Lina DC 26/07/2014Terceiro livro da série, "O Cavalo" traz novamente o agente do FBI Patrick Bowers, dessa vez nas Montanhas Rochosas para investigar uma cena do crime horripilante.
A disposição do livro é semelhante a dos anteriores: capítulos narrados em primeira e terceira pessoa, sendo que a perspectiva de Patrick e Tessa em primeira e os demais em terceira.
O assassino da vez é nomeado como Giovanni, uma mente brilhante e meticulosa que consegue realizar verdadeiros rituais mirabolantes para as suas vítimas. Conforme avançamos na leitura, observamos a inspiração do assassino e começamos a fazer conjecturas na tentativa de acertar as próximas vítimas e a sua identidade. Mas verdade seja dita, o final é mais do que inesperado.
Em paralelo a esse caso temos também o julgamento de Richard Devin Basque, um assassino canibal citado nos dois livros anteriores. Basque é como um arqui-inimigo de Bowers e sua presença nesse livro eleva substancialmente a tensão psicológica.
Algumas das cenas descritas são detalhadas e impactantes. A maneira como os crimes são elaborados e o nível de crueldade imposto nos crimes deixam a leitura um pouco pesada e assustadora.
Novos personagens, como Jake Vanderveld, um criador de perfis que não se dá muito bem com Bowers também aparecem na história para ajudar (ou seria atrapalhar?) na investigação.
Temos também um grande debate sobre a funcionalidade do sistema judiciário. Até que ponto a justiça realmente é feita quando o criminoso vai a julgamento? Quantos detalhes técnicos não permitiram a soltura de verdadeiros monstros?
"Nosso sistema judiciário está mais preocupado com acusações e absolvições do que com a verdade ou a justiça. Você sabe que é verdade. Ficamos reticentes quando deveríamos admitir". (p. 209)
O livro também aborda a vida pessoal de Patrick, que finalmente está em um relacionamento com Lien-Huan, mas que enfrenta diversos problemas. Adiciona-se a isso a detetive Cheyenne Warren, que além de bonita e inteligente, deixa claro desde o início seu interesse por Patrick. Interesse esse que não é totalmente unilateral.
Tessa ainda sofre com a sua crise de identidade e a dificuldade de relacionar-se com Patrick. Mas o diário de sua falecida mãe pode trazer algumas respostas que mudarão tudo o que os dois protagonistas conhecem até o momento.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um bom trabalho. Foram encontrados alguns errinhos de digitação, como na página 374, mas nada grave. Os detalhes internos também são belíssimos e enriquecem ainda mais o livro.
"Percebi que, se tivesse de escolher entre participar de uma reunião conduzida por Jake Vanderveld e nadar em uma piscina cheia de sanguessugas, eu correria para pegar minha roupa de banho. Mas não mencionei isso. Não parecia ser a coisa mais educada a dizer". (p. 294)