Resenhas - O Que é Cultura

Nath 23/07/2022

É um ótimo aporte teórico para quem está começando nessas relações entre cultura e um grupo específico da sociedade.

Dezin0 21/08/2023

Cultura
O livro ele é simples, mesmo apresentando linguagem antiga, tem uma boa proposta e para quem gosta de uma simples reflexão será uma boa experiência.

Ricardo Silas 19/10/2014

O título pergunta, as páginas respondem.
Considero essas abordagens iniciais bastante produtivas. Elas são capazes de proporcionar uma boa adesão aos temas tratados.


Cultura é uma palavra derivada do verbo latino colere, que significa cultivar, criar, cuidar. Na Antiguidade romana, tinha o sentido de demonstrar o cuidado do homem com a natureza agricultura (palavra original). Em outros sentidos, era compreendida como o cuidado dos homens com os deuses, referindo-se ao culto (ritos religiosos). Apuericultura (do latim, puer menino, e puera menina) relaciona-se com o cultivo ou educação do espírito das crianças para tornarem-se membros excelentes ou virtuosos da sociedade pelo aperfeiçoamento e refinamento das qualidades naturais (caráter, índole, temperamento). Com este sentido, os gregos chamavam esse exercício instrutivo de Paideia, a formação ou educação do corpo e do espírito dos membros da sociedade (de Paideia vem a nossa palavra Pedagogia).

Compreende-se, nesse sentido, a cultura como um fator externo aos indivíduos útil para a fomentação de valores, princípios, condutas, capazes de desenvolver virtudes e enlevar a qualidade existencial da sociedade. Este processo incluía a iniciação à vida em coletividade, estímulos artísticos como dança, treinamentos em batalhas, educação e cuidado com o corpo, exercícios mentais, gramática, oratória, poesia, história, ciência e filosofia. Quando dizemos que uma pessoa é culta, referimo-nos ao conjunto de qualidades adquiridas pelo seu desempenho físico, espiritual ou intelectual. Aqui a cultura e natureza são indistinguíveis em razão dos humanos serem considerados como seres naturais com algumas evidentes diferenças em comparação a outros animais e plantas.

A capacidade de desenvolvermos oralidade, bem como adquirirmos uma maneira de regularmos nossa natureza primária, faz da cultura um tipo de natureza secundária, exterior, ou seja, nos imuniza ao que naturalmente nos tornaria cruéis, maus e desgovernados. A cultura, portanto, representa um papel de natureza educadora.

Somente a partir do século XVIII a, a concepção de cultura foi remodelada pelos filósofos modernos. Desde a Antiguidade, como vimos, cultura nada mais era que uma natureza secundária ao ser humano, funcionado como educadora da natureza primária. Contudo, ao longo dos séculos, esta natureza educadora, isto é, secundária, evoluiu e conglomerou uma gama vasta de comportamentos e razões do ser humano que cada vez mais o afastou de suas raízes puramente naturais. Com isso, cultura deixou de ser compreendida como um fator natural, e passou a ser um fator racional.

Os resultados provenientes da educação empreendida pela cultura denotaram que o ser humano culminou no suprassumo da civilização, e seu comportamento cultural era a causa da sua boa participação e exercícios da vida civil que se contrapõe aos instintos governados pelo causalismo natural. Conforme esta segunda acepção foi se desenvolvendo, cultura, além de significar civilização, passou a significar a relação de seres humanos socialmente organizados, agente da própria escolha, liberdade, razão, de acordo com valores estabelecidos por eles próprios.

Neste sentido a cultura encontrou raízes em sua forma de realização: TRANSFORMAÇÃO (mudanças nos costumes, nas leis, emoções, técnicas, pensamentos, vestuário, alimentação, linguagem, institutos sociais e políticos, etc.), ao passo em que natureza se revelou ao modo de REPETIÇÃO (sequência ordenada de ocorrências governadas pela causalidade da natureza, por exemplo: os dias se sucedem, as noites se sucedem, as espécies se reproduzem cada uma à sua maneira, os planetas realizam os mesmos movimentos, etc).

Alguns historiadores e filósofos compreendem que a cultura surge quando o homem aplica à natureza a sua manipulação, resultando no trabalho. O trabalho, por sua vez, gera objetos e utensílios que são aprimorados ao longo do tempo.

Há algumas evidentes inclinações do autor a certas propostas marxistas ao longo da elucidação do tema, especialmente no que tange às relações de domínio ou condução cultural pelo poder, em detrimento dos dominados, em sua maioria, o povo. Acima tratei de conceituar exaustivamente o tema esperando que outros leitores possam assomar a isso outros livros, como Convite à Filosofia (Marilena Chauí). Ademais, recomendo e esse livro pela facilidade da iniciação.

tteh 14/03/2024

Resenha
O autor nos mostra a ideia de como a cultura é vista e representa á sociedade, costuma reforçar bem seus pontos de vista e esclarece de forma bastante clara o que se entende por cultura. O autor também cita diversos exemplos utilizando o Brasil e outros países para melhor entendimento.