Não há nada lá

Não há nada lá Joca Reiners Terron




Resenhas - Não Há Nada Lá


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Ruber 22/01/2023

Não tem nada no livro
" quando se acredita de verdade, acabamos nos tornando meio geniais. " JRT A modéstia não é o forte dele. Nesse tom , Joca se arvora a citar como personagens mal construídos, personalidades literárias cujos perfis não estão à altura dos "homenageados". O pior é que a narrativa não convence, os personagens não têm vida, afinal, quando tenta reviver figuras como Raimund Roussel, Aleister Crowleil, Fernando Pessoa ou Borges, tal projeto só tem duas saídas: ou o narrador satiriza seus mitos e com isso cria um efeito apenas alegórico ou mesmo beirando o nonsense; ou o escritor tem uma capacidade realmente potente para restituir as imagens das grandes figuras em um tributo que valha a pena. O escolha de joca - como o escritor pouco modesto que é - enverada pela segunda opção, e obviamente, a promessa está muito além das capacidades do escritor matogrossense.
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Fabio 02/11/2022

Não há nada lá ? que seja marcante
Entendo que possui o seu valor, que tem uma estrutura diferenciada. Um livro que realmente nasceu para ser cult.

Mas, sinceramente, eu preferia não ter me deparado com ele. Não achei legal, não me envolvi e fiz uma leitura dinâmica para terminar.

Apesar de muitos personagens, o livro tem pouco texto. A história procura ser sucinta, objetiva. Enfim, não me cativou e é um dos poucos livros que eu não consigo imaginar ninguém para indicar.
Ruber 22/01/2023minha estante
Joca é uma fraude financiada por um cículo literário medíocre e corrupto. Baladas literárias e bolsas de criação literária sustentam esse projeto, no qual oportunistas disfarçados de escritores ganham evidência em detrimento dos verdadeiros talentos.




Cassionei 12/06/2021

O APOCALIPSE DA LITERATURA
O romance Não há nada lá, de Joca Reiners Terron, começa no dia do meu aniversário, 2 de agosto, no ano de 1997, exatamente quando atingi a maioridade. Trabalhava num motel nessa época. Meu primeiro emprego de carteira assinada. Auxiliar de escritório, subgerente, tinha como uma das funções verificar o funcionamento dos equipamentos dos quartos, bem como fiscalizar a limpeza realizada pelos funcionários. Enquanto fazia meu trabalho, que sempre achei estranho, ficava imaginando os frequentadores do motel, geralmente casais que saíam da rotina e desejavam apimentar a relação, mas também muitos homens e mulheres que traíam seus parceiros e por isso servíamos para acobertar as puladas de cerca, às vezes atendendo telefonemas de esposas ciumentas e negando terminantemente que determinado carro estava nas dependências.


O que essa parte da minha vida tem a ver com a obra? Talvez nada, talvez tudo, talvez só a data marcante, talvez o ambiente peculiar onde trabalhei. Joca é um escritor que sabe tirar dos interstícios do cotidiano a melhor Literatura. Sabe ver o estranho, o bizarro, o surreal que pode estar tão visível e que paradoxalmente por isso não enxergamos. E põe isso na sua Literatura. Minhas experiências inusitadas no motel foram pouco usadas nos meus contos e romances, isso que eu já esboçava algumas histórias naquele período. Falta-me, no entanto, talento. Joca o tem de sobra e estamos falando de seu primeiro romance, lançado em 2001.

No dia 2 de agosto de 1997, morreu William S. Burroughs, que no romance é Guilherme de Burgos. O autor de Almoço nu, um dos romances mais amalucados que já li, joga um livro para cima (“Pergunto-me como seria a morte do livro. Diga, como morrem os objetos perfeitos?”), emulando o macaco de 2001: uma odisseia no espaço, e o objeto se transforma num Tesseract, um cubo que as novas gerações conhecem pelos filmes da Marvel e ilustra a capa da 2ª edição do romance, da Companhia das Letras, selo Má Companhia. E pulando no tempo e espaço, o leitor se vê transportado para testemunhar momentos da vida, mas recontados de forma ficcional, de escritores, um músico, um pistoleiro, um papa e até Lúcia, uma das crianças que viram a imagem e ouviram os 3 segredos de Nossa Senhora de Fátima (e aqui vai mais uma coincidência pessoal: minha mãe é devota da santa). Diversos personagens, reais, como Fernando Pessoa, alguns com o nome ou apelidos aportuguesados, como Gui-o-Guri (Billy the Kid), parecem ser criação original do autor, tal as situações estranhas que vivem em 7 histórias aparentemente diferentes, relacionadas a um livro com 7 selos estampados na capa, com provável relação com os 7 selos do Apocalipse (o 7, ah, o número 7!).

Assim como o último romance sobre o qual escrevi aqui no blog, A nota amarela, de Gustavo Melo Czekster, os capítulos também são numerados de forma decrescente. Além disso, as páginas também o são. E os capítulos, por sua vez, são curtos, bem curtos, intercalando as 7 histórias, 7 encontros entre os personagens (além dos citados, temos Rimbaud, Torquato Neto, Jimi Hendrix, Raymond Roussel, Papa Pio XI, Isidore Ducasse, Baudelaire, Fernando Pessoa e Aleister Crowley) e os objetos: o livro e o cubo. Destaca-se ainda o aspecto gráfico, com algumas ilustrações e reproduções do que seriam as páginas do livro dos 7 selos, com frases que se apagam, como se a tinta estivesse gasta, borrando, mas ainda se consegue ler alguns aforismos como “Escritor e Leitor, os dois estão no livro e ambos estão morrendo”, assim como há reprodução de cartas com assinatura dos escritores.

Há passagens que hoje causariam polêmica, como a suposta relação sexual entre Raimundo Roussel (Raymond Roussel) e o Papa Pio XI, descrita assim numa carta do poeta francês: “Disposto a desvelar tal segredo, não vi outra saída senão submeter-me aos jogos sensuais de Sua Santidade. Agarrei-a por trás, arrancando-lhe a delicada peça que ainda subsistia, e, enquanto provinham de sua boca pequenos guinchos de prazer e dor, ergui seu derriére para então aproximar-me com o ardor de que fui capaz. Instantes após aquele resfolegamento natural ao coito em que ambos os contedores esfregam-se, regulados por espasmos e pulsações que esvaem-se aos poucos, quedamos inertes sobre o assoalho”. Ao que parece, no entanto, teria sido uma alucinação de Roussel causada por uso de barbitúricos. Mas que é hilário imaginar um papa de calcinha rosa, ah, isso é!

O romance lembra muito Enrique Vila-Matas, de quem Terron é fiel leitor, ao colocar a Literatura como grande personagem. Perpassa na obra a morte da Literatura, do Livro, o apocalipse que nós leitores tememos. Por sorte, bons escritores como Joca Reiners Terron continuam escrevendo (o autor está lançando O riso dos ratos, seu novo romance, pela Editora Todavia), não deixando a Literatura desaparecer.

site: https://cassionei.blogspot.com/2021/06/o-apocalipse-da-literatura.html
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Lucy 02/05/2021

Muito loko
Eu peguei esse pra ler por achar que seria mais animado. E man, bota animação na bagaça.
Pra mim é como aquela passagem da bíblia que o povo começa a ver os animais de muitos olhos e não sei quantas cabeças.
Sim, é uma bíblia e seus evangelios vêm com Jimi Hendrix, Fernando Pessoa, Alister Crowley e o Bispo Xi acho...
O teceract, a marca do livro e outros sinais, a Lucia, e muito mais...
Só que no final... no final...

Ah...
Sei lá.
O livro está pra mim como uma experiência narrativa, foi divertido, alocado no contexto nacional e tem toda essa validação e é muito dinâmico.

Se eu recomendo? Bem... só pra algumas pessoas. Pra algumas eu recomendo o final, pra outras eu recomendo o outro quarto do livro.
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Amanda 29/09/2013

WTF?
Primeiro desejo avisar que, por ser uma ficção brasileira, o indivíduo candidato a leitor deverá estar preparado para qualquer conteúdo impresso nas 168 páginas desse livro. Se você pensou em lê-lo, siga o meu conselho: leia de uma vez só, isso evitará muita confusão na hora de retomar a leitura. Mas acredito que seja inevitável uma primeira impressão do livro diferente do título que essa resenha leva.
Apesar sermos informados que "os personagens são fictícios", nos deparamos no final com uma mini-biografia de cada personagem das histórias situados em seus tempos, o que faz o leitor ficar mais confuso do que quando percebeu que a numeração das páginas e dos capítulos estão em ordem decrescente.
O livro traz sete histórias que aparentemente não tem nenhuma ligação, além do repentino aparecimento de um livro de capa de couro que resultará no surgimento de um Tesseract luminoso no céu, consequentemente um apocalipse.
Então, foi em uma tarde que Joca Reiners Terron, através de seu título subjetivo, através do hipercubo estampado na capa do livro, através de suas páginas ( o mais íntimo local onde a consciência humana jamais pôde existir), e dentro delas seus parágrafos, linhas, frases e palavras, através de seus personagens talvez-fictícios, através dos seus capítulos indo em ordem decrescente rumo a um apocalipse - como uma contagem regressiva, inevitável de chegar ao zero - tentou me levar à loucura. Espero que ele não consiga.
() 14/10/2015minha estante
O livro não tem pé nem cabeça. Não pretendo largar, e essa não vai ser minha primeira nem última leitura desse gênero. Mas questiono o que é realmente aproveitável de narrativas assim (se é que podem ser chamadas de narrativas)...


Estação Ueno 54 26/10/2017minha estante
Parece bastante confuso, estou vendo que ou vou odiar ou vou amar esse livro.




Aguinaldo 20/11/2011

não há nada lá
Soube há tempos deste livro e bem que tentei encontrar um exemplar da edição original, publicado pelo próprio Joca Reiners Terron. Mas os volumes da finada (e louvada) "Ciência do acidente" são difíceis de encontrar. Se como muitos antes dele Terron editou a si mesmo, foi como poucos, e com faro e tino, que soube editar sujeitos de verve poderosa como Glauco Mattoso, Marçal Aquino, Mário Bortolotto, Nelson de Oliveira e outros tantos. "Não há nada lá" poderia se chamar "O apocalipse segundo Joca Reiners Terron". Se João escreveu seu apocalipse na ilha de Patmos, Terron teve a idéia do seu ao sair do "Rancho nordestino", no Bixiga paulista. Algo intoxicado ele provoca alguns amigos no bar, fala de um bispo de Macau que conhecia a verdade sobre o segredo de Fátima, das maquinações que as verdades sofrem ao serem registradas em livro, do uso político e eclesiástico das verdades e dos livros, de um provável fim do livro e de um inevitável fim do mundo. Nenhum dos zé-manés que ouviram sua história de bar parece ter se convencido muito, mas ele jogou sua cerveja quente no chão, guspiu alguns tronantes "É o caralho", rumou Rua santo Antônio abaixo e foi para casa escrever sua história. Em "Não há nada lá" encontramos sete histórias aparentadas, divididas em sete séries regressivas (o livro todo é paginado em ordem decrescente, mas isso é só um artifício extra). Além desses quarenta e nove capítulos correspondentes às sete histórias, há dois capítulos soltos, um logo no início e outro quase no final: esse último é uma espécie de Gênesis, intitulado "O bispo de Macau", onde Terron conta o insight original de seu livro e aquele primeiro, "Das considerações", é um breve resumo técnico sobre um conceito geométrico, o de Tesseract. Cada uma das sete histórias que Terron conta é um recorte arbitrário na biografia de sete indivíduos, cada um enigmático e perturbado a seu modo, que fazem às vezes de anjos destruidores, portadores de selos e verdades, cavaleiros de seu apocalipse literário. Terron até inclui um glossário ao final do livro identificando objetivamente seus anjos anunciadores: William Burroughs, Raymond Roussel, Torquato Neto, Isidore Ducasse, Arthur Rimbaud, Aleister Crowley, Lúcia (de Jesus dos Santos). O livro é povoado por outros personagens (Fernando Pessoa, Billy the Kid, Jimmy Hendrix, o papa Pio XI), não menos provocadores que os anjos de Terron. Suas histórias são amalucadas e divertidas. São de alguém imerso no universo da cultura popular, de alguém que parece querer esconder sua sofisticação. Encontramos os macacos voadores de "O mágico de Oz", poetas malditos traficando haxixe, poetas esotéricos enganando a polícia, duelos a bala (e com palavras) no velho oeste, teorias conspiratórias saídas de uma espécie de arquivo x, um divertido papa transfigurado em diabo gay, cenas escatológicas dignas dos filmes do David Cronenberg, cenas belíssimas que devem algo aos filmes de Peter Greenaway, a perene presença da igreja católica em suas maquinações, o poder das drogas e alucinações. "Não há nada lá" transborda o milenarismo dos anos em que foi escrito originalmente (o final do século XX). Enfim, é um bom livro, que oferece muitas associações e provocações a um leitor curioso. Preciso ler outras coisas desse sujeito. [início 12/11/2011 - fim 18/11/2011]
"Não há nada lá", Joca Reiners Terron, São Paulo: editora Companhia das letras, 1a. edição (2011), brochura 12,5x18 cm, 160 págs. ISBN: 978-85-359-1940-0 [edição original: Não há nada lá (São Paulo: editora Ciência do acidente) 2001]
Camila 13/12/2012minha estante
Ótima resenha! Adorei esse livro e planejo escrever uma sobre ele também!


Camila 13/12/2012minha estante
Ótima resenha! Adorei esse livro e planejo escrever uma sobre ele também!




Cleiton 23/08/2009

Lá tudo há sim
Pense em um livro que não é um livro. Um livro que carrega os mistérios de todos os livros já escritos, os verdadeiros mistérios daquele ser que no século passado apareceu em Fátima. Pense em encontros improváveis que acontecem. Não, não pense em mais nada. Se entregue aqui, onde tudo existe, sem limites. Se entregue, mergulhe: Não há nada lá.

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