Um dia perfeito para casar

Um dia perfeito para casar Julia Strachey




Resenhas - Um dia perfeito para casar


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Tamires 05/02/2019

Um dia perfeito para casar, de Julia Strachey
Eu ainda não conhecia a escritora inglesa (nascida na Índia) Julia Strachey (1901-1979) até ver o seu livro Um dia perfeito para casar (Record, 2013) na livraria Leitura de Campos dos Goytacazes, na minha viagem de volta para casa nestas últimas férias. A combinação capa e título me seduziram imediatamente e só na fila para pagamento desse título vi que estava levando para casa um livro publicado originalmente pela Hogarth Press. Isso mesmo, a editora de Leon e Virginia Woolf.

“Julia Strachey nasceu na Índia em 1901, filha de um funcionário civil do governo britânico. Depois do divórcio dos pais, foi morar com parentes na Inglaterra. Além de trabalhar como modelo para o revolucionário estilista Poiret, foi fotógrafa e revisora. Julia foi casada com o ecultor Stephen Tomlin. Embora não tenha participado oficialmente do círculo Bloomsbury, Strachey era bastante próxima de vários artistas e intelectuais do grupo. ‘Um dia perfeito para casar’ foi publicado inicialmente em 1932 pela Hogarth Press, editora de Leon e Virginia Woolf, que descreveu o livro como ‘surpreendentemente bom — completo, sagaz e original’. Julia Strachey faleceu em 1979.” (contracapa)

Não vou negar que essa informação me fez criar uma expectativa enorme em relação a essa leitura. Somada à publicação por ninguém menos que Virginia Woolf — que eu adoro — vi que muitas pessoas associam o enredo de Um dia perfeito para casar ao estilo de Downton Abbey. Mal podendo conter a minha euforia, parti para a leitura pouco tempo depois de chegar em casa. Qual não foi a minha surpresa em perceber que o livro é bom, mas não tão bom quanto eu esperava.

Um dia perfeito para casar é uma leitura perfeita desde que você só queira passar um tempo agradável (tolerável, Mr. Darcy diria) com um livro. É uma história curta, leitura fácil e tem seus momentos fortes e divertidos, mas é um livro que você fecha do mesmo jeito que abriu. Não chega a ser bom o suficiente a ponto de você querer ler novamente ou indicar com toda a chatice do seu ser para os amigos. Eu indico, mas não é uma indicação urgente. Aqui vemos um dia na vida da família Thatcham, na ocasião do casamento de sua filha mais velha, Dolly, com um ótimo partido e em um dia perfeito, com o clima mais agradável quanto é possível na Inglaterra (pelo menos é o que a mãe de Dolly pensa). O problema é que Dolly não está muito certa se é isso mesmo o que ela quer, mesmo estando a poucos minutos do altar. Ela nutre sentimentos confusos em relação ao primo, Joseph, que passa os últimos minutos antes da cerimônia refletindo se seria correto impedir o casamento e fugir com a prima ou não.

“— Isso é espantoso, espantoso demais! — exclamou ela, por fim. — Nunca poderia imaginar uma coisa dessas! Uma noiva bebendo rum em seu quarto! Da garrafa! Pouco antes de entrar na igreja para se casar!” (p. 68)

“‘Supondo, apenas supondo’, prosseguiu Dolly, ‘que Joseph virasse para mim agora, cinco minutos antes do casamento, e confessasse finalmente que sempre me amou, me implorasse para fugir com ele pela porta dos fundos, pelos campos, enquanto todos aqui esperavam por mim sentados na igreja, o que eu deveria fazer, afinal?” (p. 78 e 79)

“No turbilhão de pensamentos que o haviam assolado, um tanto inesperadamente, na última meia hora, sentimentos esses contra os quais ele era totalmente impotente para lutar, ou mesmo para encontrar-lhes o fio da meada, vinha-lhe agora uma ideia, por fim, que passou a martelar-lhe a mente aterrorizada.

‘Impeça o casamento! Impeça o casamento! Impeça o casamento! Impeça o casamento!…’ era só o que conseguia pensar.” (p. 83)

Um dos pontos fortes dessa edição é conhecer um pouco sobre a autora pelo prefácio escrito por uma grande amiga dela, Frances Partridge. A vida de Julia Strachey foi bem intensa, com muitos autos e baixos. Seria ótimo ter acesso à biografia dela em português.

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-um-dia-perfeito-para-casar-de-julia-strachey/
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Vanessa Meiser 12/12/2013

balaiodelivros.blogspot.com.br
“Um Dia Perfeito Para Casar” se passa no ano de 1932.
Um livro sobre paixões adormecidas, submissão familiar e resignação. Tudo isto mesclado numa trama peculiar, divertida, leve e irônica que garantem boas doses de risadas aos leitores.
A história é composta por sucessões de imprevistos que ocorrem com Dolly, a personagem principal, no dia do seu casamento. Dolly resolve ter uma crise de dúvida e já não sabe se quer casar com Owen Bigham, ao mesmo tempo em que espera uma reação de Joseph, sua paixão secreta.
Joseph é amigo da família e está presente na casa para a cerimônia. Assim como Dolly, ele também passa as horas a remoer se deve ou não interferir no casamento e também espera dela uma ação. Neste meio tempo a mãe da noiva, a Sra Thatcham, movimenta a casa com suas loucuras, mandos e desmandos. Em minha opinião ela é a personagem que mais se destaca no livro, cada frase que sai da boca da mulher é uma risada a parte, a coitada é tão doida que chega a ser hilária e detestável ao mesmo tempo.
A Sra. Tatcham não suporta Joseph e não faz questão de esconder que ele não é bem vindo ali. Ele obviamente percebe, mas por Dolly, faz pouco caso das insanidades da dona da casa. A movimentação da família e dos convidados ‘seguram’ a trama enquanto Dolly está no quarto remoendo a dúvida que lhe consome. Enquanto você vai lendo, vai percebendo que tem algo oculto ali, ou seja, é fácil notar que há um motivo para Dolly pensar seriamente na sua decisão e também para Joseph esperar dela a renúncia, mas é só lá nas últimas páginas que nós descobrimos do que se trata, eu fiquei bem surpresa nesta parte por sinal.
Toda a trama se passa neste único dia e num único local, a casa de campo da família da noiva. O livro tem 143 páginas que você devora numa tarde. O original foi publicado em 1932 com o título de “Cheerful Weather for the Wedding” e foi descrito por Virginia Woolf como “surpreendentemente bom, completo, sagaz e original”. A capa é linda!
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