Jonas Vai Morrer

Jonas Vai Morrer Edson Athayde




Resenhas - Jonas Vai Morrer


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Pedro 21/04/2020

Luso-Brasileiro
Um bom livro, com um desfecho de fazer ?BUM? no seu cérebro. Tive alguma dificuldade pela literatura usada no livro mesclar entre português de Portugal e Português Brasileiro. Acredito que pelo autor morar lá, deve ter algumas palavras que entram em choque. No mais, um livro divertido, curto (para se ler rapidamente) e que lhe prende. A história de Pedro, 32, H. H., Alice C e Jonas tem suas mistificações e reviravoltas do começo ao final.
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Léo 17/01/2016

Surpreendente, fantástico, sofisticado
Quero seguir o estilo do autor. Assim como ele, vou denotar a vocês logo nessas primeiras linhas, o que geralmente faço ao término da resenha. Vou deixar claro a minha sensação ao terminar de ler a obra do Edson Athayde, autor bem ousado que relatou ao leitor estampando na capa um dos principais acontecimentos de sua obra em vez de ocultar a morte do rapaz a tornando um dos pontos a ser revelado durante a novela. Afirmo que, os meus olhos ficaram esbugalhados por alguns momentos mas não por sentir arrepio ou medo, e sim grande emoção pelo imprevisto. Fiquei num estado descomunal que há tempos não sentia ao terminar de ler uma obra. O final é MEGA SURPREENDENTE, FANTÁSTICO.

Dúvidas e esclarecimentos no ar; o que será realidade e o que será apenas imaginação no meio deste romance praticamente policial? Que há um algoz todos já sabem, a sinopse deixa claro e o título já fazia imaginar antes de tudo esta hipotética realidade. Pensa-se na verdade, que tudo gira em torno deste algoz, e talvez até seja assim, mas passa-se também entre outras histórias desgarradas de personagens comuns e incomuns que compõe o labirinto do enredo. Mas, de quê exatamente Jonas morrerá? Ou como e em que momento isto acontecerá? No romance apresentado por Edson Athayde, percebe-se em vários momentos, os fracassados padrões e escolhas deles, personagens, que ainda sim, sentiam um tipo de amor por várias coisas, a cultura, a literatura e a vida até. Leitores com nível alto de interpretação perceberão facilmente que o autor não manipulou a história, isto ficou claro, ele deixou que a história fosse quem o levasse a escrever.

Os capítulos são curtos, o que para alguns é um defeito ou problema mas o que para outros torna-se quase uma prioridade de leitura. Particularmente isso me agradou, fez a leitura ser maravilhosa, há tempos eu não lia um livro tão inspirador e sofisticado como este. Talvez seja falta de conduta minha, pronunciar a leve semelhança notada entre os estilos de enredo e escrita da obra com o livro ''Benjamin Litter''. escrito por minha pessoa e publicado em junho de 2015.

Pedro, um dos personagens, pessoa daquelas anônimas, que se camufla entre a multidão, cheios de gestos rotineiros, que ao decorrer da novela mostra-se um irresistível curioso, evocou-me recordações de Benjamin Noah. A história, transitada diversas vezes nas ruelas de Guimarães, centro cultural de Portugal, com estilo histórico e fiscalizada pela aglomeração de pessoas dissemelhantes, compara-se em certos pontos ao romance social do reflexivo e desacreditado poeta brasileiro. Ainda comentando os personagens, com lindas citações e comparações feitas pelo próprio autor, acha-se Alice C., quase uma Capitu, dissimulada, com olhos de ressaca, "tão bonita, tão bonita'', de seios tão belos. Esbarra-se ainda com o 32, interno da Casa da Boa Esperança, possivelmente louco, indivíduo infeliz e demente cujo Pedro nem sabe o nome e H.H., escritor soberbo e prepotente que também fracassa antes mesmo do fim da novela.

Aos inícios dos capítulos e em bons trechos de todo o conteúdo, são reveladas partes do caderno de memórias ilegítimo que Pedro lê. A novela em si é muito louca, no seu mais afiado e inaudito sentido. O passeio pela vida dos envolvidos de forma separada é, no mínimo, inteligente demais. O estilo de Edson Athayde é um luxo, é belo, é primoroso.

Tenho um fascínio por escritas desse estilo. Lembrei-me da minha juventude, onde várias vezes no ano, descia as escadas que ligavam a sala de aula ao pátio e sentava-me ao ar livre para ler às escondidas, ao canto da quadra de esportes. As leituras eram semelhantes, me faziam sentir-me um poeta vagante dono das ruas, com uma gula pelos livros de Eça de Queirós e um de seus influenciados, o grande Machado de Assis. Por ser carioca, senti-me, ao ler ''Jonas Vai Morrer'', às bordas das construções históricas do centro do Rio de Janeiro (local citado - talvez por propósito óbvio ou preferência pessoal, quem sabe - durante a obra de Edson Athayde, que se assemelha muito ao centro histórico de Portugal). As suas vielas, o seu movimento contínuo, os seus ares poluídos pelo som quase contínuo de vários Pedros, muitos 32 e iguais Alices C. e H.H.. Vivi em poucas horas a louca confusão entre o que realmente é o que só parece ser. Não sei se eu era um Pedro, um 32 ou um Jonas, mas a certeza é de que eu estava lá também.

Dizer logo na capa do livro que Jonas vai morrer pode parecer idiota, uma perfeita estupidez, mas é neste ponto que o leitor se condena ao julgar precocemente o autor, que demonstrou na verdade, perspicácia e ousadia. Deve-se entender que em todas as novelas têm um novelo, que nada mais é do que as suas intrigas, reviravoltas, surpresas e labirintos. Sendo assim, tudo fará sentido ao final.

E antes de finalizar, palmas também para a Chiado Editora pois o material produzido é perfeito, causa encantamento. As folhas que separam os capítulos são negras, um charme excelso. O material é bem leve, leve mesmo, muito confortável de se manusear. A capa tem título em relevo e as folhas do miolo têm diagramação bastante charmosa.

''Jonas Vai Morrer'', livro de Edson Athayde publicado pela Chiado Editora merecia estourar o limite de 5 estrelas se fosse possível. Parabéns ao autor pelo talento, intelecção e desgarre. Adorei a leitura que fiz em poucas horas. Eu recomendo que adquiram e leiam o livro, vocês irão se surpreender. Para a Chiado Editora, ficam os meus singelos agradecimentos pelo envio da obra e os parabéns por esta maravilhosa façanha.

site: http://leootaciano.blogspot.com.br/
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A Garota do Livro 02/12/2015

Que final, que finaaaal
Sabe aquele livro que conquista pela capa? Pois é. O livro é tudo aquilo que você imagina só que ao contrário.
O livro nos trás duas histórias interligadas, como foco nos temo Pedro, uma pessoa antissocial, perdido, e sem um motivação de vida, ele trabalha em uma casa de repouso e um dia ele recebe um diário do paciente 32, ele não queria ler o diário mas seu começo o deixa intrigado... Jardim das memórias...
A cada dia Pedro, por ser meticuloso, lê apenas um trecho do diário, e a cada trecho descobre um pouco mais da vida do paciente 32, de Jonas e de Alice C.
Três amigos, vivendo suas vidas de forma aventureira só não esperavam que aparecia mais um elemento na vida deles que mudaria toda a sua amizade.

Qual o segredo que esconde o paciente 32? Por que Jonas Vai Morrer? Qual o fim teve Alice C.? E o que trás a vida de Pedro?

São as perguntas que motivam a leitura e no final de tudo você não se arrepende. Diagramação perfeita, tudo lindo, só pode ser problemas para alguns o vocabulário que algumas vezes puxa pro lado de Portugal e eleva o nível, mas nada que um dicionário não resolva :)

Compreeem

site: a-garotadolivro.blogspot.com.br
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Blog Flor Roxa 17/05/2015

Jonas Vai Morrer, de Edson Athayde
Olá Flores,

Primeiramente quero deixar registrado adorei o trabalho da editora na confecção do livro, achei a capa muito interessante com título em alto relevo, páginas amarelas com duas páginas negras de um papel lustroso como divisória de capítulo trazendo nelas uma citação ou frase apontando aquilo que está por vir. Amei!

Dito isto vamos à obra em si, pois muito bem! A história começa apresentando o personagem Pedro que vem a ser um homem sem passado como diz a sinopse, mas não é simplesmente um tipo de passado especifico. Pedro é apresentado como alguém que passou pela vida sem deixar marcas e nem ser marcado por ela. Sem sobrenome, sem família, sua idade também não é citada. Ele não tem ex-amores, nem dissabores, ele se comove tanto com as mazelas humanas quanto com uma lâmpada que em um minuto brilha suntuosa e no outro jaz queimada e apagada.

Pedro é a espinha dorsal deste romance, ele divide seus dias cheios de tédio onde trabalha em uma casa de saúde com noites de leitura onde se admira por nunca se lembrar de já ter vivido qualquer coisa pelo menos semelhante as histórias que lê vão dos mais ordinários folhetins aos mais clássicos da literatura mundial e também a Barsa.

E é justamente por meio destas leituras que Pedro conhece Jonas nas narrativas de um autor não identificado, então temos ai três personagens entrelaçados por um calhamaço de papeis manuscritos, Pedro, Jonas e o narrador da historia de Jonas que narra em primeira pessoa à vida de Jonas e em vários pontos conta aventuras que viveu junto a Jonas.

Conforme Pedro vai se aprofundando na leitura vai ficando claro a ele, que o narrador tem muito mais a ver consigo do que com Jonas, que também relata ter uma vida medíocre que é abrilhantada por sua convivência com Jonas que por sua vez é bonito, alegre, sedutor e tem uma forma muito leve e peculiar de viver a vida, sem apego, mas sem dramas. Já o autor do conto demonstra ser o vampiro de Jonas e não apenas se alimenta da energia dele, mas também o inveja e se recente dele.
Quando Pedro lê naquelas paginas algo que a ele soou como uma sentença “Jonas vai morrer” ele percebe que ali poderia tem algo mais que simples literatura e resolve investigar se aquilo que ele lia era mera ficção ou parte de um relato de vida e mais vidas vividas ali mesmo, bem próximo dele. A esta altura já consegue até ver poesia no tecer de uma aranha e sua teia, ele já não passa os dias vendo sem enxergar, ele se sente contagiado pelo relato daquele manuscrito tão original.

“Duvide de tudo o que está escrito, juramentado, lavrado em notário. A verdade não precisa de recibo. Já a mentira gosta de formulários e segundas vias, por isso é sempre mais convincente. Documente a sua mentira em papel timbrado e eu serei seu amigo devoto. Diga a sua verdade sem comprovantes, modelo 14, devidamente carimbados e rubricados, e eu chamarei a policia”. Pag.63

O autor deste manuscrito desafia a inteligência e a sanidade de Pedro que então decide investigar quem seria Jonas pessoa real ou personagem pura e simplesmente? E se era pessoa ele já teria morrido ou ainda estava sob ameaça? Porem neste trajeto muita coisa e surpresa acontece, personagens que estão por ali meio que cobertos por uma cortina de fumaça ou indiferença, dada à situação enquanto atores da casa de repouso onde Pedro também vegetava, começam a sair das sombras e tomando vulto e importância na trama cujo desfecho é denso e ao mesmo tempo fluido fazendo uma ligação com o inicio da obra tornando-o mais do que esperado e até mesmo lógico sem perder o encanto e a magia para nós leitores.

Não percebi nesta obra do autor Edson Athayde a forte influencia do português de Portugal e somente depois da leitura percebi que o autor é brasileiro naturalizado, talvez isso explique. Esta obra é muito agradável de ler, pois ela apresenta uma estrutura diferenciada podemos dizer que são dois universos paralelos e que em algum momento se fundem, é uma novela dentro de um romance e seguindo este raciocínio em dado momento eu mesma me fiz a seguinte pergunta; Poderia neste exato instante, em algum universo um leitor estará lendo a minha história e eu ser um terceiro elemento desta trama? Alguém poderia estar lendo a história de uma mulher(eu) que está lendo um romance e neste romance o personagem lê um terceiro livro?

A única coisa que tenho certeza neste momento é que nem tudo é o que parece ser, não mesmo! Loucura?

P.s: Resenha disponível com fotos no blog Flor Roxa

site: http://florroxapoemasepoesias.blogspot.com.br/2015/05/resenha-jonas-vai-morrer-de-edson.html
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