Gilberto bem perto

Gilberto bem perto Gilberto Gil
Regina Zappa




Resenhas - Gilberto bem perto


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Kell Anias 03/05/2020

Gil é a Tropicália viva
Ao terminar de ler o livro sobre a vida de Gil, desde de sua criação até os seus setenta e poucos anos, me surpreendi por não saber nem 40% da sua importância no processo democrático e libertário do nosso País, da nossa Cultura.

Gil é aquele vô, que todo mundo gostaria de ter tido, é uma mistura de bondade e memória viva. Acredito que nos dias de hoje, principalmente, temos muito o que aprender com o que Gil tem a nos ensinar, através de sua trajetória e sua luta.

Sinceramente achei o livro um pouco cansativo e não curti como é feita a cronologia, acho que em certos momentos se torna um pouco cansativo, ainda mais quando se retoma novamente um assunto que já havia sido tratado lá trás.

Mas estou aqui para dizer que ter lido sobre Gil, me fez entender mais sobre o Tropicalismo, sobre a importância da Educação. Do acesso a Cultura para todos os Brasileiros.

Achei uma frase sensacional, que quer passar a mensagem de que a Cultura não é algo palpável, ou só, o que grandes Artistas, dizem ser cultura. A cultura é o que a própria população cria de acordo com sua vivência, suas raízes. A cultura não é e nem pode ser produzida só pela classe média, ou elitizada, a cultura é pertencente a todas as classes! Existe cultura nas periferias, nas pequenas cidades, existe cultura onde há gente! A cultura não tem distinção!

Talvez se pararmos de babar tanto, falando da cultura de outros países e procuramos compreender a história da nossa própria cultura. A riqueza que existe em todo esse universo. Vamos passar a dar mais valor para o que temos! A nossa diversidade cultural, continua sendo uma das maiores no Mundo, e merece seu lugar de destaque!

Confesso que horas achei muito difícil de entender, alguns de seus poemas, discursos ou frases. Afinal é tanto conhecimento e inteligência reunida em um mesmo ser, que a intelectualidade dele me assusta haha

Gilberto Gil, foi Rock, foi Jazz, foi Bossa, foi Baião...Quem ler o livro, vai entender o que eu quero dizer.

E para finalizar, escolho um trecho de uma música que me traz esperança, ainda mais nesse momento que vivemos no mundo!

?Andar com fé eu vou...Que a fé, não costuma faiá?... - Andar com Fé de Gilberto Gil
Melissa 02/01/2022minha estante
E como a formação dele em casa, com os ensinamentos da sua avó, fez diferença! Uma escola além do seu tempo!




Luis 15/05/2014

Louvação
Vou fazer a louvação, louvação,louvação,
Do que deve ser louvado (...)
Louvando o que bem merece,
Deixo o que é ruim de lado.

Em quase 50 anos de carreira, Gilberto Passos Gil Moreira ainda carece de ser plenamente entendido. O discurso do amigo, parceiro e gêmeo musical Caetano Veloso, no Festival Internacional da Canção de 1968, já apontava para a complexidade da panela musical do baiano (“Gil fundiu a cabeça de vocês !!!!”). “Gilberto bem perto” (Nova Fronteira, 2013), de Regina Zappa em co-autoria com o cantor, tenta destampar essa panela fornecendo ao leitor um amplo panorama da vida e da carreira de um dos mais inventivos artistas do mundo.
Gil é um especialista em desmontar estereótipos. Para começar, sua própria origem contraria o senso comum, algo preconceituoso, de que o artista negro e nordestino é quase sempre fruto da miséria e da falta de oportunidades. Nem sempre é verdade. O pequeno Beto, por exemplo, nunca foi pobre. Filho do médico José Gil Moreira e da professora Claudina Passos Gil Moreira, pertenceu ao que se chamaria hoje de classe média alta, convivendo entre o sertão e a capital, o que seria significativo em seu trabalho, prenhe da dicotomia ruralidade/modernidade.
Logo no começo dos anos 60, cursou administração de empresas na Universidade Federal da Bahia. Já por essa época, a paixão pela música havia se instalado, primeiramente, com a devoção à Luiz Gonzaga, que “inventou” o novo ritmo nordestino que ganharia o país a partir dos anos 40, o baião. Não por acaso, a sanfona foi o primeiro instrumento de Gilberto Gil. Em seguida, assim como quase todos de sua geração, foi nocauteado por João Gilberto e sua indefinível batida de violão, iniciando ali o seu caso de amor com o instrumento, mais tarde extensivo à guitarra elétrica e suas múltiplas possibilidades.
Aprovado para uma disputada vaga de trainee na Gessy Lever, Gil muda-se para São Paulo, o que propicia o contato direto com a vanguarda artística atuante na capital bandeirante. Não demoraria a abandonar a promissora carreira de executivo para trilhar os caminhos, muitas vezes tortuosos, da seara musical. Das primeiras experiências até a explosão no mítico festival da Record de 1967, plataforma de lançamento para “Domingo no Parque”, foi quase um salto, alçando Gil à uma das posições de liderança da arte contemporânea da época, que culminaria na Tropicália.
O período do exílio londrino, a volta ao Brasil e o experimentalismo pop que marcariam a sua obra até os anos recentes, também nos dão a dimensão da pluralidade da sua produção, flertando com o rock, em outros momentos com o reggae, voltando às origens com o baião e revisitando a “velha” bossa nova. No fundo, nunca deixou de ser um tropicalista.
O livro conta essa história a partir de um olhar de dentro, que não chega a ser autobiográfico, mas, tendo sido gerado nas hostes de Gil, está impregnado das suas versões dos acontecimentos. É mais um depoimento e menos biografia objetiva. Menos objetividade jornalística e mais interpretação. Não que isso deponha contra a obra, mas é evidente certo alinhamento às ideias defendidas recentemente pelo grupo “Procure saber”, do qual Gil era um dos expoentes. Em suma :As amargas, não.
Prova disso é o silêncio em torno da polêmica do show do Reveillon de 1996, em que Paulinho da Viola, embora tenha se apresentando ao lado de Gil, Caetano, Chico, Gal e Milton em uma homenagem à Tom Jobim, recebeu menos que a metade do valor pago a seus colegas. No tiroteio verbal que se seguiu, Paulinho e Gil romperam relações, reatadas alguns anos depois, e Gal abortou um disco dedicado ao repertório do genial compositor portelense.
Outro senão de “Gilberto bem perto” é a preocupação quase constante de legitimar a atuação política do artista, sobretudo em seu período à frente do Ministério da Cultura. Há inclusive a reprodução integral do discurso de posse e de algumas outras manifestações oficiais do então Ministro. Não precisava.
De todo o modo, o volume da Nova Fronteira talvez seja o trabalho que, em letra de forma, melhor avança no desafio de entender e explicar o mix permanente da multifacetada obra de Gilberto Gil. Ainda que sob esfera permanente de louvação, afinal, entre erros e acertos, nada do que realizou, pode deixar de ser louvado.
Arsenio Meira 16/05/2014minha estante
Na medida Luis!
Gil, que devota um grande amor pela obra de Gonzagão, o que explica, em parte, sua origem sertaneja, formou-se em Administração de empresa e chegou a trabalhar numa Multinacional nos anos...60, em São Paulo.

Torquato Neto, que se suicidou com pouco mais de 30 anos ou até menos, no início dos anos 70, foi seu companheiro de geração e de jornada, e certa vez preconizou: ?Há várias maneiras de se cantar e fazer música brasileira, Gilberto Gil prefere todas.?
Torquato tinha razão. E sobre o preconceito, há um rock do Gil que é uma porrada contra todo e qualquer preconceito. É o rock do segurança, extra II: " O segurança me pediu o crachá / Eu disse: nada de crachá, meu chapa / Sou um escrachado, um extra achado / Num galpão abandonado, nada de crachá ! ..." E por aí vai.
Muito bom ler suas resenhas.
Abraços
Arsenio


Luis 18/05/2014minha estante
Arsênio, obrigado pelo comentário. O Gil sempre foi uma referência musical minha, desde que eu tinha 15 anos e descobri, na casa de um amigo, os seus discos da fase 67-70. As letras, a postura e o diálogo permanente com todas as vertentes da MPB, como explica a citação do Torquato, que você lembrou muito bem, são um farol na nossa cultura. Esse livro é um bom retrato dessa trajetória. Abração meu amigo e obrigado mais uma vez.




alvarengamarina 14/04/2021

Que pessoa incrível
Esse livro para mim enfatizou a importância de Gil para o país. Admiro ainda mais sua pessoa.

Eu particularmente ao ler uma biografia, prefiro as autobiografias, gosto dos detalhes, das explicações de bastidores, dos sentimentos. Esse livro tem um pouco, mas esperava mais.

O livro tem esse tom de trabalho acadêmico, o que reforça a veracidade e importância, mas acaba deixando a leitura arrastada e cansativa.
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Michele.Santiago 18/03/2019

Preto rei
Biografia é um dos meus gêneros prediletos, e essa sem dúvida é maravilhosa. Além de narrar a vida e obra do grande Gil, traz detalhes e dados de um período importantíssimo de nossa história como nação, a Ditadura civil-militar. Uma ótima indicação para quem é fã de Gil, Gal Caetano...e também para quem gosta de História do Brasil.
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teresac.diasoli 01/06/2015

Quase uma auto biografia
Com muitas fotos ótimas, que vão da infância ao ministro, essa biografia trata mais da vida pública de Gilberto Gil e conta com maravilhosos discursos da sua época de MinC. Grande parte da vida privada de Gil contada nessa história serve para ilustrar a composição de alguma música. Apesar de nenhuma novidade, vale como documento desse grande personagem brasileiro que é reconhecido no mundão.
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Marcus Vinícius Sales 21/02/2016

Sem grandes revelações, sem maiores bastidores
É um bom livro. Tem um começo bastante inspirado, recheado de detalhes relativos à infância do jovem Gil. No entanto, à medida que as páginas vão passando, pode-se perceber que a autora (ou a edição) se apressou e não tinha a menor pretensão de entregar ao leitor e interessado na vida e obra de Gilberto Gil, detalhes sobre momentos de sua trajetória, verdadeiras novidades, revelações de bastidores. Há mais do mesmo, muito do que já há muito saiu na imprensa.
Um pouco frustrante, mas vale a pena dar uma conferida.
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Fabrício Franco 05/12/2022

Almanaque dentro da intimidade consentida
Assinado pelo cantor e compositor baiano, com a jornalista Regina Zappa (provável responsável pelo tom jornalístico do texto), o livro foca Gilberto Gil pelo olhar oficial, sem ultrapassar o limite da intimidade consentida. E é esse olhar que distancia Gil do leitor numa biografia ironicamente intitulada "Gilberto Bem Perto". A edição evoca o formato de almanaque por expor muitas fotos (várias em páginas inteiras) ao longo da narrativa, cortada ainda por pequenos quadros com temas sobre  construção de algumas de suas letras. A reprodução de depoimentos antigos, de Gil e de nomes como Caetano Veloso (falas extraídas de entrevistas a jornais e a revistas), contribui para alimentar a sensação de uma colagem elegante de dados, mais do que propriamente investigação da trajetória humana e artística do biografado. Enfim, o livro pode até contentar quem pouco ou nada conhece sobre a vida de Gil. Estão lá relatos da infância vivida na bucólica Ituaçu, das viagens lisérgicas na época do forçado exílio londrino, da atuação política no Ministério da Cultura e do encontro afetivo e profissional com a empresária Flora Gil. Escrita sem alma e sem paixão, "Gilberto Bem Perto" desce leve como um domingo no parque. Para os interessados no artista, vale mais ver a série "Família Gil", que celebra os 80 anos de Gil.
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