Vanessa Meiser 07/03/2016Ainda estou em estado de graça com a leitura de Cartas do Passado, que livro mais lindo, sem exageros, lindo mesmo. Antes de iniciar a leitura eu já imaginava que iria gostar, mas não mencionava o quanto. Este é um daqueles livros que você possui altas expectativas e elas são totalmente alcançadas e ultrapassadas. Vamos conversar um pouco sobre a trama?
Luiza Campbel está com 25 anos e é recém-formada em museologia, foi indicada pelo professor a trabalhar num castelo quase em ruínas. Sua função é organizar os documentos históricos do castelo Havenford e da família real que ali viveu desde o século XV com a finalidade de transformar o local em um museu e hotel, uma difícil missão tendo em vista o estado de abandono em que o lugar se encontra. Luiza não está muito satisfeita com o emprego, apesar de não estar em condições de recusar nenhuma oferta de trabalho devido a sua atual condição financeira, sendo assim, ela faz as malas rumo ao interior da Inglaterra.
Em Havenford ela conhece seus colegas de trabalho, os queridos Marcel e Affonso, Peggy e a insuportável Betty, chefe da equipe. Peggy implica com todos, mas parece ter uma antipatia um pouco maior por Luiza, sem explicações óbvias. Luiza a partir do momento em que se intera do trabalho a ser executado, se tranca na biblioteca onde antigamente era o escritório particular do Conde de Havenford e dá início à sua tarefa de organização e digitalização dos documentos.
Em meio a esta tarefa, ela encontra algumas anotações do Conde que, ao que tudo indica, costumava passar o tempo escrevendo sobre assuntos particulares e sobre o local, era uma espécie de hobby. Num ato impulsivo ela decide responder uma destas anotações e a guarda dentro da gaveta da escrivaninha sem dar-lhe muita importância, foi apenas um ato divertido de brincar com o passado. O que ela não esperava é que no dia seguinte sua carta recebesse uma resposta por parte do Conde já falecido há muito séculos. Claro que a princípio ela desconfiou que algum de seus colegas haviam lhe pregado uma peça, mas o curioso é que a gaveta estava trancada e que mais cartas passaram a aparecer na medida em que ela também respondia às ali deixadas.
Parecia impossível, mas a cada dia que passava mais ela se convencia de que era realmente o Conde quem lhe respondia, por mais louco que isto pudesse ser. Luiza logo se deu conta de que Jordan D. Warrington – O Conde de Havenford – era (ou foi) um homem bom, justo, querido por seus súditos, mas extremamente infeliz. Casou-se sem amor com uma prima e não tiveram filhos, na verdade tiveram, mas as crianças viveram poucos meses, não resistindo a alguma doença ainda desconhecida na época. Acontece que em uma das ausências do marido, a esposa acaba engravidando de um amigo da família que estava passando uns dias no Castelo. Desta relação proibida, nasceu uma menina saudável que, diferente dos demais filhos, parecia estar se desenvolvendo bem. No auge do desespero e por vergonha de seus atos, Tylda comete suicídio, deixando o Conde viúvo precocemente e a filha à mercê da sorte.
Luiza fica comovida com a triste história que se abateu sob aquele lugar e não demora para que ela e Jordan sintam-se à vontade com suas trocas de cartas, daí à aparecer um sentimento foi um pulo, mas como lidar com o simples fato de haverem muitos séculos entre os dois? Coisa pouca a se resolver não é mesmo? Mas lógico que o destino dá seu jeito quando as coisas são para ser. Algo ainda mais inexplicável ocorre por conta de uma tempestade parecida com uma que ocorreu em meados de 1423 quando um raio atingiu a janela da biblioteca impossibilitando de a mesma ser aberta por muitos séculos. Luiza sabe que esta pode ser a ligação entre passado e presente.
Luiza, ou agora ‘Elene de Montforth’ do século XV, tem a missão de mudar a trajetória de Havenford e reescrever a história não só do lugar, como principalmente a do Conde Jordan D. Warrington que poderá agora ter a oportunidade de ser feliz vivendo um grande amor. O livro a partir deste ponto dá uma boa sacudida, passado e presente se unem e nada voltará a ser como era antes, nossos protagonistas não serão mais os mesmos.
Luiza a princípio fica confusa sem compreender como foi parar em 1423 e porque sua aparência não é a mesma, apesar de ter grandes semelhanças, o que mais lhe chama a atenção é o cabelo vermelho como o fogo, cabelo este que enfeitiçou o Conde assim que colocou os olhos nela, o que lhe rendeu o carinhoso apelido de Feiticeira.
Eu fiquei completamente apaixonada pela trama tão bem criada pela Lucy. Cartas do Passado é uma obra que mescla romance, viagem no tempo, drama, mistério, lutas e desafios na medida certa, tudo muito bem casadinho, tudo muito bem explorado pela autora que não deixou nenhuma ponta solta e supriu todas as expectativas dos leitores que esperavam uma obra eletrizante e recheada de sentimento.
Este é um daqueles livros que desde as primeiras linhas você já percebe que será uma leitura inesquecível, de excelente qualidade. Dei muita risada ao mesmo tempo em que me debulhei em lágrimas. Preciso deixar registrado aqui que este foi o primeiro livro FAVORITADO do ano de 2016. Simplesmente PERFEITO. Em todos os sentidos da palavra!!!
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