Em breve tudo será mistério e cinza

Em breve tudo será mistério e cinza Alberto A. Reis




Resenhas - Em Breve Tudo Será Mistério e Cinza


9 encontrados | exibindo 1 a 9


milene 01/03/2024

É evidente que o autor realizou uma baita pesquisa para escrever esse livro, que é um romance histórico repleto de detalhes. Como amo o gênero, foi uma leitura tranquila. No entanto, algumas coisas na narrativa me incomodaram, como o modo que certos assuntos sensíveis são retratados e os diálogos rasos, em especial nas primeiras páginas. Apesar disso tudo, é inegável que o livro tem seu mérito, principalmente no que diz respeito ao delineamento dos costumes do povo que vivia no Brasil no século XIX.
comentários(0)comente



Fernando.Dias 17/10/2020

Grata surpresa
Demorei alguns anos para tomar a decisão de ler este livro. Obra de estreia, com mais de 500 páginas, de um autor cuja longa carreira acadêmica pouco tem a ver com literatura ou história. Estimulado pelo confinamento social e por uma promoção num site de vendas, resolvi deixar os preconceitos de lado e dar uma chance ao Sr. Alberto Reis. E qual não foi minha surpresa ao descobrir que se trata de uma excelente obra literária. Escrita elegante, fluída, trama bem montada e muitas informações sobre os costumes da época, tanto na capital como no interior das Minas Gerais. Algumas pontas soltas e um final mediano, mas nada que tire o brilho desta ótima ficção histórica brasileira.
comentários(0)comente



Amanda.Cristina 08/04/2020

Inesquecível
Desde o começo me senti como se estivesse lendo um clássico, li logo de cara 100 páginas, depois acabei demorando para terminar a leitura por conta do trabalho e compromissos, mas lembro que me pegava em vários momentos pensando na história e querendo chegar logo em casa para ler só mais um pouquinho. Um livro excelente e inesquecível!
comentários(0)comente



Letícia 12/02/2020

Romance histórico
Em 1825 uma família francesa migra para o Brasil com o objetivo de caçar diamantes em Minas Gerais. Além de narrar os perrengues e o choque cultural, o livro também descreve a mineração de ouro e diamantes no BR, fala sobre as disputas de poder entre famílias influentes, comenta revoltas políticas violentas que rolaram no período e expõe os horrores da escravidão. 
Algumas cenas incomodam pelo racismo, machismo e homofobia... porém demonstram o "normal" da época.
Tem intriga, traição, mistério, reviravoltas, momentos engraçados e crítica social. Gostei :)
comentários(0)comente



Biblioteca Álvaro Guerra 08/01/2020

Neste notável romance de estreia, um narrador irônico e politicamente incorreto conta a história dos Dumont, casal de franceses que se muda para os grotões do Brasil a fim de enriquecer com a extração de pedras preciosas. No outono de 1825, o jovem joalheiro François Dumont e sua mulher Honorée abandonam o conforto da vida em Paris para embarcar numa viagem incerta rumo à Demarcação Diamantina, em Minas Gerais. Com o intuito de escapar das sombrias ameaças que pairam sobre sua família e alcançar uma prosperidade impossível em seu país de origem, François planeja enriquecer com a mineração de diamantes. Na jornada até o sertão mineiro, os imigrantes franceses deparam com uma bizarra sequência de presságios e encontros singulares. Avisados pelas autoridades locais de que a autorização para extrair diamantes nunca seria concedida a estrangeiros, os Dumont vão em busca do ouro mineiro, sem imaginar que as escaramuças da infame política local, dominada pelas famílias Silveira e Caldeira Brant, poderiam arruinar seus sonhos. A aventura dos franceses ainda se entrelaça à jornada de um casal de escravos, Marcos e Rosa. O jovem negro, seguido de sua fiel companheira, enfrenta as mais adversas condições para honrar um juramento feito em seu nome. Neste surpreendente romance de estreia, um narrador politicamente incorreto conduz o leitor aos grotões do Brasil, apresentando personagens e cenários numa prosa bem calibrada entre ficção e realidade. Transitando pela narrativa irônica, burlesca, trágica e solene, Alberto A. Reis traça um panorama bem-humorado da sociedade mineradora do sertão de Minas Gerais no início do século XIX.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535923124
comentários(0)comente



Thais 11/09/2018

Gostaria de mais ficções deste nível sobre a história do Brasil.
Excelente romance mesclando ficção, história, drama, suspense, humor, enfim, um pouco de cada gênero. O pano de fundo - a exploração de ouro e diamantes na região onde hoje é a cidade de Diamantina. A leitura me surpreendeu: as personagens cativam e são críveis, a trama envolvente, vamos sendo apresentados aos costumes da época e a temas como escravidão, machismo, xenofobia e política de maneira natural, sem ideologias ou manipulação. Acabei o livro torcendo para que o autor não fique somente nesta obre de estréia.
comentários(0)comente



Ellenzinha 21/03/2017

Excelente romance histórico
Livro fantástico, faz jus ao gênero romance histórico, o autor aborda de forma detalhada e nao enfadonha aspectos importantes da cultura, hábitos e costumes da demarcação diamantina em Minas Gerais na época da corrida pela exploração de diamantes e ouro.
O Livro como o próprio nome diz é envolto em mistério, muita intriga, ganância, hipocrisia e humor.
A história não se limita aos protagonistas: o casal de franceses François e Honoree, pelo contrário, do início ao fim do livro conhecemos personagens novos e importantes para a trama, alguns aparecem em mais de um momento so livro e outros somem sem contanto prejudicar a trama... sendo todos importantes para o desenrolar e culminacia da história, o título do livro aparece apenas nas últimas páginas da história, fato que deixa o leitor curioso até as últimas páginas.
Diante de tudo que foi exposto, embora o livro tenha 568 páginas a leitura é fácil e rápida e prendendo o leitor e o deixando constantemente curioso em descobrir o que acontece nas próximas páginas.
Enfim, super recomendo a leitura!!!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Leonardo 03/11/2013

Estreia de tirar o fôlego
Escolha ao acaso um livro recente de um autor brasileiro e a probabilidade que ele tenha cerca de duzentas páginas é grande. Muitos dos livros brasileiros recentemente resenhados aqui no blog (Lavoura Arcaica – Raduan Nassar, O Polígono das Secas – Diogo Mainardi, A hora da estrela – Clarice Lispector, Cabeça a Prêmio – Marçal Aquino, Bangalô – Marcelo Mirisola), mesmo tendo sido escritos há bastante tempo, enquadram-se nesta regrinha do tamanho. Já vi várias discussões por aí tentando desvendar o motivo disso. Há quem diga que o problema é com o mercado editorial, outros dizem que o problema é com o leitor e mesmo quem defenda que se trata dos escritores. Não vou entrar neste mérito. Chamei a atenção para este ponto porque o livro do qual vou falar pode muito bem ser considerado uma exceção no mercado literário brasileiro. Isto porque Em breve tudo será mistério e cinza é um calhamaço de 561 páginas. E é um livro de estreia. E, devo adiantar, é uma grande estreia.
Não sei se Alberto A. Reis escreve há muitos anos, mas no ano de lançamento do seu primeiro livro ele tem sessenta e seis anos. Nem de longe é um garoto. Desenha-se uma trajetória similar à de Francisco J. C. Dantas, escritor sergipano que estreou na literatura já aos cinquenta anos e que hoje é considerado um dos grandes autores brasileiros? Claro que é muito cedo para dizer isso. Lembrei-me do sergipano porque a maturidade de Alberto A. Reis é evidente neste seu primeiro livro, apesar de o estilo dos dois escritores ser tão distinto quanto possível.
Quando vi que Em breve... conta uma história de um casal francês se aventurando no início do século XIX nas minas brasileiras. Isso, por si só, foi suficiente para eu decidir que queria ler este livro. Isto e o título, fantástico.
François e Honorée, um jovem casal que vivia com relativo conforto em Paris, deixam a Europa em 1825 para tentar a sorte no Brasil, um país do qual nunca tinham ouvido falar. François trabalhava na joalheria do pai de Honorée, mas era visto como um aproveitador pelo sogro e pelos cunhados. Sob circunstâncias misteriosas, o sogro acabou pedindo que ele fosse para o Brasil, um dos únicos lugares do mundo onde se podia encontrar diamantes.
O romance, dividido em cinco partes, já mostra força quando narra a aventura do casal e do irmão de François, Vitor, para chegar ao país tropical. A partir da chegada deles no nordeste, acompanhamos a família rumo ao Rio de Janeiro, onde tentarão a licença para explorar ouro nas região diamantina, em Minas Gerais. Naturalmente não posso garantir que a reconstituição da época seja precisa, já que não tenho conhecimento considerável sobre o século XIX brasileiro, mas presumo que seja. As simpatias, os diálogos, os procedimentos, as gírias, a descrição da maneira como são preparados os alimentos, há muito esmero em tudo. Fui inteiramente transportado para aqueles ambientes extravagantes: a França, um navio, o Rio de Janeiro, a região diamantina com seus casebres e suas mansões, com seu sertão e seu pântano. Tanto é assim que li o livro o tempo inteiro visualizando as cenas como se assistisse a um seriado da HBO. Esta vivacidade na composição do cenário é um dos muitos méritos de Alberto A. Reis. Penso em quão extensiva foi sua pesquisa para nos entregar este livro. Ele nos dá detalhes ricos sobre Paris, sobre comércio de joias, sobre guerras e revoluções, hábitos dos ricos, hábitos dos pobres, viagens de navio, viagens a pé, a cavalo, intimidade, contrabando, engenhocas utilizadas para mineração, pratos típicos etc. etc. etc.
Claro que ainda não falei do tópico que ele apresenta com mais força, pois merece um comentário à parte: a situação dos escravos.
Só lendo o livro para ver como o autor desenha um panorama rico sobre como sobrevivia esta gente em meio a um ambiente sempre hostil: não são só os sofrimentos, os maus tratos, a violência cotidiana que são retratados. Vemos negros que odeiam negros, negros de um quilombo escravizando e aplicando o mesmo tratamento que outrora receberam a outros negros, vemos negros que são como cães para seus donos, fiéis até o limite do inacreditável, ao mesmo tempo em que vemos negros que não abandonam a memória de sua África.
Por falar nos escravos, eles são parte importantíssima da trama. Enquanto buscam se estabelecer na região dos diamantes, o casal francês adquire alguns escravos, dentre eles, um garoto que é picado por uma cobra, foge de seu dono, é dado como morto e se envolve em muita confusão.
Enquanto acompanhamos as aventuras de François e Honorée, vamos aprendendo mais um pouco sobre o Brasil: vemos o nascimento de uma vila, uma guerra para destruir um quilombo, vemos a opulência de poucos na região das minas, acompanhamos a revolta para derrubar Pedro I, vemos o surgimento de um jornal, a ascensão dos liberais e republicanos, o ódio pelos ingleses (que podem ser franceses, holandeses ou americanos, não importa). Alberto A. Reis não enche linguiça. Ele tem muito o que contar.
E como ele conta? Com muito bom humor. Não é um livro engraçado. Há violência, drama, suspense, mistério, guerra. Há até um duelo e um Tribunal de Júri, o primeiro do Brasil! Mas o autor não perde a chance de fazer uma troça sempre elegante dos costumes tacanhos daquela gente. Sejam os padres e seus filhos, escravos e ambições políticas, sejam os coronéis e sua falsa grandeza, ninguém escapa incólume da pena cruel de Alberto A. Reis.
Se acompanhar a história, ao longo das mais de quinhentas páginas, é uma viagem agradável, o final do livro eleva Em breve tudo será mistério e cinza a outro patamar. É claro que não vou entregar nenhum spoiler, mas adianto que, assim como no grande Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino, o título do livro aparece no meio do texto de maneira absolutamente genial. Perdi o fôlego quando cheguei a este ponto. Terminei a jornada grato de poder ter lido o romance de estreia de Alberto A. Reis. Que venham outros, Alberto!


site: http://catalisecritica.wordpress.com/
comentários(0)comente



9 encontrados | exibindo 1 a 9


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR