O frio aqui fora

O frio aqui fora Flavio Cafiero




Resenhas - O frio aqui fora


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David Atenas 17/11/2023

Fraco, afogado no "indie"
Me habituei a ler livros com temática mais "hipster", sejam vindos de escritores brasileiros mais consagrados, não querendo dizer que sejam bons (Daniel Galera, Mário Bortolotto) ou menos conhecidos (Botika), e até mesmo rejeitados pela patota (Marcelo Mirisola), mas este não havia me pegado: tem um modo de escrita não-convencional, lembrando algum texto daquele Marcelino Freire, e apesar de abordar um tipo de narrativa que gosto ("semi-autobiográfica", com o pé na realidade), o desenvolvimento foi muito fraco, e foi prejudicado pela mesma escrita, que soou muito enfadonha. Fiz muito esforço pra conseguir ler, e ainda assim, não rolou de ultrapassar a página 50.
O autor deixa claro não se importar com ganhar dinheiro com seus livros, o que não seria problema algum, mas ele só pretende falar para o seu nicho, que provavelmente seria ainda menor que o os "indies" que acompanham um trabalho de um escritor mais autoral.
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Leonardo1263 30/07/2023

Envolvente
O romance apresenta muitas experiências vividas pelo autor, não que possamos considerar uma NÃO FICÇÃO, mas pela precisão nos detalhes, sentimentos e interpretações de vários momentos, acredito que tenha sido um expurgo de seus muitos demônios e problemáticas. Luna claramente era um objeto desajustado em um lugar que requer muito ajuste. Ajustes metódicos, regras, burocracias, etiquetas, sistemas, processos, e como diz a psicóloga da empresa: "Você deve sofrer demais aqui, por não ter o padrão para esse tipo de serviço". Claro que na vida não podemos trabalhar somente com nossas aptidões, precisamos pagar os implacáveis boletos, sendo assim nos sujeitamos grande parte da vida a fazer o que precisa ser feito em detrimento de fazer o que se quer fazer ou o que poderia fazer com a excelência da alma.

Partindo desse pressuposto, a vida de nosso personagem principal vira de cabeça para baixo, podemos dizer que ganhou um momento de clareza sobre seu real propósito de vida, ou simplesmente desmotivou geral (ficando simplesmente brocoxô). Por desanimar profissionalmente, desanimou também na vida amorosa, o que trouxe uma grande problemática, fazendo valer a máxima de que o que está ruim, sempre pode piorar. Luna com 40 anos parece a deriva, planos frouxos, para uma rotina frouxa, esmagadoramente angustiante. Tudo se torna um grande castigo.

Me identifiquei muito com o personagem, já tive experiências semelhantes, infelizmente semelhantes. Um escritório sem ambiente é uma prisão, um castigo diário, a sintonia não afina, os processos perdem propósito e tudo que se deseja é a mudança. O confinamento em situações como essa é uma bomba relógio, um grande celeiro de pensamentos negativos que deixam o clima cada vez mais pesado. Pensar positivo, buscar superação vai muito além da razão.
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Gustavo Simas 16/10/2022

Muda de vida, Gustavo
Esse livro é 70% eu. Os outros 30% são, provavelmente, uma previsão do meu futuro.

Gustavo que é chamado de Luna no trabalho, de Gunga pela namorada, de Guga pela família, é um profissional do mundo corporativo. Ele escreve em horas vagas, com textos guardados desde a adolescência. Quando passa por um fim de relação, começa a questionar as coisas e encuca em largar o emprego para virar escritor.

A premissa é simples, só que a forma é complexa. O autor experimenta a narração em primeira, segunda e terceira pessoa, brinca com as referências circulares no texto, migra de assuntos com uma fluidez que trazem à tona o pensamento e avançam a história em uma estrada não-linear.

Conheci o livro porque o autor, Flávio Cafiero, é mediador de um Clube de Leitura que participo (A Escrevedeira). E seu romance de estreia é uma autoficção que reverberou em mim. E que, certamente, pode reverberar em muita gente também.
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Gui 19/11/2021

Um livro que esfria
O livro conta a história de Gustavo Luna, um publicitário de formação, que trabalhava como gerente em uma multinacional, na área de importação, mas cujo sonho de adolescência era ser escritor. Lutava por uma promoção na empresa, já estando cada vez mais insatisfeito com a sua vida. Quando perde o cargo para alguém externo e, ao mesmo tempo, perde a namorada, Luna entra em crise e começa a repensar sua vida, de fato.
Em meio a muitas angústias, tristezas e incertezas decide abandonar tudo e começar do zero, seguindo o sonho de viver como escritor. Além de tudo isso, Luna descobre que será pai fora do casamento, sendo a paternidade outra grande questão sua.
O livro, quase autobiográfico, é uma crítica a vida capitalista contemporânea. Fala sobre as escolhas que fazemos e como conduzimos nossa vida de modo a nos encaixar no que se espera de nós e na visão comum sobre sucesso. Por ser um dilema na vida de muitos de nós, fica fácil se identificar com o personagem, inicialmente e em várias passagens.
Apesar disso, achei o livro monótono e, de certo modo, repetitivo, como se parecesse ?grande demais?. Entendo que essa monotonia e as questões se repetindo possam ser propositais, posto que a crise pela qual passa o personagem é uma crise de identidade, quase um colapso pessoal, do qual, se tudo der certo, sairá um Gustavo que o próprio Gustavo espera, mas desconhece com precisão. A busca pelo sucesso material, quando dissociado da vocação ou de se levar a vida desejada, acaba sendo um ?fardo?, angustiante e enfadonho, como a história do protagonista.
Não desisti por pouco, várias vezes, ainda assim, exceto pelo começo, que adorei, não me cativou, embora não signifique que o livro seja ruim.
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Maiara 16/12/2020

"Aconteceu. Calhou. Quando vi, já estava. Pronto: estou vivo. E, veja bem, não preciso provar que estou vivo."
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Drik's Pessoa 27/07/2018

As 250 páginas mais enfadonhas que já li
Nunca torci tanto para um livro terminar como torci para esse. Em vários momentos tive vontade de largar, mas aquela famosa "chance" que a gente sempre dá acabava ganhando.
Nada acontece nesse livro. O autor tentou algo de filosófico que achei bem raso. E principalmente: personagens mais rasos ainda. Mal formados e não gerou empatia nenhuma. Não torci por nada nesta história.

Não gosto de dar opiniões assim pois sabemos que existe um livro para cada tipo de leitor; sei que muitos gostaram. Mas pra mim, infelizmente não rolou.
Yara 30/09/2019minha estante
Eu comprei faz tempo, ia começar a ler mas desanimei.... acabei de ler Peixe Cego que achei bem chato também ?


Drik's Pessoa 10/10/2019minha estante
Talvez você goste, rs. Tente começar. :)


Yara 08/11/2019minha estante
Obrigada! Vou tentar :)




Priscila (@priafonsinha) 28/10/2017

Leitura morna
Finalista na categoria romance do prêmio Jabuti 2014, compreendo porque não levou o prêmio. Muito bem escrito, mas sem personagens cativantes e morno, sem altos e baixos acabou se tornando uma leitura tediosa que poderia ter sido reduzida em menos páginas do que as 250.
Conta a história de Luna, que é abandonado pela namorada, tem o sonho de ser promovido na empresa desfeito, e almeja um dia ser escritor, quase uma autoficção pois se assemelha em muito com a própria história do autor.
Esse livro é um longo discurso interior sobre sua vida.

"Vai ser sempre desse jeito?
E se eu gritasse de uma vez: hoje acordei?
E então? O que viria depois?"
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Ju 21/09/2017

Um livro pequeno mas com alto grau de complexidade. Comprei pois estava na promoção e não sabia nada da história, resolvi lê-lo este mês por ser pequeno mas para minha surpresa demorei mais de duas semana para terminar o livro. No começo achei bastante difícil e não conseguia seguir a diante, aos poucos fui me acostumando com a forma de escrita, fluxo de consciência misturada com narrador, misturado com primeira pessoa, misturado com terceira pessoa. O livro narra a história de vida de Luna que no momento esta passando por várias crises. Me identifiquei com o livro e achei a escrita primorosa. O livro tem pontos altos e sacadas geniais, um dos poucos livros que li que conseguem descrever tão bem e nada clichê sentimentos e sensações relacionadas a crises e ansiedade. O sentimento que eu tive é que era um livro extremamente autibiográfico.
MF (Blog Terminei de Ler) 16/11/2017minha estante
Quase comprei esse livro no "esquenta da Black Friday" da Amazon... Fiquei interessado.




dmeyrelle 11/07/2017

Foi bem melhor do que eu esperava
O frio aqui fora é o primeiro romance escrito pelo carioca Flavio Cafiero. Foi publicado pela primeira vez em 2012 pela editora COSAC NAIFY e foi finalista do prêmio Jabuti, considerado o prêmio mais importante da literatura nacional, e do São Paulo de Literatura.
O livro possui 254 páginas. É narrado na terceira pessoa e conta a história de Luna, um homem que trabalhou em uma empresa por mais de 15 anos e esperava ser promovido, pois, havia se dedicado tão fortemente aquele mundo que uma promoção não seria nada menos do que o merecido, mas que acabou tendo as suas esperanças despedaçadas quando recebeu a noticia de que não seria promovido por não estar “apto o suficiente”.
A história não roda apenas em torno da decepção profissional sofrida pelo personagem, mas também foca na decepção amorosa e em toda a bagagem sentimental que vem com ela. Luna era casado com uma moça que era quase a mesma pessoa que ele, tinham os mesmos gostos, e que ele amava ardente e intensamente. [mais no site]

site: https://opassaroverdeblog.wordpress.com/2017/05/28/o-frio-aqui-fora-de-flavio-cafiero/
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Matheus Lopes 01/04/2017

Fazia muito tempo que um livro não me cativava e surpreendia tanto quanto este. Comprei sem conhecer nada sobre o livro ou o autor e a surpresa não pôde ser melhor. Sem dúvida, uma das melhores experiências de literatura contemporânea que já tive. E ainda é brasileiro! Sentiremos sua falta, Cosac.
@andressamreis 04/04/2017minha estante
Estou na página 180, e, já tenho o mesmo sentimento!


Matheus Lopes 07/04/2017minha estante
O sentimento só vai aumentar hahaha. Somos todos macacos.




Leituras do Sam 14/12/2016

O FRIO AQUI FORA
Em cada parte da sua vida o protagonista deste livro tem um nome, uma designação que lhe possibilita saber quem ele é.
Luna, Gunga, Guga, Gustavo, Gustavo Luna, um cara que tem a vida toda bem organizada, centrada, planejada e segura, até o momento que a promoção de cargo na empresa que trabalha à treze anos não acontece e ao mesmo tempo o relacionamento sólido de 5 anos termina. Começam as dúvidas, ataques de pânico, momentos de depressão, os questionamentos sobre o que fez e o que fazer da vida agora que o calor das coisas certas, os planos acalentados sofreram o ataque do acaso, do não planejado.
Acompanhamos o sofrimento a adaptação, evolução, e o refazer-se de um homo sapiens na selva da vida consciente, racional ou nem tanto.
Neste romance de estreia, Cafiero aproveita da sua experiência pessoal para construir uma história com linguagem elegante, mas acessível, com o mundo corporativo como pano de fundo e também com doses de "ensaios" sobre a evolução, seleção natural".
Muito me identifiquei com Luna e acredito que todo trabalhador se identificaria também.
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C Henrique 05/11/2016

É possível sentir um amadorismo na obra, de alguém tentando dar os primeiros passos como escritor (como o próprio personagem da história, que acredito ter um viés autobiográfico), mas ao mesmo tempo nos mostra um autor comprometido com uma literatura séria e adulta, nada que lembre um livro escrito apenas com intuito de vender. Isso me fez ter um respeito por ele, embora não o tenha achado uma grande obra.

Tem um estilo interessante e criativo, a técnica narrativa usa um narrador em terceira pessoa íntimo do protagonista, às vezes nos confundindo com primeira pessoa, utilizando de metaliguagem ao narrar a história como se a estivesse escrevendo (o próprio livro) para uma das personagens, num fluxo de consciência continuo (às vezes se tornando cansativo pela falta de diálogos), mergulhando no psicológico do protagonista/autor, e que me lembrou o estilo de alguns autores contemporâneos como os portugueses Antonio Lobo Antunes e Valter Hugo Mãe...

Contudo, o enredo e personagens não são cativantes, não me conquistaram nem me marcaram (um livro tão curto e demorei mais de uma semana pra terminar ), mas se fosse avaliá-lo como um exercício criativo e de trabalho literário, receberia 5 estrelas e mereceria indicações a prêmios, porque é muito bem escrito, com alguns pontos altos e interessantes. Bom ter conhecido mais um novo autor brasileiro.
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Pedro Daldegan 23/01/2015

O frio aqui fora
[ A mãe levanta, troca de roupa e ajeita o cabelo em frente ao espelho para encontrar a vó na cozinha e dizer: hoje acordei. Diz assim, como se tivesse ganhado uma medalha. Na origem, era hábito do vô. ]

O trecho acima é do livro "O frio aqui fora" [ 2013, Cosac Naify ], de Flavio Cafiero. O livro nos presenteia a história de Luna, um homem que trabalha em uma empresa há treze anos e não recebe a tão esperada promoção. Para piorar, Luna é abandonado pela namorada. A partir daí o simples ato de acordar é difícil, e as palavras soam estranhas quando pronunciadas. Enquanto isto, uma vontade se torna imperativa, Luna quer se tornar escritor. Em meio à desordem que se instaura, Luna passa a experimentar as coisas, e sente estranheza, e sente insegurança, e tudo soa primitivo. Afinal, somos animais, não somos? Este é o primeiro livro de Cafiero, e ele transcreve os pensamentos de Luna com a confusão e honestidade inerente às ideias, e o simples ato de descobrir um nome é revelador, e delicioso.
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