O drible

O drible Sérgio Rodrigues




Resenhas - O Drible


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jota 15/05/2017

Quatro estrela e meia - quase um gol de placa...
Enquanto não termino o infindável e formidável Morte a Crédito (Louis-Ferdinand Céline), vou lendo outras coisas e acertei ao escolher O Drible, do mineiro radicado no Rio, Sergio Rodrigues. Ele não tem nenhum parentesco com Nelson Rodrigues, outro craque a escrever sobre futebol, mas com categoria vai driblando o leitor por muitas páginas e ao final faz um golaço, quase de placa. De tudo o que li sobre futebol, melhor do que ele só mesmo Rui Castro e seu Estrela Solitária, embora este fosse a biografia de Garrincha, não uma ficção como O Drible.

No livro de SR tem muito futebol em videoteipe e algum ao vivo, mas no fundo a narrativa é mesmo sobre vingança. O filho Neto detesta o pai, antigo cronista de futebol, pensa que ele foi o culpado pelo suicídio de sua mãe, Elvira, muitos anos passados, quando ele ainda era garotinho. Agora adulto, quarentão, com o pai doente, pensa que chegou a hora de ver o velho pagar por seus pecados. Bem resumida, a história é essa mesma, mas também tem muita cultura pop dos anos 1980-90, cinema, música, literatura etc., como se fosse assim uma espécie de almanaque sobre coisas inutilmente deliciosas...

Além de situar o leitor no tempo e no espaço (a ação se passa no Rio de Janeiro) temos ainda outros personagens curiosos além de pai e filho, ambos chamados Maurílio. Como um jogador, Peralvo, que teria sido maior que Pelé se sua carreira não tivesse sido interrompida bruscamente, e uma empregada doméstica sensualíssima, Uiara, que parece ter saído das páginas de Jorge Amado, qual a retirante Gabriela. Sem falar da atendente de farmácia, a falsa loira Gleyce Kelly, assim mesmo, a princesa da Rocinha, com quem Neto transa muitas páginas...

Sabidamente Sergio Rodrigues nos dá algumas pistas sobre os personagens mas nos dribla ao ocultar outras, meio assim como fazia Agatha Christie em seu romances (ou como fazem quase todos os autores que escrevem histórias de suspense), senão a coisa toda perderia a graça, como num jogo em que os times tivessem combinado o resultado, um empate. Enfim, O Drible é quase um livro perfeito, tem muita coisa para agradar o público que acompanha futebol no Brasil, majoritariamente masculino.

Lido entre 08 e 15/05/2017. Minha avaliação: 4,5.


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Marrones 30/01/2017

Que drible!
Uma obra que transparece toda a pesquisa do autor acerca dos bastidores do esporte nacional. Um mergulho na historia de maneira fluida e descompromissada. Uma história rica, com todos os arcos bem delineados, recheada de referencia da cultura pop dos anos 80 e 90.
Recomendo para aqueles que gostam de futebol mas não tem muito conhecimento sobre. E mesmo que vc não goste de assistir, pode se encantar com esta obra. Belíssima surpresa.

Importante: Ao terminar, volte e leia novamente o 1º capitulo.
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Filino 01/01/2017

Quando um Rodrigues trata de futebol...
... pode contar com um texto excelente!

Mário (Rodrigues) Filho, Nelson Rodrigues... e agora Sérgio Rodrigues. Com "O Drible", o leitor é apresentado ao que há de melhor numa narrativa: personagens muito bem construídos (e complexos), uma trama cheia de reviravoltas, além de uma mistura perfeita de ficção e realidade.

Logo no início já somos apresentados ao talento do autor ao descrever uma cena antológica do futebol mundial. Mais adiante, maravilhamo-nos ao constatar que Sérgio Rodrigues trata com leveza e maestria a ficção e a realidade, num enredo envolvente e bastante verossímil.

Um verdadeiro talento. Assim como Peralvo e o Rei Pelé!
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Luís Pires 28/10/2016

Embora o futebol domine o inconsciente coletivo de nosso país, não temos tradição de bons romances (e filmes) sobre o tema. Com exceção dos livros do Torero (muito bons e divertidos) são poucos os exemplos. "O Drible", de Sérgio Rodrigues, é sensacional. Constrói um enredo em torno de Peralvo -- um personagem fictício que teria sido melhor que Pelé -- enquanto narra o acerto de contas entre um pai moribundo e o filho, que não se falavam há 26 anos. Final surpreendente. Recomendo.
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Lene 24/06/2016

Gostei!
Gostei da parte histórica.
Gostei de como foi tratado a relação pai e filho.
Gostei dos conflitos existenciais do Neto.
Gostei da relação muito bem construída entre o futebol e a vida!
Gostei do final surpreendente!
Me perdi nos 'detalhes' sobre futebol... ok. não sou muito ' lá' conhecedora do assunto, mas pra quem curte... a riqueza desses detalhes é pra se deleitar.
Livro Bacanérrimo... devorado em 2 dias!
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Soutotostes 07/12/2015

Instigante até a última linha
Quem gosta de ler, gosta dos clássicos da nossa literatura. Não existe conceito de clássico. O que é um clássico? Esse livro é um clássico. Obra completa, tem suspense, ficção, tem romance, tem sexo, tem verdades, tem grandes personagens, tem Brasil. Quem é do interior do país ou conhece o cotidiano de uma cidade interiorana vai identificar os personagens da cidade fictícia criada pelo autor. Quem é do futebol vai se identificar com os lances. Quem é investigador nato, vai se emocionar com o desenrolar das tramas. Leiam!
Interessante que o livro é a história de um outro livro, escrito pelo pai do narrador. Interessante é quando essas histórias se cruzam, pelo cruzamento dos personagens.
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Matheus 03/05/2015

O DIBRE !
Sergio Rodrigues escreveu uma introdução espetacular,matou no peito uma cena e a encaixou no fundo do papel.

Porém há bolas nas costas.As referências a filmes americanos não se entrosam muito bem com o assunto principal do livro.Também, quer ser um pouco ''Feliz ano velho'' na cena que mostra o envolvimento do protagonista em uma banda de rock,o que é desnecessário.

Tendo feito as cornetadas,vamos aos elogios.
Os diálogos são admiráveis,na parte do futebol principalmente,que flertam com o caos,com a física,com a probabilidade,com espíritos,entre outros temas que você não ouvirá nunca falar nas resenhas óbvias que passam na tv, na hora do almoço.

Quanto aos personagens,são muito bem criados,principalmente nos seus defeitos.O pai do protagonista é um Brasileiro legítimo,que tenta levar vantagem em cima dos outros.É um grande filho da puta,realmente dá raiva do cara à medida em que vão avançando as páginas.No entanto é ele quem me faria reler o livro. Já o filho é fraco e inseguro,passando a trama toda tentando arrancar respostas de seu pai.

Destaque para o final arrasador.
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Inácio 10/12/2014

Sérgio Rodrigues, um autor à altura de Pelé
A descrição do drible de corpo de Pelé no goleiro uruguaio Marzukiewicz que abre O drible, de Sérgio Rodrigues, tem tudo para ser citado exaustivamente sempre que literatura & futebol for tema de debates, oficinas, artigos, mesas redondas e coisas e tais.
Rodrigues acertou a mão e construiu uma abertura inesquecível para seu romance. Se Pelé foi responsável pelo lance mais imprevisível do futebol, jamais um gol perdido foi descrito com tamanha beleza. Ao menos nos parágrafos iniciais do livro, Sérgio Rodrigues esteve à altura de Edson Arantes do Nascimento.

Só um aperitivo: “Congelada, a imagem do velho videoteipe fica distorcida. Parece que o negro de camisa amarela e o branco todo de preto vão colidir, quem sabe se fundir, feixes luminosos tentando esquecer que um dia foram carne”.

A pegada segue firme ao longo de todo romance. Tabelando com Didi, Garrincha ou Vavá, Sérgio Rodrigues conta as idas e vindas de Neto para curar inúmeras feridas e aproximar-se do pai, um outrora famoso cronista esportivo amigo que fez fama e fortuna durante a ditadura militar.

Ao longo do romance, figuras reais como Nélson Rodrigues, seu irmão Mário Filho e Millôr Fernandes reencarnam para interagir com o protagonista Murilo Filho. As aparições dos monstros sagrados da crônica e do jornalismo ocorrem em flashes, coisa rápida o bastante para garantir verossimilhança e encantamento, sem risco que algum deles tome conta do livro. Fez bem o autor. Com gente desse porte, não se brinca.

Se o pai do protagonista bate-bola com Nélson Rodrigues, o personagem do livro de memórias cujos rascunhos ele entrega para o filho Neto revisar, um jogador quase sobrenatural chamado Peralvo, bate-bola com sua-majestade-o-rei-do-futebol.
Pelé dribleA prosa leve de Rodrigues, que já foi capaz de garantir uma narrativa instigante em Elza, a garota, desta vez soma-se a um maior domínio técnico – bendita seja a experiência. Em nenhum momento, o leitor desgruda-se da trama.

Nada é precipitado, a cortina vai se abrindo aos poucos, num ritmo sedutor, de um jeito tal que dá gosto ter O drible na bolsa para, de vez em quando, abri-lo ler quatro ou cinco páginas e, em seguida, guardá-lo com calma esperando o silêncio, o sossego e o momento para retomar a leitura.

A história dos desencontros dos Murilos, Filho e Neto, é narrada por uma terceira pessoa tão discreta, discretíssima aliás, que suavemente se revela tão falsa quanto a intenção de Pelé ao correr para receber a bola de Tostão diante da grande área uruguaia. Uma finta de corpo que deixa o leitor sem pernas, embasbacado, porém satisfeito de chegar ao final de um livro que marca com honra um gol de letra ao unir futebol e literatura, duas pontas da vida que andavam soltas.

O drible traz para a ficção a importância que o futebol tem para o Brasil contemporâneo. E, contraditoriamente, também traduz sua desimportância e pequenez diante da dor de um menino que o adulto deveras sente.
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Leonardo 22/04/2014

Um bom livro sem um protagonista à altura
Há um bom tempo acompanho os blogs Sobre Palavras e Todoprosa, de Sérgio Rodrigues. No primeiro, ele fala sobre língua portuguesa, desvenda origens de palavras, surgimento de expressões etc. No segundo, fala sobre literatura. Gosto do jeito que ele escreve, e com frequência concordo com suas opiniões.

Há algum tempo descobri que ele é escritor, quando encontrei, num sebo em Brasília, “O homem que matou o escritor”, uma coletânea de contos e seu livro de estreia. Não gostei muito do que encontrei.

Quando soube do lançamento de O Drible, fiquei curioso. Li algumas notícias auspiciosas a respeito do livro e decidi conferi-lo.

O Drible narra a história do relacionamento complicado entre um pai – Murilo Filho, um dos mais respeitados cronistas esportivos do Brasil, comparável a Nelson Rodrigues – e seu filho – Murilo Neto – que viveu sempre à sombra do pai e hoje é um solteirão que vive de escrever baboseiras e de revisar livros religiosos e de autoajuda.

Murilo Neto odeia seu pai (motivos para isso não faltam, vamos descobrindo ao longo do livro). Depois de um longo tempo sem manterem contato, o pai procura-o para informar que está com os dias contados, por conta de uma doença. Começam então a ter encontros constrangedores, já que há inúmeros assuntos que Neto gostaria de abordar, mas não tem coragem. Ele acaba indo ao encontro do pai porque imagina que o velho vai tentar se desculpar por tanta sacanagem que fez com o filho ao longo da vida. Enquanto pescam ou comem salgadinhos, entretanto, Murilo Filho insiste em falar de futebol. Fala do famoso drible de Pelé no goleiro Mazurkiewicz, do Uruguai, na copa de 70, fala de Mário Filho e de Nelson Rodrigues, mas, principalmente, fala de Peralvo, um negrinho da cidade mineira de Merequendu (mesma cidade onde nasceu Murilo Filho), que teria sido maior que Pelé, não fosse uma grande tragédia que interrompeu sua carreira.

O livro vai, assim, alternando episódios da vida de Murilo Filho (sua infância em Merequendu, o início da sua carreira jornalística), de Murilo Neto (seus relacionamentos frugais com caixas de supermercado ou de farmácia, sua participação numa banda de rock de relativo sucesso na época de sua adolescência) e a história de Peralvo, sobre quem Murilo Filho escreveu um livro.

O Drible passa boa parte de sua narrativa instigando o leitor a se fazer várias perguntas: qual o envolvimento de Murilo Filho com a ditadura? Ele era realmente um delator? Por que pai e filho se odeiam tanto? Qual a tragédia que ocorreu com Peralvo?

É um livro que vai “soltando” diversas pontas, de maneira proposital, criando uma grande expectativa pelo desfecho da história. Afinal, tudo vai se resolver ou não?

Aí reside o grande trunfo de O Drible. O final é surpreendente e muito satisfatório. Tudo se encaixa, tudo se explica.

Quando você finalmente saca o que vai acontecer (faltando duas ou três páginas para o final), você pensa: “Caramba!!!!!”

Sérgio Rodrigues mostrou-se habilidoso na hora de compor a narrativa – os episódios que citei anteriormente aparecem no momento certo, e você vai sabendo o suficiente a respeito de cada personagem do livro. Mostrou-se habilidoso no tocante ao “mistério” – apenas no final do livro revelou o grande acontecimento, dando um drible no leitor, isso sem deixar pontas soltas.

Apesar disso, não gostei tanto de O Drible. Ao final da leitura, tentava identificar as razões para isso. A priori, pensara apenas em uma: o estilo de Sérgio Rodrigues não me agrada. E que estilo é este? Aí reside um problema: não sei dizer. O que sei é que a leitura não flui, parece travar. Há um ranço, como se, para brincar com o tema do livro, eu jogasse em grama sintética, e não grama natural. Não fiz uma análise, naturalmente, mas a impressão que tinha enquanto lia era de que havia excesso de orações subordinadas adjetivas explicativas e restritivas. Frases como “Fulano, que faz isso, mas que sempre gostou de dizer isso enquanto pensava aquilo” ou “o fulano que faz isso é sempre inferior ao fulano que faz aquilo” e que deixam o texto arrastado. Como dá pra perceber, esta talvez seja uma crítica totalmente injusta, porque subjetiva.

Mas não é só isso, pensei. Aí lembrei-me de O homem que matou o escritor, cujos contos estão sempre centrados basicamente no mesmo tipo de personagem – escritor de meia idade frustrado/fracassado/ressentido – e encontrei a outra razão:

Murilo Neto não é um personagem que me conquistou. Um escritor fracassado, vivendo uma vida de solteirão, amargo, reclamando da vida, cínico e incapaz de construir um relacionamento… Já vi isso em algum lugar. Por mais que a trama seja bem feita, por mais que o livro aborde temas interessantes, não consigo me importar com Neto, ele não deixou de ser, em nenhum momento, um personagem de um livro.

Lembrei-me agora da leitura (ainda não finalizada) de um livro bastante elogiado: Angústia, de Graciliano Ramos. Passei um pouco da metade e também não consegui gostar do livro, apesar de reconhecer seus méritos. Motivo? O personagem principal é um cara invejoso, ressentido, recalcado, mentiroso, covarde, desonesto, enfim, uma miríade de defeitos que o tornam desinteressante para mim.

Faltando dez páginas para o final, meu cérebro me dizia: este é um livro duas estrelas, segundo meus critérios de classificação. Quando li o desfecho, percebi que valeu a pena ter ido até o final, por isso subi uma estrela. O Drible é um livro que não funcionou muito bem pra mim, mas preciso reconhecer que tem seus méritos.

Minha Avaliação:

3 estrelas em 5.

site: http://catalisecritica.wordpress.com
W Pereira 25/11/2015minha estante
Engraçado, conheço e já li o blog do Sérgio, realmente demonstra ser um profissional gabaritado que entende do riscado. Sobre este livro dele - que ainda não li - que foi recebido com pompas pela crítica, praticamente uma unanimidade, e quando isto acontece não tem como negar, o cara deve ser muito bom.

O tema do livro não me interessou, mas provavelmente o domínio do autor sobre narrativa deve valer a pena. Sua analise, em parte, subjetiva mostra o quando o autor é talentoso, se mesmo não gostando do protagonista (caso fosse por ser inverossímil seria uma falha do autor, mas se é verossímil então provocar esta sensação no leitor é prova do talento do autor) você é obrigado a admitir a pena afiada do Sérgio é porque o livro é muito bom, acho que um 4 estrelas ficaria melhor.

O Sérgio merece, primeiro pensei que ele fosse prepotente, lendo sua crítica percebi que não, ele simplesmente é bom no que faz. Conheço o Catalise Literária, muito bom, sempre passo por lá, com outro perfil.




spoiler visualizar
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Dimmi 30/03/2014

Golaço
O Drible é um craque de bola que joga de cabeça erguida, dá passes de letra e fá lances de efeito durante todo o jogo e chega com fôlego para no final do jogo fazer um golaço na literatura brasileira.
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João Claudio 02/01/2014

Sensacional e surpreendente. Sem mais.
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