Maria Faria 21/02/2012
Lições e muitos ensinamentos
“Há 2000 Anos...” é um romance que conta a história de Públio Lentulus e sua família. Públio era um senador romano e tinha como companheira sua esposa Lívia, mulher dedicada, respeitadora dos costumes familiares, que junto com sua amiga Calpúrnia, representava as poucas mulheres da sociedade romana que ainda conservavam o respeito as tradições e não tinham caído nas teias das prevaricações a que estava sujeita a sociedade romana daquela época. Calpúrnia era esposa de Flamínio Severus, amigo dedicado a Públio. Os fatos ocorrem no seio destas duas famílias, mas Públio e Lívia são os personagens centrais desta história. Públio leva sua família para Jerusalém, em busca de melhoras para sua filha Flávia, que é acometida por doença incurável. Em Jersusalém sua esposa conhece Jesus e se encanta por suas exortações. É com esta viagem que começam as grandes provações de Públio e Lívia, desde a perda do filho Marcus, através de um rapto criminoso até a separação do casal, que se mantiveram dentro do mesmo lar apenas para continuidade da criação de Flávia. A história é um conjunto de eventos dramáticos, que a todo momento faz uma ligação entre os ensinamentos de Jesus e os erros cometidos pelos personagens. A maior lição do livro é a de humildade. As duas famílias, Lentulus e Severus, são submetidas a uma sociedade hipócrita, crente apenas em seus deuses e riquezas. E todas as provações experimentadas pelos personagens são frutos de seu orgulho, ficando claro a todo instante que são seus próprios algozes. Traições, lutas por poderes e por paixões desenfreadas são os principais temas da obra, enriquecida pela narração da passagem de Jesus e de seus ensinamentos. A lição do livro pode ser facilmente sintetizada nos pensamentos expostos por Públio Lentulus, quase ao final do livro: “Se eu tivesse aproveitado a exortação de Jesus naquele dia, talvez houvesse alijado mais de metade das provações amargas que a Terra me reserva...” e “Toda vez que caímos ao longo do caminho, favorecendo o mal ou praticando-o, efetuamos uma intervenção indébita na Lei de Deus, com a nossa liberdade relativa, contraindo uma dívida com o peso dos infortúnios...”.