Dois rios

Dois rios T. Greenwood




Resenhas - Dois Rios


38 encontrados | exibindo 31 a 38
1 | 2 | 3


Fernanda 23/10/2013

Resenha: Dois Rios
Resenha: “Dois Rios” de T. Greenwood é uma história complexa que aborda assuntos relevantes sobre questões sociais, escolhas que podem mudar uma vida inteira e segredos envolvendo o passado e o presente. Há um misto de sentimentos de ódio, perdão, aflição, compaixão, amor e até cumplicidade.

Com uma narrativa detalhada em épocas distintas e muito bem escrita, o autor cria um quebra-cabeça e é tentador o modo como o leitor precisa desvendar o mistério que cerca cada peça do jogo, para que se encaixe com exatidão.

Harper Montgomery vive em Dois Rios, Vermont com sua filha Shelly. Ele é um homem triste, solitário, deprimente e conservador, e se ficou assim foi após a morte de sua mulher Betsy e por ter feito algo horrível. O modo como narra suas experiências passadas, diante de memórias que lhe assombram, expõe um lado de sua vida que parece não ter tido um bom desfecho e depois de 12 anos ele ainda se martiriza por suas escolhas e atos.

Quando acontece um acidente de trem o leitor pode pensar que a narração irá se focar neste ato, porém não é que acontece. Por outro lado, as descrições do ambiente se mostram adoráveis e vividas, e as características justificam toda a profundidade do enredo, bem como as sensibilidades dos personagens. Dá uma vontade enorme de conhecer esse lugar tão belo e encantador.

O livro expõe assuntos como o racismo, gravidez, morte e doenças. Quando uma adolescente grávida, chamada Maggie, entra na vida de Harper as coisas começam a acontecer rápido demais, ela lhe conta uma história desesperadora e vai morar por um tempo com ele e a filha – e nem tudo parece ser o que é – e a partir desse momento as reviravoltas surgem para surpreender ainda mais o enredo e intimidar qualquer tipo de situação.

É uma história tumultuada, melancólica e opressiva, além de que requer muita analise sob o ponto de vista de cada um e da bagagem emocional que os personagens carregam. Independente de tudo, o mais interessante é poder perceber que existe uma conexão real que envolve a história de cada figura apresentada.

Apresenta também várias mensagens de comoção, envolvendo laços familiares, o verdadeiro amor e a valorização das pessoas que estão ao nosso redor. Nos obriga a pensar em nossas próprias ações e o caminho que escolhemos para determinadas circunstâncias.


site: http://www.segredosemlivros.com/2013/10/resenha-dois-rios-tgwood505-novoconceito.html
comentários(0)comente



Marcela Pires 22/10/2013

Lindo!

"Você vê, as coisas que nos apavoram, as coisas que nos assustam são, às vezes, as melhores coisas para nós. Se não fosse por você, provavelmente eu teria feito todas as coisas que tinha planejado fazer. Teria me mudado para Boston, arrumado um emprego na orquestra sinfônica, essas coisas. Mas essa teria sido uma vida fácil. Ser mãe. Ter aquele salto de fé, aquilo era verdadeiro. Aquilo, para mim, era receber uma oportunidade. E agora não consigo imaginar ter feito algo diferente..." pág. 182



Quando olhei essa capa, confesso que ela me encantou. Nem li a sinopse, escolhi "Dois Rios" pela capa mesmo e depois da leitura posso dizer que a estória é melhor do que eu poderia ter imaginado!

Harper é um pai solteiro, sua esposa Betsy morreu no dia do parto, porem não sabemos como até quase o final do livro. Harper cuida de Shelly sozinho, a garota já tem 12 anos. Ele é gerente de cargas da ferrovia.

Certo dia o trem descarrila e cai no rio, são 94 passageiros, 40 deles morrem. Harper vai até o local para ajudar no resgate das vítimas; é quando conhece Maggie, uma jovem negra de 15 anos que está grávida, ela pede abrigo a ele, pois diz que sua mãe morrera no acidente e seu pai expulsou-a de casa. Ele a ajuda, leva a garota para casa. O que ele não sabe é que Maggie representa muito mais do que ele possa imaginar.

Harper Montgomery é daqueles personagens que você já gosta na primeira página. É um homem de trinta e poucos anos, apaixonadíssimo pela esposa falecida, não consegue se recuperar da morte dela mesmo depois de 12 anos, cuida da filha sozinho, trabalha duro, e é marcado pelo arrependimento de ter participado de um crime.

O livro é narrado em 3a pessoa, e temos vários recortes de tempo, o atual é na década de 80, e o passado que conta sobre a vida de Betsy e Montgomery desde que eles tinham 12 anos até a data da morte dela. Ficamos conhecendo a família Parker e a Montgomery. É encantador como esse homem, desde menino, amou Betsy!

Ao mesmo tempo que temos um belo romance, ele é cercado de mistério! Existe um motivo para Maggie estar ali, e por mais que você seja um bom detetive, vai se surpreender no final!

Em "Dois Rios" também temos uma crítica social em relação a segregação racial que existia nos EUA, é muito forte a relação de brancos versus negros, e o final num nível mais especifico é reconciliador.

O livro também nos faz pensar sobre o que queremos das pessoas e o que realmente elas são, visto o que aconteceu com as mães de Betsy e de Harper. A escritora se posiciona em relação ao direito das mulheres, e como essa idealização pode ser prejudicial a elas.

A escrita de Greenwood é magistral, ela prende o leitor do inicio ao fim, é uma estória tão belamente contada que varei a noite lendo, sem conseguir tirar os olhos, sempre querendo saber mais, saber como Betsy morreu, qual foi o crime que Harper se manteve omisso, o que pretende Maggie.

É demais! Vale cada página! Livro maravilhoso!

site: http://www.mulhericesecialtda.com/2013/10/resenha-dois-rios-t-greenwood.html
comentários(0)comente



ricardo_22 22/10/2013

Resenha para o blog Over Shock
Dois Rios, T. Greenwood, tradução de Rafael Gustavo Spigel, 1ª edição, Ribeirão Preto-SP: Novo Conceito, 2013, 448 páginas.

A lista de autores lidos até hoje não é curta, mas certamente poucos conseguiram conquistar pela delicadeza com que conta uma história simples e ainda assim envolvente. Entre os autores, que muito provavelmente dá para contar com os dedos, T. Greenwood está entre os destaques. Isso se confirmou com o seu mais recente livro lançado no Brasil!

Dois Rios é narrado em grande parte por Harper Montgomery, um morador da cidade de Dois Rios que sempre acreditou que essa pequena cidade seria a melhor opção para cuidar melhor de sua filha e fazer o papel de pai e mãe. Mas Harper passou os últimos doze anos cuidando da filha e convivendo com a tristeza deixada pela morte de sua esposa. Além disso, ele ainda se sente culpado por um crime que presenciou anos antes.

Devido ao remorso que sente, Harper encontra em um acidente de trem que abala a cidade a chance de corrigir todos os seus erros e ajudar uma pessoa. Por isso não pensa duas vezes antes de acolher uma das sobreviventes em sua casa. O problema é que cada vez mais o protagonista percebe que Maggie, uma jovem negra que está grávida, esconde algum segredo. E ele sente que o segredo dessa jovem de quinze anos pode ter relação com o crime presenciado por ele...

“- Dez, nove, oito – Besty sussurrou no meu ouvido. – Sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um.
Quando ela me beijou, seu gosto parecia o do oceano. Salgado de suor. Salgado de lágrimas. Ela tremia em seus braços; não de frio, mas de algo que parecia estar atormentando todo o seu corpo. E naquele momento único, quando 1967 se transformava em 1968, tive uma sensação de terror pela primeira vez, que passou dela para mim, me contaminando” (pág. 312).


Autora de Um Mundo Brilhante, T. Greenwood escreveu mais uma obra marcante e que por isso mereceu o prêmio de Melhor Livro de Ficção do San Diego Book Awards. Um romance com a simplicidade de uma cidade do interior, o cheiro do campo, a calmaria do trajeto de um rio e a sensibilidade que só encontramos em uma obra escrita pela premiada autora.

O principal ponto positivo de Dois Rios começa mesmo no cenário escolhido para se passar a história, já que a pequena e simpática cidade resulta em um casamento apropriado com tudo o que é vivido pela personagem. Além disso, a narrativa se desenvolve através de duas fases da vida de Harper, intercalando, portanto, os capítulos entre as décadas de 50 e 60 e a década de 80.

Essa divisão escolhida por Greenwood não poderia ser mais agradável, já que possibilita a leitura de duas histórias com situações distintas e que, de uma forma ou de outra, acabam se completando. Enquanto a primeira fase da vida do narrador pode ser vista como dramática, até porque narra a bonita e sincera história de amor entre Harper e sua falecida esposa Besty, a segunda se foca no mistério envolvendo a aparição da jovem mulher grávida. Com isso, a autora dá a chance ao leitor de desvendar os mistérios, principalmente quando, deixando a narrativa em primeira pessoa de lado, narra as cenas do crime que atormentou os últimos anos de Harper.

No entanto, mais do que uma história de amor e de um leve mistério, Dois Rios é uma obra sobre os males causados pelo preconceito racial e, para dar uma complexidade maior, Greenwood se aproveita de fatos marcantes da história mundial, como, por exemplo, a morte de Martin Luther King.

site: http://www.overshockblog.com.br/2013/10/resenha-183-dois-rios.html
comentários(0)comente



@APassional 19/10/2013

Dois Rios * Resenha por: Rosem Ferr * Arquivo Passional
Quando um homem ama uma mulher.

Três fatores inicialmente instigaram meu interesse pela leitura de Dois Rios: 1º - A proposta: “Um amor, um segredo destrutivo e as surpresas que a vida reserva”, amo segredos, típico de minha natureza feminina; 2º - A sinopse remete a fatos que ocorreram no passado que sempre me deixam curiosa, pois normalmente envolvem a natureza humana que é outro mistério hehehe; 3º - A capa, absolutamente pertinente ao enredo, conduz a imaginação para um lugar bucólico, bem ao gênero de “Twin Peaks”, ai que medo!!!

No entanto, quando vi que a autora era T. Greenwood... definitivamente soube: preciso dele! Aliás, já tinha namorado a versão americana “Two Rivers” antes, é que... são tantas emoções e lançamentos que às vezes nos perdemos.

“A água possui uma memória perfeita
e fica eternamente tentando voltar
para o lugar de onde saiu.”
Toni Morrison

Com essa profunda citação sobre a memória, Greenwood nos lança em um prólogo misteriosíssimo no ano de 1968 e de um só fôlego já nos lança aos anos 80 em outro acidente estranhissímo. A partir daí iremos caminhar com Harper entre os anos 60 e 80, embalados na aquosidade da lembrança de sentimentos que o protagonista é reativamente acionado trazer à tona de sua consciência.

Um garoto... uma garota... Verão de 1958!
Isso mesmo, apaixonante...

Harper garoto, com 12 anos, vai nos envolvendo com suas descobertas sobre o relacionamento entre um homem e uma mulher, as relações de aceitação entre os grupos sociais e culturais: masculino/feminino, brancos/negros; Entre as emoções dever/prazer, vingança e poder. Do jogo infantil às estratégias adultas, a trama evolui e mergulhamos em Dois Rios, e preparem-se, é viciante.

Envolvente, romântico, misterioso, enigmático, às vezes selvagem…

Sob o ponto de vista de um garoto atento e curioso, as mulheres serão as Grandes Protagonistas, mulheres fortes, decididas, fatais, inflexíveis no que refere-se a concretização de seus sonhos e ideais; Entretanto a estrela maior Betsy Parker sem dúvida é TUDO!

A inesquecível e irresistível Betsy, que homem ficaria imune a ela?
Harper está totalmente certo: Betsy é insubstituível e digna da frase: Te amarei pra sempre!

Com capítulos poeticamente nomeados trafegamos entre décadas, memórias de um mundo que sempre rugiu o terror das diferenças raciais, que neste caso irão das manifestações a favor de Martin Luther King até ataques de grupos racistas radicais, num passeio de reverso ao sonho americano, descrito de forma suave, articulada e assertiva, bem característico de Greenwood.

As garotas Maggie e Shelly em sua adolescência vibrante e sedenta para experienciar o mundo, completam a cena com sua polaridade, parecidas e diferentes ao mesmo tempo são o reflexo de um ciclo contínuo de existência humana, a “lei do eterno retorno”, tanto do bem como do mal, desenha-se no estilo niilista da excelente autora.

A trama é belíssima, o final é “absolutotalmente” surpreendente e por fim ahhhh!!! O amor, ele é mesmo irresistível, e sempre surgirá de onde menos esperamos, “c'est la vie”!

Recomendo T. Greenwood sempre,
Para mulheres brilhantes!

By Rosem Ferr:.
Beijim!

Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 19/10/2013.


site: http://www.arquivopassional.com/2013/10/resenha-dois-rios-t-greenwood.html
comentários(0)comente



Elis 13/10/2013

Em Dois Rios conhecemos Harper Montgomery, um homem que perdeu a esposa e cria sua filha com a ajuda dos tios de sua falecida mulher, até que ele decide que chegou a hora de ter seu próprio lar, e se muda para um apartamento onde tanto ele, quanto sua filha Shelly tem quartos separados, afinal ela está entrando na adolescência e deixando de ser criança.

No início da leitura sabemos que ele tomou uma decisão que o deixa com uma culpa que ele carrega a 12 anos. Com o acidente de trem que ocorre ele se recordará com um maior peso de sua decisão, ficando aflito pelo motivo de Maggie ter lhe pedido abrigo. O que deixa o leitor curioso é como aconteceu e qual foi o papel dele nesse momento, por isso vamos percorrendo as páginas e notamos que o livro está estruturado em capítulos do passado de Harper, quando ele ainda era uma criança e começou a se apaixonar por Betsy Parker até a idade adulta e capítulos do presente. Em nenhum momento me perdi durante a leitura, ficou bem claro quando estamos lendo sobre o passado e o presente. Notamos que o amor dele é descomunal pela sua amada. Isso faz com que saibamos que as atitudes que ele toma no desenvolvimento da história, como por exemplo o desprezo dela por ele na escola, não terão importância ou impacto no amadurecimento dele, já que ele sabe que a terá por companhia quando os outros não estiverem por perto.

Houve momentos em que somente um grande amor poderia superar o modo como ele era tratado, superar a timidez para falar com ela, ser praticamente um escravo de suas ações, isso parecia absurdo para um garoto querer seguir adiante, insistindo que ela era sua motivação de vida. No entanto ele a ama de uma maneira que não é normal. Nas regras do amor e do coração nada tem explicação, como dizem por aí. Mesmo com esses momentos que me deixaram com pena do personagem, vemos a amizade que ela tem por ele, ir se modificando e tornando-se amor.

A capa da obra parece ter sido elaborada para o personagem principal, que ama viver nessa pequena cidade e do modo que vive, mas tamanho é o seu amor, que ele largaria tudo para viver ao lado dela. Eu curto paisagens, por isso nem preciso dizer me encantei com ela. Não encontrei erros de revisão e a diagramação é simples.

Nessa obra parece que toda sua história está revelada na sinopse, porém lhes adianto que isso que eu disse e o que leram na sinopse, não é nada perto do desfecho e das situações que ocorrem nessas páginas. Eu estava aqui pensando nos pontos negativos, tirando como a Betsy tratou ele durante a infância e a adolescência, e mesmo por isso, o desenrolar do enredo foi tão bem preparado que os motivos da aceitação são válidos. Admito que para mim valeu a pena cada minuto de leitura.

Leia na íntegra no blog:

site: http://amagiareal.blogspot.com.br/2013/10/dois-rios-t-greenwood.html
comentários(0)comente



Yasmin 11/10/2013

Uma história cativante e surpreedente de amor, redenção e perdão. Um cenário fabuloso.

Quando vi o livro na lista de lançamentos da Novo Conceito fiquei curiosa mesmo não tendo gostado tanto do primeiro livro da autora lançado aqui no país. A escrita de T. Greenwood tem algo que me fez querer ler esse novo livro e não podia ter tomado melhor decisão. Dois Rios é uma história surpreendente, sobre amor incondicional, erros incorrigíveis e perdoar a si mesmo.

Harper Montgomery e sua filha Shelly acabam de se mudar da casa de uma conhecida para o próprio apartamento. Doze anos já se passaram desde a morte de sua esposa e da tragédia que marca sua vida desde então. Harper não consegue esquecer a fatídica noite em que absorto pela tristeza se deixou levar a cometer um crime irracional. Um segredo que carrega todos os dias e nunca o deixou seguir em frente. Era aniversário de doze anos de Shelly, um dia atormentado para Harper quando a notícia chega ao seu escritório na estação. Um trem de passageiros havia descarrilhado na curva do rio e toda ajuda era necessário. No local Harper entorpecido ajuda a resgatar algumas vítimas enquanto vê os pertences flutuando em meio aos destroços. Distraído mal vê a garota negra parada a sua frente, encharcada da cabeça aos pés, grávida e com um rosto resoluto. Quando a garota se apresenta como Maggie e pede para ficar em sua casa ele quase não acredita. Porém depois de pensar aceita ajudá-la por uns dias até tudo normalizar, afinal ela é negra e em Dois Rios mesmo que não fosse uma garota desconhecida, de 15 anos e grávida chamaria muita atenção. Harper inventa uma desculpa para Shelly e à medida que os dias passam ele começa a se perguntar o que Maggie realmente está fazendo ali. Investigando a história da garota ele começa a ficar preocupado, se sentindo culpado com as lembranças que insistem em assombrá-lo. Quem é Maggie, o que ela faz ali, existe redenção e perdão depois de tanta tragédia? Relembrando sua vida com Betsy e tudo o que o levou até ali Harper precisa encontrar uma resposta. Por sua vida, por sua filha e principalmente por Betsy.

Essa é a premissa básica da história magistralmente narrada por T. Greenwoood. Digo isso porque a surpresa não poderia ser maior. Confesso que estava esperando uma história mediana e nada parecido com o arranjo que é a história de Harper, Betsy e Dois Rios. Alternando duas frentes narrativas, passado, década de 60, a história da vida de Harper desde que conheceu Betsy e presente, década de 80, a história após doze anos da morte de Betsy, a autora nos apresenta uma bela história de amor e redenção, que ainda excede as expectativas como um pontual retrato histórico da vida e da sociedade americana do interior dos Estados Unidos durante a década de 60. Hábil e harmoniosamente Greenwood construiu uma história de amor que conta mais do que a própria história.

Através da voz narrativa de Harper conhecemos não só sua história como a cidade e uma gama de personagens marcantes. Todos, sem exceção, possuem algo forte que cativa o leitor. Desde o menor secundário até os protagonistas. A história de Harper e Betsy é ótima, flui em um ritmo agradável e nos instiga por si, contudo uma das coisas que mais conquista o leitor é o retrato da época. Cada detalhe e minúcia foram muito interessantes e gratificantes. Para quem gosta de histórias e tramas históricas ver um cenário tão rica e realista foi ótimo, principalmente porque a trama acompanha a riqueza da ambientação e a história contada por Harper emociona o leitor, desperta não só simpatia como outros sentimentos. E o fim, apesar de ter sido rápido, foi muito bom e a sensação de encerramento e promessa coroa bem a história.

Leitura agradável, de ritmo cadenciado que surpreende o leitor logo nas primeiras páginas, com algo de sensível e único que nos faz seguir em frente. T. Greenwood se mostra uma autora acurada, com uma prosa vívida e marcante. A edição da Novo Conceito está ótima, fonte boa, tradução fluida e uma capa que não faz totalmente jus a história, mas ainda assim consegue se adequar. A história se (...)

Termine o último parágrafo em:

site: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/10/resenha-dois-rios.html

comentários(0)comente



Helana O'hara 07/10/2013

Dois Rios, um livro brilhante
Dois Rio é o segundo livro que li de Greenwood, a capa nos trás detalhes importantes da história: Trem, rio, montanhas. Um lugar calmo e perfeito para se morar. A diagramação do livro é muito simples, não tem nada de diferente.
O livro é divido em seis partes e seus respectivos capítulos. O começo de cada capítulo é composto por uma frase que diz muito sobre aquilo que será contato. Quem leu Um Mundo Brilhante da mesma autora, percebe essa semelhante da divisão.
Dois Rios 07
Harper é um homem viúvo. A 12 anos ele tenta conviver com a morte da mulher, Besty, que ele amou a vida toda e tenta criar da melhor forma possível a sua filha Shelby, fruto desse amor. Harper esconde um segredo, mas tenta viver a vida normalmente na pequena cidade de Dois Rios – Harper acredita que ali é o melhor lugar para educar sua filha.
Dois Rios é uma cidadezinha pacata onde todos se conhecem e Harper trabalha na estação de trem da cidade.
Em um dia que acredita-se ser normal, um acidente nos trilhos do trem movimenta os trabalhadores do local e Harper corre para ajudar os feridos. No local ele ajuda uma menina, Maggie, com mais ou menos 15/16 anos, ela está grávida e implora para Harper não avisar ninguém que ela escapou e que precisa apenas de alguns dias para voltar para casa.

Porém ele não sabe que ajudando Maggie, ele está convivendo com seu passado e seu futuro e que a vinda da menina a Dois Rios pode mudar tudo na vida dele. Harper então hospeda a garota em seu pequeno apartamento e aos poucos ele descobre que Maggie tem um segredo. Que ela não está na cidade por consciência e que ele tem tudo a ver com a chegada dela.
Dois Rios 08
Dois Rios é um livro brilhante. Greenwood soube como ninguém explorar os sentimentos humanos e mais uma vez questionando o certo e o errado, o perdão e como nossas escolhas influenciam diretamente na vida daqueles que convivem conosco.
Os personagens do livro são intensos, misteriosos, o passado e presente estão diretamente relacionados aos acontecimentos.
Para deixar o livro muito mais atraente, autora escreveu detalhes da vida do protagonista em sua juventude para o leitor ficar mais próximo do presente dele. Isso me contagiou demais.
A cada página lida, a cada capítulo concluído, ficando mais próximo do final, o leitor sente a importância de Maggie e seu bebê na vida de Harper.
Dois Rios 06
O protagonista questiona muito seu passado, sua perda, seus erros e junto com ele o leitor vai percebendo como ele cresce e se prepara para deixar tudo para trás e seguir em frente. É lindo, de fato!
A narrativa da autora é maravilhosa. Em primeira pessoa e o leitor tem a sensação de estar vivendo aquilo com Harper. E preciso confessar uma coisa, moro em cidade pequena e não gosto muito, mas confesso que moraria em Dois Rios, só pelo trem.

Dois Rios é um livro cheio emoções, assim como o primeiro livro que li da autora, Um Mundo Brilhante. Recomendo esse livro para todos aqueles que gostam de personagens misterioso e complexos. Um livro lindo, e poético. Muito poético.
comentários(0)comente



Mari 05/10/2013

Dois Rios - T. Greenwood
Hoje a resenha é do 5º e último livro dos lançamentos de setembro da NOVO CONCEITO. Claro que deixei o melhor para ler por último, pois ouvi tanta gente falando bem de DOIS RIOS da T.GREENWOOD, que tinha certeza que ia amar. E amei!


Só solicitei DOIS RIOS porque fiquei muito, mas muito interessada pela sinopse. Apesar disso fiquei com certo receio, pois não gostei de UM MUNDO BRILHANTE. Na verdade, não posso dizer que não gostei, pois não simpatizei com o personagem principal e acabei abandonando a leitura. No entanto, agora, após ler DOIS RIOS, acho que darei uma nova chance, pois a escrita de GREENWOOD me conquistou.

Não vou ficar falando do enredo em si, pois são muitas as coisas que quero falar e são muitos os elogios que quero fazer.

Primeiramente, quero chamar atenção à forma como o livro é narrado: Harper nos conta sua história, oscilando sua narrativa entre seu passado e seu presente. Alternadamente, cada capítulo vai expondo todas as nuances do personagem. Harper é um homem encantador, que não teme se mostrar como de fato é. Ele nos põe a par de todos os seus sentimentos, medos, anseios, angústias...

ADORO livros que vão mesclando passado e presente para uni-los ao final. E as pontas que GRENWOOD conecta... São realmente surpreendentes! O mistério do livro gira em torno de Maggie, a garota misteriosa que aparece na vida de Harper. A princípio ele não desconfia da menina, mas depois percebe algumas estranhezas e resolve investigar. Quando descobre que ela foi para Dois Rios para de fato encontrá-lo, ele entra em pânico, pois tem certeza que ela está ali para cobrar uma dívida do passado, uma dívida de morte.

A autora soube manter os segredos de Maggie muito bem, quase como em um livro policial. Foi angustiante saber que ela tinha um segredo. Pensei milhares de coisas, mas JAMAIS imaginei a história tomando o rumo dado por GREENWOOD. Ao saber quem era Maggie e por que ela estava ali, só consegui pensar: ‘puta merda!’ (com o perdão da expressão). Fiquei de boca aberta com o desfecho que a autora deu. Não apenas pelo fato de eu não ter imaginado as razões, mas porque quando elas se revelaram foi realmente emocionante.

Até a metade do livro eu gostava mais da narrativa de Harper sobre seu passado. Adorei saber como foi o desenvolvimento do relacionamento dele com Betsy, sua falecida esposa. A história dos dois é linda. O envolvimento ocorreu de forma gradual, com a amizade vindo primeiro. É muito prazeroso ler sobre relacionamentos que iniciam com a amizade e se mantêm firme e forte com o passar dos anos. Como melhores amigos, o casal já me encantou; quando passaram para um namoro, fui conquistada de vez. Nesse momento tenho de dizer que comparei a escrita da autora a SPARKS. Sabe quando nas resenhas dele falo que o cara consegue escrever que o personagem foi ao banheiro para fazer xixi, mas escreve isso de forma tão tocante, que fica parecendo extremamente interessante? Pois é, GREENWOOD também tem esse dom. Diversas passagens do passado de Harper são simplórias e nem precisavam ocupar páginas no livro, mas a autora escreve de um jeito tão fabuloso, que a gente fica desejando que ela conte só mais um pouquinho, pois está bom demais!

Quando Harper começava a falar do presente, eu ficava meio desapontada, pois o Harper atual é melancólico, pacato demais e sem graça. Por isso achei mais interessante seu passado; nele, ele foi bem mais intenso. Entendo que o Harper de hoje sofria com a morte da esposa e de seu segredo, mas, ainda sim, ele pareceu amargurado (e avoado) demais.

Contudo, em certo momento na narrativa, passei a ansiar por passado e presente da mesma forma. O passado porque eu tinha extrema necessidade de acompanhar a vida de Harper com seus pais, Betsy, seus amigos, a faculdade, etc. E o presente porque eu estava desesperada para saber quem era Maggie e porque ela estava lá.

A forma como GREENWOOD conduziu o enredo para inserir o tema do racismo foi fantástica. A história se passa nos anos 60 e 70, e o racismo ainda era muito forte. As pessoas odiavam os negros e não se importavam de matá-los. Até mesmo os brancos que prestavam ajuda à população negra, eram odiados, pois eram considerados “amantes de negros”. Não vou ficar falando sobre essa parte, pois ela contém pontos importantes do livro e não quero soltar spoilers, mas foi extremamente triste ler o que a intolerância e ignorância humana foram capazes de fazer. Duas passagens que tiveram o racismo como tema fizeram com que eu ficasse realmente triste. Não triste para chorar, mas triste por revolta, por raiva.


O final do livro é tocante e belo. GRENWOOD concluiu seu romance de forma bastante digna e com finais primorosos para todos seus personagens. Eu sabia que iria gostar de DOIS RIOS, mas não imaginei que ele teria a história que tem. Livro excelente! Mais um que merece mais que as 5 estrelas que o Skoob permite dar.
comentários(0)comente



38 encontrados | exibindo 31 a 38
1 | 2 | 3