Ana 12/10/2022Dickens partiu meu coração e eu gosteiFinalmente entendi por que Dickens é tão celebrado. A Tale of Two Cities não só tem um dos melhores parágrafos de abertura da literatura, mas também uma das histórias mais cativantes que já li. Não é sem falhas, mas eu honestamente não me importo. A história faz o que a boa arte faz melhor: nos faz sentir coisas. Fui fisgada desde o início e vi a Revolução Francesa ganhar vida (algo que nunca vi na minhas aulas de história do ensino médio).
É somente através da vida dos indivíduos que a história ganha sentido. Os personagens batalham com eventos históricos incontroláveis ??que inevitavelmente afetam suas vidas. Como diz Tolstoi em Guerra e paz, o grande quadro visível afeta a vida cotidiana invisível.
O livro centra-se no efeitos da Revolução, num período chamado de Reinado do Terror. Sentimos profundamente pelo povo pisado da França, seus sofrimentos, opressão e desigualdades sociais que certamente levam à revoltas e derramamento de sangue. Mas, violência gera violência, e a vingança do povo foge ao controle, ameaçando a vida dos personagens mais queridos do romance.
Com cenas históricas épicas, multidões indignadas, atos altruístas de amor e momentos emocionantes, ah! Essa história tem tudo. Em alguns momentos me lembrou O Conde de Monte Cristo, com seu herói inusitado, o que me fez gostar ainda mais.
Dickens escreveu extensivamente sobre as desigualdades sociais em seu país e as más condições de vida de crianças e operários. Então, acho que a Tale of Two Cities tem esse título porque a revolução poderia facilmente ter acontecido em Londres em vez de Paris. O romance parece um lembrete e um aviso. Quando as pessoas vivem sob constantes injustiças e dificuldades, chega um momento em que elas se levantam.
O último capítulo partiu meu coração e, quando um livro faz isso, ele merece cinco estrelas.