Ju Oliveira 01/12/2014O final mais surpreendente que já me deparei!Quem me acompanha aqui no blog e instagram sabe que sou doida por um bom thriller policial. Então quando descubro algum livro novo ou nem tão novo assim, que chama a atenção dos leitores eu corro pra ler. Li vários comentários super positivos do livro “O tribunal das almas” e decidi lê-lo. Só posso dizer… por que demorei tanto para descobri-lo?
Marcus é um homem solitário, sem identidade, sem memória. A única coisa que ele realmente sabe sobre si mesmo, é que ele tem o dom em identificar o mal, mesmo este estando entranhado em pequenos detalhes. Na cena de um crime, ele vê o que ninguém mais é capaz de enxergar. Marcus consegue “ler” a mente de um assassino, mas ele não é um profiler comum. Marcus faz parte de uma organização secreta, existente a séculos, que atua paralelamente ao trabalho da polícia.
A especialista em fotografia criminal Sandra Veiga, descobre após cinco meses da morte de seu marido, que a causa pode não ter sido um mero acidente. Incomodada com essa possibilidade ela parte em busca de pistas que possam comprovar essa sua suspeita. Sem saber, ela acaba se metendo com pessoas extremamente perigosas e corre risco de vida.
Pessoas que tiveram algum ente querido arrancado brutalmente de suas vidas pelas mãos de algum maníaco, misteriosamente acabam descobrindo suas identidades e fazendo justiça com as próprias mãos. Mas quem poderia estar ajudando essas pessoas, simples donas de casa ou pais de família pacatos a agirem?
O tribunal das almas, à primeira vista pode-se passar por uma trama complexa demais, já que são expostos vários casos paralelos, inicialmente sem conexão uns com os outros. Mas a medida que a leitura avança, os fios vão se entrelaçando e formando uma trama fechada. O mistério que envolve a perda de memória de Marcus nos é desvendada pouco a pouco, fazendo com que o leitor vá montando o quebra cabeça.
O autor Donato Carrisi aborda um tema que eu desconhecia, mas que fiquei extremante fascinada, a Penitenciaria. Os penitencieiros eram (ou são?) padres que detinham o “poder” de absolver casos especiais. Então nos arquivos da Igreja Católica encontrava-se o maior e mais terrível registro de casos hediondos que se possa imaginar.
Os penitencieiros não estavam interessados na existência do demônio, ou melhor, eram os únicos a Igreja que duvidavam disso. Sempre o consideraram um cômodo pretexto, inventado pelos seres humanos para se eximirem das responsabilidades pelas próprias culpas e para absolver os defeitos da própria natureza. O diabo só existe porque os homens são maus.
Quem é bom e quem é mau? Em que momento de nossas vidas deixamos de ser bonzinhos para nos tornarmos maus? Ou vice versa?
Onde é que mudamos? perguntou-se.
Quando é que a história de cada um se modifica de um jeito irreversível? Mas as vezes não acontece. Às vezes tudo segue como deve seguir.
Nota-se claramente que o autor fez uma vasta pesquisa, sobre os recônditos da Igreja católica e seus segredos seculares. Ele literalmente nos faz viajar por Roma e seus monumentos e catedrais históricos, fascinante. Uma trama inteligentíssima, muito bem amarrada e com um dos desfechos mais surpreendentes que eu já me deparei. Este livro deveria ser leitura obrigatória para fãs de thriller policial. Entrou para minha lista de favoritos. Desejando muito ler outros livros de Donato Carissi. Super recomendo. LEIAM!
site:
http://juoliveira.com/cantinho/resenha-o-tribunal-das-almas/