Marieliton M. B. 18/01/2019
Era uma vez um país que entrou no caminho de uns portugueses rolezeiros...
Contando com textos de mais de 60 historiadores, Luciano Figueredo reúne nesse livro relatos, acontecimentos e curiosidades sobre o que se passou em terras tupiniquins desde a chegada de Pedro Álvares Cabral até a redemocratização do país em meados dos anos 80.
Muito das histórias contadas no livro faz uso de alguma personalidade real, não apenas para apresentá-la ao leitor, mas também para ilustrar a época em que ele ou ela vivia. Por exemplo, pra falar do período da escravidão no Brasil, foram contadas as histórias do traficante de escravos Francisco Chachá, da ex-escrava Rosa Maria Egipcíaca, entre outros. Isso, além de ajudar a exemplificar o período histórico, ajuda o leitor a se conectar melhor com obra.
Muitos dessas personalidades eu nem conhecia e só pela oportunidade de ter contato com a história deles, coisa que dificilmente se vê nas aulas de História na escola, a leitura desse livro já valeu a pena.
Foram muitos os pontos positivos desse livro. Adorei conhecer sobre o maior traficante de escravos do Brasil e sobre as escravas Anastácia e Rosa Maria Egipcíaca. Saber que, durante o governo de Getúlio Vargas, houve uma política contra a entrada de judeus fugidos do Nazismo. Não sabia da muvuca que rolou com o embarque da família real portuguesa quando esta estava fugindo para o Brasil. Conhecer a história da soldado Maria Quitéria, da luta do Marechal Rondon em favor dos índios, descobrir o lado cronista e investidor de Machado de Assis e o de combatente contra o feminicídio de Lima Barreto. E sem falar que não fazia ideia de que Tiradentes era um baita de um bocudo.
De negativo apontaria a variação de estilo de escrita ao longo do livro. Por contar com textos de diversos historiadores, é esperado que haja uma certa variação na forma com que os fatos sejam narrados. Alguns usam do humor, outros vão mais direto ao ponto, outros usam de analogias do presente pra falar sobre o passado, enfim, não tem uma uniformidade no estilo da escrita. Devido a isso alguns capítulos são bem chatos de ler, por exemplo o que trata de Gregório de Matos, que foi bem cansativo de ler. 8/
Pra quem deseja desbravar a História do Brasil, fugindo um pouco do que aprendemos em sala de aula, esse livro serve bem como uma porta de entrada.