A desumanização

A desumanização Valter Hugo Mãe




Resenhas - A desumanização


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DIRCE 03/08/2014

Tentei, mas...
A resenha apaixonada da Paulinha, o histórico de leitura do Arsenio e a resenha da Nanci (leitores que muito respeito), estabeleceram uma espécie de ponte entre o regular e o ótimo, de forma que iniciei a leitura sem muitas expectativas, mas, ainda assim,o livro ficou aquém do, por mim, esperado. Tentei. Tentei ,verdadeiramente, me deixar em envolver pela temática, pelo cenário, pela escrita, queria sentir um elevo semelhante ao que senti quando li O Filho de Mil Homens (um livro que exala calor humano), entretanto, fui fadada ao fracasso.
Fracasso que não pode ser atribuído a atmosfera que subleva da gélida Islândia, tampouco a temática a solidão advinda de corações petrificados, desumana, portanto - e, sim, à monotonia que nasce da escrita do Valter Hugo Mãe, um escritor que me seduziu sobremaneira nas minha leituras anteriores (O Filho de Mil Homens e A Máquina de fazer Espanhóis) a ponto de me fazer colocá-lo no rol dos meus escritores favorito, mas que,lamentavelmente, foi o responsável por eu ter feito uma leitura extremamente cansativa.
Cansaço me deixa preguiçosa, portanto,farei apenas um apanhado da minha leitura.
Referi-me a corações petrificados, e o mais notório é o da mãe das duas meninas: Sigridur- a morta, e Halla - a menos morta e narradora do drama, do seu drama. À Halla não é permitido sepultar Sigridur, haja vista que seus pais, cada um à sua maneira, espelham a tristeza que os consomem. A perda parece ser a protagonista do romance, pois ela se apresenta quase que absoluta: perda de entes queridos, perda da inocência, perda da infância.
Fatos que também pesaram no meu Não envolvimento com o livro foram a simbologia empregada por VHM e sua tentativa de capturar a alma feminina e que me trouxeram à lembrança Mia Couto e, este, sabe como ninguém retratar o universo feminino- de forma sensível e lindamente.
No final deste meu comentário fui assaltada por uma dúvida: será que fui acometida pela desumanização? Espero que não. Quero cultivar meu lado humano, e inicio este meu cultivo optando por não avaliar esta obra, mesmo porque, sei que VHM me reserva novos encantamentos em futuras leituras.
Cláudia Matta 24/10/2014minha estante
Olá Dirce,
Gostei muito da sua resenha, pois foi assim que me senti o livro dele.
Um abraço,
Cláudia


DIRCE 25/10/2014minha estante
Obrigada pelo comentário, Cláudia.


Mariana Santiago 13/03/2015minha estante
Senti-me da mesma maneira.
Ao ler, relembrava o quanto havia gostado de O filho de mil homens, e buscava encontrar resquícios do que me arrebatou - sem sucesso! Li umas 40 páginas e fui vencida pela frustração.


Flávia 30/03/2016minha estante
Que curioso, tivemos experiencias idênticas com a leitura de VHM, porém com os livros opostos. Me pego imaginando se teria feito alguma diferença se tivesse lido na ordem inversa. Acho que não...sei. rs


Vitor.Varella 02/01/2017minha estante
Acho que a virtude de Valter Hugo Mãe é justamente a ruptura total que acontece entre um livro e outro. A desumanização é bem melancólico e frio, o que me agradou bastante. A boa notícia é que se você não gostou desse livro, provavelmente vai gostar do livro seguinte dele - não precisa excluí-lo do rol dos seus escritores favoritos.


Cristiane 07/03/2017minha estante
Você disse tudo, esse livro me deixou cansada, me deixou apática, esperava mais dele. Mas continuo fã do autor.


Sheila Pires 22/02/2019minha estante
Olá Dirce, obrigada por nos presentear com a sua resenha. Me sinto em momentos assim e me pergunto se há tempos não leio um livro mais denso, ou realmente está se arrastando. Talvez seja essa a intenção dado o tema, a intenção seja perturbar. Não é um livro pra se sentir acolhido.


skuser02844 09/05/2019minha estante
Menina, adorei a forma que você escreve, comecei o livro hoje e diferente do que se esperaria, sua resenha me animou, justamente por ter falado ser esse bem diferente de O filho de Mil Homens, que foi um livro que não consegui terminar


Maria.Jose.Brollo 27/05/2019minha estante
Exatamente o que senti. "O filho de mil homens" li de um fôlego só. "A desumanização" li até o final, buscando as mesmas sensações do outro. Não obtive. De qualquer forma é um enredo bastante forte e onírico, à forma de Valter Hugogo Mãe


Day Malze 18/02/2020minha estante
Nossa, você descreveu EXATAMENTE o que senti. Incrível.




Paula 28/10/2013

Para não perder a ternura
Desde que eu li O Filho de Mil Homens que me encantei pela escrita do Valter Hugo Mãe. Poético, intenso, imensamente humano. Cada livro é uma aventura poética, que provoca em nós a reflexão sobre temas importantes da vida.

Tive a sorte de conhecer a escrita de Valter Hugo Mãe lendo O Filho de Mil Homens, que é meu grande favorito. Depois dele nenhum outro livro chegou tão perto do meu coração. Por tudo isso, a expectativa em relação ao novo romance, A Desumanização, que acaba de ser lançado em Portugal (com previsão de lançamento aqui no Brasil para o início de 2014) era das maiores. E o livro não me decepcionou. Continuou sendo essa leitura que instiga e que é por si só uma aventura.

Mas A Desumanização não é um livro fácil, que possibilite aquela leitura corriqueira e despretensiosa. Estava tão ansiosa para ler o livro que ele foi devorado tão logo chegou às minhas mãos. E apesar de ter gostado muito da leitura, terminei de ler com a sensação de quero mais, de quero outra vez, porque eu fui rápida demais. Então comecei a ler novamente. Sem pressa. Apreciando a linguagem como esse livro deve ser lido. E senti a necessidade de reescrever esse comentário aqui.

A linguagem poética de Valter Hugo Mãe parece emergir dessa Islândia onde a natureza é tão forte, onde a solidão é tão grande. Sim, o livro fala de solidão, mas não só sobre isso. Fala de amor, de perdas, de luto, de relações familiares, e muitas outras coisas. E contando a história de uma menina que perde a sua irmã gêmea quando criança, nessa Islândia que passamos a imaginar pelas descrições como um lugar talvez difícil de se viver (uma representação do mundo de hoje?), onde as pessoas vão perdendo a sensibilidade para conseguir continuar vivendo diante de ações e sentimentos cada vez mais desumanos. A decadência da família de Halla é contada e todo o sofrimento que a perda de sua irmã gêmea vai acarretar na vida das personagens é o fio condutor da história. Temos uma criança perdendo sua inocência e lutando para manter sua individualidade, e é bem chocante a figura materna nessa história, que não se conforma com a dor de perder uma filha, e que acaba por se tornar uma pessoa muito cruel pelo sofrimento. A filha que sobrevive será sempre a lembrança da que morreu. A solidão na dor e na ausência, por parte da mãe, e a solidão imensa da filha que fica "órfã" de mãe em vida e que perde sua metade, sua irmã.

Um homem não é independente a menos que tenha a coragem de estar sozinho, essa frase de Halldór Laxness, é a epígrafe do livro e a inspiração para o nome da personagem principal, Halldora, uma menina de 11 anos. É muito interessante ver a capacidade do autor de dar voz a essa personagem, narrando os sentimentos dessa menina, que ao longo do livro vai se tornando mulher, enfrentando todas as mudanças e descobertas que uma menina entrando na adolescência vai vivenciar.

Em A Desumanização, a figura paterna ganha força na história como ponto de equilíbrio diante da crueldade da figura materna. É o pai de Halla que traz a poesia e a literatura para a vida da filha e com isso ambos ganham uma dose extra de força para sobreviver aos desencantos:

"Os poemas, dizia o meu pai, podem ser completos como muito do tempo e do espaço. Podem ser verdadeiramente lugares dentro dos quais passamos a viver".

"O meu pai desentristeceu-me. Prometeu que leríamos um livro. Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia".

Continuo achando que Valter Hugo Mãe é um dos escritores contemporâneos que devem ser lidos, porque em todos os livros dele terminamos a leitura refletindo sobre algo relevante. É sempre difícil terminar de ler um livro dele e dizer alguma coisa a respeito, pelo menos é assim que eu me sinto. É como se precisássemos de silêncio para que toda essa realidade dolorosa dos temas que ele aborda possa ser absorvida. E se essa não é a literatura que transforma, então eu não sei mais o que é. Creio que foi em O Filho de Mil Homens que o autor nos deu uma pequena permissão para sonhar, pois nos outros livros, e em A Desumanização não é diferente, por mais doloroso que nos seja, (por mais doloroso que seja para o autor também, como ele mesmo afirmou em entrevistas) a vida não perdoa os personagens. E nem todo leitor está preparado para esse tipo de leitura. Eu já espero ansiosamente pelo próximo livro do Valter Hugo Mãe.

Valter Hugo Mãe. A Desumanização. Portugal: Porto Editora, 2013. 252 páginas

O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti. Ser-se pessoa implica a tua mãe, as nossas pessoas, um desconhecido ou a sua expectativa. Sem ninguém no presente nem no futuro, o indivíduo pensa tão sem razão quanto pensam os peixes. Dura pelo engenho que tiver e perece como um atributo indiferenciado do planeta. Perece como uma coisa qualquer. ...Aprender a solidão não é senão capacitarmo-nos do que representamos entre todos.


site: http://pipanaosabevoar.blogspot.com.br/2013/09/para-nao-perder-ternura.html
Mariana 02/11/2013minha estante
Parabéns pela linda resenha, que só nos faz ter mais vontade de ler a obra!


Paula 03/11/2013minha estante
Obrigada, Mariana! Fico feliz que tenha ficado com vontade de ler o livro, porque o Valter Hugo Mãe é um escritor que merece mesmo ser lido!
beijo,
Paula


Dalva Sales 16/02/2014minha estante
Gostei muito de suas observações. Também percebo o silêncio corrosivo depois da leitura de Mãe. O livro é deslumbrante, mas é para os que aguentam calmaria, angústias... Para quem aguenta as melancolias do homem. Este livro, em especial, senti movimentos de absorção e catarse no fim. Muito bom livro, muito boa resenha!


Paula 17/02/2014minha estante
Obrigada, Dalva! :)
beijo!


DIRCE 02/08/2014minha estante
Paulinha, amei sua resenha, mas não posso dizer o mesmo em relação ao livro. Eu a invejo pelo que conseguiu "saborear".
bjs




regifreitas 19/03/2017

Ninguém escreve como Valter Hugo Mãe. O autor português, natural de Angola, é, certamente, um dos grandes nomes das literaturas de língua portuguesa atualmente (no meu gosto ele está par a par com Mia Couto). A sua prosa, flertando constantemente com o poético, é de uma beleza inigualável, construindo imagens e metáforas que ficam na cabeça da gente muito tempo depois da sua leitura. Contudo, este "A desumanização" (2013) sofre justamente dos excessos que tornam a obra de Mãe tão singular.

Ao contrário de "a máquina de fazer espanhóis" (2011) - minha obra preferida de Hugo Mãe até o momento - este é um romance excessivamente abstrato no seu desenvolvimento. Os primeiros capítulos fluem muito bem, é tudo muito belo e triste. Mas logo se chega a um ponto em que a narrativa parece parar, tornando-se demasiada introspectiva; o ritmo cai muito. Não que introspecção seja uma falha (vide Clarice Lispector e Virgínia Woolf), mas, nesse caso, pareceu-me que destoou bastante de como a coisa principia. A impressão que fica é a de que o autor tinha um fiapo de história para contar, e o restante do livro foi recheado de imagens belas e sua costumeira linguagem poética, mas que aqui não dizem nada, não contribuem para fazer a narrativa caminhar. Há passagens, mesmo, que, de tão herméticas e obscuras, tornam-se mais um excesso de virtuosismo no trabalho com a linguagem do que algo realmente relevante para o romance.

Mesmo os personagens, tão ricos à princípio, não são aprofundados. Eles se perdem no excesso de palavras e elucubrações; até os sentimentos, aos poucos, vão se tornando artificiais e inverossímeis. Cheguei ao final sem me importar com o destino de nenhum deles.

Como comentei no início, a literatura de Valter Hugo Mãe é única na nossa língua, e mesmo não tendo gostado tanto desse romance como das demais obras dele que já conheci, ainda vou continuar insistindo no autor. Acredito que Mãe é alguém que tem muito ainda por dizer. E, mesmo tropeçando às vezes, ainda assim é muito melhor do que muita coisa que se tem publicado por aí.
Gláucia 20/03/2017minha estante
Fui procurar a resenha no seu blog, vc não postou lá né? Aliás seu blog é excelente, vou explorar mais.
Quanto a essa sua resenha, tudo o que escreveu sobre esse livro, pra mim se aplica à Máquina de Fazer Espanhóis rss


regifreitas 20/03/2017minha estante
o blog anda meio parado. até já pensei em retomá-lo, mas dá uma preguiça! mas ainda está nos planos.


regifreitas 20/03/2017minha estante
como você não gostou da máquina de fazer espanhóis????? isso é uma heresia! rsrsrsrs


Gláucia 20/03/2017minha estante
Haha. Gostei mais do mil homens, mesmo assim não achei tudo isso


Marta Skoober 23/03/2017minha estante
Talvez heresia seja não ter lido Valter Hugo Mãe e não ter vontade disso. ;-)




Amanda Bento 27/03/2019

quase como se Machado de Assis tivesse ido pra Islândia
esse livro me deixou desconfortável, terminar foi um pouco difícil. quero ler outros livros do autor pra saber se o desconforto é parte da técnica ou foi um recurso.
alissonferreira.c1 27/03/2019minha estante
Em que sentido te deixou desconfortável? Fiquei curioso.


Amanda Bento 28/03/2019minha estante
No sentido de ter abuso sexual de uma menina de 11 anos


alissonferreira.c1 28/03/2019minha estante
Nossa, que pesado. Já cortei da lista.


Amanda Bento 29/03/2019minha estante
pois é, é um tema muito pesado




Gigio 26/04/2021

Emocionalmente pesado
Obra Magnífica, lindamente escrita.
Bem carregado emocionalmente, do meu ponto de vista, muito triste. Uma tristeza quase palpável. Cru, real.
Sofri junto com a perda da irmã gêmea, o descaso e o abuso da mãe, o afastamento do pai e outras perdas que seriam spoilers.
Minha melhor leitura de 2021 até agora.
JonasLupus 26/04/2021minha estante
Povo tem falado bem desse autor!


Gigio 26/04/2021minha estante
Primeira obra que leio. Gostei muito do enredo e do texto. Ele realmente merece todos os elogios. Recomendo.


Alanna Fernandes 16/08/2021minha estante
Uau! Fiquei inspirada!




nocca 16/08/2020

Ler "A desumanização" me foi custoso, doloroso. Embora já acostumada como a prosa crua de Mãe, há certos aspectos gráficos no livro, muito duros, que me fizeram parar a leitura por um tempo. O livro não é ruim, pelo contrário; é um "excesso" de empatia que faz com que eu me relacione e comprometa com as histórias e seus personagens de tal modo que aquela história passa ser a minha, em uma certa medida. Ainda assim, resolvi dar um voto de confiança a esse autor que tanto amo e não me arrependo.
A princípio, acreditava tratar-se puramente de um livro sobre luto e como lidar com esse aspecto inevitável da vida. Nessa história, a morte é mais um item no cenário gélido da Islândia e da vida de Halla, que nos leva a ponderar sobre os processos que constroem e ao mesmo tempo corrompem o que acreditamos ser a nossa humanidade. Sinceramente, acho que é o máximo que posso dizer sobre. Ainda estou processando e só posso arranhar a superfície nessa resenha, e recomendar a leitura. Por fim, faço questão de lembrar que só existimos por e através desse "outro", e que devemos deixar a beleza nos comover mesmo nas situações mais sofridas que a vida nos apresenta (por mais clichê que isso possa parecer). Deixo aqui esse trecho, dentre os muitos que me comoveram:

"O mundo pensa na felicidade, julguei eu. Se as auroras descessem a boca de deus, iluminando o meu filho cadente, podia ser que lhe indicassem o caminho para um sossego qualquer, traçado no ouro encantado que certamente revestia o físico animal do próprio deus. Imaginei um lustre de mil lâmpadas descendo a funda no centro das montanhas dos fiordes. Um lustre de mil lâmpadas que mostrasse a beleza, para que os mortos não se equivocassem. Para que não se esqueçam nunca da beleza de a morte ser uma dimensão de deus. A morte é uma dimensão de deus. Deve ser magnífica."
Paulinho 16/08/2020minha estante
Amei a sua resenha!!!


nocca 17/08/2020minha estante
Obrigada! E obrigada por me proporcionar essa leitura! ?


Paulinho 17/08/2020minha estante
É um prazer. Hugo Mãe é um grande escritor. Ler suas obras é sempre uma experiência impactante.




Glauber 18/08/2020

Narrativa poética profunda
Leitura concluída.

Livro 33 do ano: "A desumanização" - Valter Hugo Mãe

Foi minha primeira leitura do autor e já gostei. A linguagem carregada de poesia é deslumbrante. Aliás, essa linguagem ajuda a narradora e o leitor a passar pelas questões profundas da história, que, em essência, gira em torno da morte, ou melhor, do luto.

A história é sobre uma menina que perde sua irmã gêmea. E, no luto gerado disso, passamos a ver o seu lugar, a Islândia, e o mundo, por sua visão.

Obra sólida e bem tecida.
Giesteira 18/08/2020minha estante
Foi minha primeira leitura do Valter Hugo Mãe também. Desde então já li todos dele. Vale a pena seguir e, se quiser uma sugestão, leia A Máquina de Fazer Espanhóis. Passar da infância para velhice foi bem bonito pra mim.


Glauber 18/08/2020minha estante
Sem dúvida! Muito grato pelas dicas!




Dayane.Farinacio 15/07/2023

Acho que preciso de outro livro do autor
A escrita é linda, lindíssima mesmo. Mas não consegui fazer colar a linguagem usada em uma personagem de 11 anos. E não é nem por ser poética, porque pode ter poesia na linguagem de uma criança, mas porque o jeito de "falar" não combinava com a personagem (não querendo comparar, mas já comparando, Aline Bei faz isso muito bem). Parecia uma pessoa muuuito mais velha se expressando. Apesar de o livro retratar um momento muito doloroso e profundo na vida da Halla, acredito que, sendo uma criança, a linguagem precisaria ser outra. Além disso, acho que a forma como as coisas foram acontecendo no livro fazem a gente ter o impulso de passar pano ou mesmo naturalizar questões problemáticas. Tem que fazer um esforço pra não se deixar levar pela escrita bonita e esquecer desses problemas. Acho isso muito perigoso e me incomodou demais.
Por isso, acho que preciso dar uma nova chance para o autor, com histórias de personagens adultos, para ver se me sinto melhor com a leitura, porque a forma como ele coloca as palavras é realmente muito bonita.
Marcela Fregonesi 12/12/2023minha estante
acho engraçado como as pessoas têm visões diferentes. eu achei a visão da aline bei (li a pequena coreografia do adeus) completamente irreal enquanto achei que a dele se fazia crível se pensar no contexto da personagem


Dayane.Farinacio 12/12/2023minha estante
Guria, total!!! Pessoalmente, ainda prefiro O Peso do Pássaro Morto, da Aline Bei, e acho que nesse ela foi mais feliz na linguagem. Mas é isso, em cada pessoa bate de um jeito e essa também é a graça da coisa haha




Gabriel 09/04/2020

Ótima escrita...
Sem dúvidas a escrita do autor é fabulosa, como se cada palavra fosse cuidadosamente escolhida para compor o seu raciocínio. Quanto a história em si, apresenta uma trama interessante, porém fica menos envolvente na segunda metade do livro. Este foi o meu primeiro contato com as obras do autor e em breve pretendo ler outra obra sua.
Milex 23/04/2020minha estante
lê o paraíso são os outros, é lindo


Cleuzita 03/05/2020minha estante
Já comecei a ler mas interrompi, nem sei o porquê, mas vou retomar.




brunomathiasss 13/07/2021

Incomodo, esse livro deixa um incômodo
Não consigo descrever os sentimento vastos que tive lendo essa obra. Ha momentos em que me senti sendo desfeito, e largado no meio do nada. A um trabalho emocional nessa obra que nunca tinha visto em outro livro, é a angústia em seu estado mais puro, quase independente. A forma como o autor descreve a perda é devastadora. Acontece uma aproximação do leitor com a tristeza descrita assustadora. A desumanização... engraçado, foi uma das coisas mais humanas que li.
Gabi Gomes 13/07/2021minha estante
Gostei do q vc escreveu, principalmente o final


brunomathiasss 13/07/2021minha estante
Vlw po, tentei por tudo que lembrava do livro. Tinha que ter escrito assim que terminei mas acabei procastinado kkkkk




Marcelo.Castro 28/10/2022

Interessante
Embora com a típica narrativa poética que caracteriza outras obras do autor, este livro foge um pouco das demais histórias de Mãe por sua aridez. Mas que tem haver com o próprio ambiente em que a narrativa se desenvolve. A aridez e frieza do ambiente encontra paralelo com os próprios personagens e suas lutas internas. Não apontaria como uma das obras de maior destaque de Mãe, mas para quem já é fã como eu, vale a leitura.
Honey K. 31/01/2023minha estante
qual seria a melhor?


Marcelo.Castro 31/01/2023minha estante
O primeiro que li foi Filho de mil homens, mas o que mais me marcou dele até hoje foi Máquina de fazer espanhóis... Recomendo qualquer um dos dois. Se puder, leia ambos...




spoiler visualizar
lorena 29/11/2023minha estante
qual outro dele vc recomendaria pra começar? comecei por esse e to odiando kkkkkkk


Mari M. 16/12/2023minha estante
Nossa recomendo demais o filho de mil homens... aquele ali me deixa arrebatada até agora




larissa dowdney 09/03/2015

Confesso que comecei o livro com a maior das expectativas. Já nas primeiras páginas fui me apaixonando pela poesia, sensibilidade e pela delícia das palavras. Lembrei-me do meu autor preferido: Raduan Nassar. Porém, à medida que fui destrinchando o livro, comecei a ficar cansada. A história não se desenvolvia. E a poesia excessiva (que outrora me deixou fascinada) foi acabando com meu interesse. Sim, o livro é extremamente poético e profundo. Mãe é inegavelmente um ótimo escritor. Mas, não sei se pelo momento, achei que faltou enredo à história e faltou elementos que complementassem o florido das palavras.

Em resumo, é um livro para ser amado ou odiado. Eu, por agora, não me entusiasmei. Quem sabe, numa outra fase...
ElisaCazorla 30/03/2015minha estante
Concordo com você. Apenas não posso afirmar que ele é um bom autor porque não li mais nada dele, mas passei pela mesma frustração que você passou: comecei entusiasmada, o começo foi ótimo e...de repente o livro enrola e enrola e não vai para lugar nenhum. Até tive a impressão que o próprio autor sentiu isso e apressadamente termina o romance com rápidas explicações e pronto. Este livro é tão bem editado, uma capa linda e um título instigante para deixar o leitor absolutamente frustrado.


larissa dowdney 02/04/2016minha estante
Elisa, leia O filho de mil homens do Mãe. Esse sim é uma obra-prima!!




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