por sua vez, a ganhar o maior destaque na obra, elucidando e tornando óbvio o mais ilógico paradigma que assola o leitor no momento em que o mesmo está a aventurar-se na maresia dos detalhes impressos com o toque suave da pena compositora.
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