Naty__ 06/08/2014Meu primeiro assassinato é o livro de estreia de Leena Lehtolainen. A autora escreveu o romance quando tinha apenas 12 anos de idade. Desde então, ela ficou conhecida por seus romances policiais e o livro ganhou destaque como a décima melhor obra da Finlândia. Além da importante colocação no ranking, Meu primeiro assassinato foi adaptado para a televisão e para o teatro.
Quando iniciei a leitura, estava esperando uma Agatha Christie finlandesa, confesso. No entanto, a obra sofreu alguns contratempos e me fez enxergá-la de outra forma. A leitura me prendeu pela curiosidade do assassinato, porém, a narrativa foi um pouco arrastada.
Quando você achou o Jukka na água, havia algo significante? Significante? Bem, ele estava morto. Acho que isso é bem significante (p.34).
A trama se passa com o assassinato de Jukka Peltonen. Um jovem rico, bem sucedido, talentoso e conquistador. Ele se envolvia com várias mulheres e não importava a idade delas. Além disso, era um bom amigo e muitos tinham um grande afeto por ele, exceto uma pessoa: quem lhe tirou a vida.
Em um fim de semana curtindo a casa de praia com os amigos, o corpo de Jukka é encontrado boiando no mar. A princípio, suspeitava-se que tratasse de um afogamento; contudo, as evidências provaram que não. Ele tinha um grande machucado na região da cabeça indicando que foi agredido antes de cair na água. Além disso, foi encontrado um machado com seu sangue, isso fez com que o suspense aumentasse e a sede pelo resultado fosse garantida.
[...] Ele é exatamente o tipo de cara que é um doce até que você o conheça melhor (p.71).
Embora a trama tenha chamado a atenção, a narrativa em primeira pessoa de Maria Kallio me pareceu muito forçada. Ela está há 2 anos na Academia de Polícia, porém nunca esteve à frente de um assassinato, apenas tratava de autuações e interrogatórios de pequenos delinquentes. Ao receber o convite para substituir o seu colega no departamento policial de Helsinque, Kallio se vê um pouco ansiosa pela sua estreia. É exatamente por esse motivo que a narrativa se torna um pouco cansativa. Ela descreve coisas desnecessárias no meio de um interrogatório quando o nervo do leitor está à flor da pele.
Notei apenas alguns erros de tradução, mas não é nada que desmerecesse a obra. A editora que publicou o livro é a Vestígio, antiga Vertigo. A diagramação é simples, mas achei a capa muito chamativa e a cor azul é bem diferente; achei linda.
[...] O amor é muito mais destrutivo que o ódio. Se o Jukka tivesse feito algum mal para o Antti, aí sim eu poderia tê-lo matado... (p.142).
Mesmo com alguns pontos negativos, recomendo a obra para quem está interessado em uma história policial mais leve; para os iniciantes do gênero. Para quem está acostumado com livros mais centrados, com uma trama mais trabalhada, vai sentir um pouco de falta disso na obra. Todavia, a autora escreveu o livro muito nova e acredito que mereça levar isso em consideração. Afinal, depois de todas as premiações que ela ganhou por essa obra, não poderíamos deixar de lado e não absorver os pontos positivos desse livro.