Lara 14/09/2014
Sometimes I am two people. Johnny is the nice one. Cash causes all the trouble. They fight Johnny Cash
Johnny Cash é muito mais que dos maiores nomes da música Country Norte-americana, e isso ficou explícito quando eu li sua autobiografia intitulada Cash. Escrita em 1997, com co-autoria do jornalista Patrick Carr, seis anos antes da morte do músico. Foi publicada aqui no aniversário de 10 anos da morte dele, ou seja em 2013, pela Editora LeYa.
Em 244 páginas Jhonny narra, em primeira pessoa, sua vida pessoal e profissional de maneira intensa e detalhista. Muitas autobiografias, são muito parciais, ou seja, editam sua vida de maneira a ficar super interessante, contado apenas episódios marcantes e significativos, o que dá impressão de uma vida frenética, como se fosse um tobogã cheio de altos e baixos. Mas esta não é, Cash descreve detalhes de sua vida diferente daqueles que já são de conhecimento público, conta detalhes que para muitos podem não ser interessantes, mas que para ele teve alguma relevância e valem a pena serem mencionados.
Lendas e mentiras, tolos e bêbados, velhos amigos e anjos. Todos têm o seu lugar neste livro."
Claro que grandes fatos, como sua infância nos campos de algodão, a morte de seu irmão, a guerra, seus casamentos ou seu envolvimento em drogas são mencionados. Contudo o livro não se atém a somente isto, conta da sua vida em casa, dos seus filhos, dos amigos, de quem está ou passou em sua vida e deixou alguma marca. Esse relato é totalmente fora de organização, ele até tenta estabelecer uma cronologia, contudo o livro, parece mais como suas lembranças sendo escritas na ordem em que elas lhe vieram à mente. Ou seja, se você está a procura de livro à lá Johnny e June está no lugar errado.
Não há escapatória à dor e à perda: você pode evitá-las tanto quanto quiser, porém mais cedo ou mais tarde vai ter de encará-las, atravessá-las e, com sorte, chegar ao outro lado. O mundo que encontrará nunca vai ser o mesmo que deixou
Cash, foi o Man in black, o pai, o marido relapso para Vivian, sua primeira esposa -, o marido apaixonado para June sua segunda e última esposa -, foi o cantor, foi o compositor, mas acima de tudo ele devoto do que ele acreditava. E por mais incrível que pareça, o músico dos presidiários, o viciado em anfetaminas era um Cristão muito devoto, e ele faz questão de frisar isso. Isso pois muitos dos seus fãs ignoram, ou preferem ignorar este fato, por razões, que não sou ninguém, para julgar.
Eu estava cheio de vergonha e ego, cansado de decepcionar as pessoas
Eu como fã do músico e uma apaixonada por autobiografias, adorei ler mais sobre quem está por trás do traje preto. O livro não relata muito sobre seu vício, que é apenas parte de sua vida e é bem mais comentado em seu outro livro Man In Black: His Own Story in His Own Words. Não acredito que seja um livro apenas para fãs, acredito que é um livro bem escrito, que mesmo se não for fã da músico, quem lê esse bate-papo com Johnny, acaba ficando fã do homem. Mas claro, que quem já gosta de sua música terá um prazer ainda maior em ler.
site: http://meusmundosnomundo.blogspot.com.br/2014/06/resenha-cash.html