O jogo da amarelinha

O jogo da amarelinha Julio Cortázar





Resenhas - O Jogo da Amarelinha


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Paulo Renato 08/02/2012

Componha a história como desejar
O texto da capa que divulga O jogo da amarelinha diz que se trata da história de Oliveira e Magda, os amigos do Club da Serpente, das caminhadas por Paris em busca do céu e do inferno. Em contrapartida, temos a aventura simétrica de Oliveira, Talita e Traveler numa Buenos Aires marcada pelas recordações.
O surgimento de O jogo da amarelinha em 1963 foi uma verdadeira revolução dentro da novelística em língua espanhola. Pela primeira vez levava-se às últimas conseqüências a vontade de transgredir a ordem tradicional da história e a linguagem para contá-la.
São no mínimo dois romances dentro do romance. Cortázar convida o leitor a escolher uma das duas possibilidade que o livro oferece: a primeira, ler a história de forma linear até o capítulo 56, quando termina o romance. A segunda, ler a partir do capítulo 73, seguindo a orientação indicada ao final de cada capítulo. A segunda possibilidade tem a ver com o jogo da amarelinha. Você avança, retrocede, avança novamente e assim sucessivamente. É um jogo de leitura deveras interessante.
O Jogo da Amarelinha é uma espécie de anti-romance, sem enredo convencional, sem suspense, sem comentários psicológicos, quase desprovida de uma descrição e cronologia, elementos que captam a descontinuidade e a desordem da vida. A jornada de Oliveira, o protagonista, começou em Paris, onde sua amante Magda e seu filho mais novo, conversam na sala que se torna o centro da reunião do grupo de amigos, artistas e intelectuais que, juntamente com Magda e Oliveira são os parceiros no diálogo que completa a maior parte do texto.
Em Buenos Aires, no decorrer da hstória, Oliveira trabalha com seus amigos, o casal Talita e Traveler, primeiro em um circo e em seguida num asilo, onde Oliveira é considerado, possivelmente, um louco suicida.
A novela termina de forma ambígua, mais hipotética que real. Faz os leitores mergulharem numa tentativa de encontrar outra maneira de enxergar o que seja nossa realidade.
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Julio Cortázar. O jogo da amarelinha. 6ª Ed. Civlização Brasileira, 1999, 640p.
__________ Rayuela. 2ª Ed.,Buenos Aires,Punto de Lectura,2008, 734 p.

Visite meu blog: www.sobrelivrosecronicas.blogspot.com
Paulo REnato Soares
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Cacá 13/02/2023

Maravilhoso livro de Cortazar! Difícil leitura , mas compensa cada linha; a desconstrução da narrativa faz com que o leitor seja parte fundamental da narrativa. Inteligente, sensível , surpreendente.
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Lala 01/05/2014

É Cortázar testando os limites (ou seria ultrapassando-os?) da literatura e da arte de contar histórias. Como não amar?
Toni 17/02/2016minha estante
#] te encontrei entre as resenhas!




Guilherme.Eisfeld 07/12/2022

Um dia eu volto
Marco como concluído, apesar de ter somente passado pelos 56 primeiros capítulos, seguindo a primeira forma sugerida de leitura. Espero para começar a segunda, já que foi um sufoco chegar até aqui. Um começo difícil, atribulado e confuso, mas que ao final foi sendo explicado e desenhado. Termino essa parte com vontade de seguir já para a próxima, pois mesmo que fosse truncado, eu não conseguia abandonar, mas espero por um tempo, por sugestão de outros leitores .
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Sílvia 12/06/2017

Colocar esse livro no mesmo patamar de Cem anos de solidão é uma afronta!
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GuisoloGui 12/09/2022

O jogo de Cortáz
Cortáz nos convida para um jogo, antes de iniciar a leitura ele demonstra como joga-lo mas esse é o problema do jogo da amarelinha, demora até que vc consiga pegar o jeito e jogar a pedra da maneira correta em que se alcance o céu.

Demora até que o leitor pegue o ritmo da leitura, mesmo que ela já se inicie com o resumo central do enredo "encontrarei Maga?". Essa é a busca incessante do protagonista, um personagem cruel e medíocre, dionisiano, vivendo em um simulacro de vida.

Mas já não fomos todos assim quando deixamos nossos pensamentos se expressarem livres em nossa mente? Horácio os liberta, em uma falsa ação de liberdade própria.

O autor disse que pensava ter escrito um livro inelegível (orgulho de Morelli, rs), eu não o acho e nem você, caro leitor, deveria compartilhar desse pensamento. A obra tem uma escrita ativa, que exige um leitor igualmente ativo, com vivência capaz de captar o fluxo de pensamentos expostos durante a leitura.

Uma leitura que se constrói a todo o momento , às vezes fluída, outras experimentalmente truncada... cabe a você decidir se aceita jogar ou não!
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Erica 29/07/2022

Comecei jogando no tabuleiro de leitura, mas sem conseguir render na leitura nem entender nada, prescindi dos capítulos prescindíveis e até achei interessante...


Mapa de personagens:
. Horacio Oliveira, o protagonista
. Maga, Lucía ou quem sabe Mimí, a namorada
. Rocamadour, que em Montevidéu se chamava modestamente Carlos Francisco, seu filho
. Ossip Gregorovius, Etienne, Perico Romero, Wong, Guy Monod, Ronald e Babs, amigos do lado de lá que formavam o Clube da Serpente
. Manolo Traveler e Talita Donosi, amigos do lado de cá, que trabalhavam no circo
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Regina 02/02/2024

O jogo da Amarelinha
Um romance bom, escrita fluida. O livro é diferente. Tem duas formas de ser lido. Ou corrido ou como eles sugerem, como um jogo de amarelinha, que vai pulando os capítulos. Gostei do luvro
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douglaseralldo 27/07/2019

CHE, 10 CONSIDERAÇÕES SOBRE O JOGO DA AMARELINHA, DE JULIO CORTÁZAR
1 - Antes de mais nada, sempre procuro ressaltar nas avaliações de obras já consagradas na discussão crítica, caso deste O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar, o grande desafio de buscarmos perspectivas que possam trazer algo além da farta leitura crítica que romances como este possuem. Todavia, aqui sempre procuro apresentar aos leitores do blog uma leitura particular e própria do romance. Dito isso, vale lembrar ainda, enquanto introdução, destacar o belo conjunto desta nova edição (2019) do livro pela Companhia das Letras, com um projeto gráfico exuberante e o acréscimo ao romance de materiais como cartas do próprio Cortázar acerca do livro, e três artigos críticos, um de Haroldo de Campos, um de Julio Ortega e outro de Vargas Llosa. Tais acréscimos, verão, que contribuirão para o processo de leitura e mesmo de interpretação das contradições e complexidades, deste que foi recebido com um divisor de águas na literatura latino-americana;

2 - Isto posto, tem-se que obrigatoriamente iniciar a discussão por aquilo que acaba marcando esteticamente a estrutura do romance em suas pretensões de antirromance. O leitor no princípio é chamado a fazer uma escolha, a opção pela leitura linear das duas partes do romance, ou, no espírito do saltear da amarelinha, enveredar-se por uma sequência "aleatória" em que o romance é ampliado por capítulos interessantemente chamados de prescindíveis, algo que, pelo menos a este leitor, é uma opção tão ilusória quanto os devaneios do protagonista, Horácio Oliveira, que numa espécie de Dr. Bacamarte em O Alienista, vai esgarçando cada vez mais as fronteiras entre a lucidez e a insanidade. Além disso, a escolha do leitor e a disposição das formas de leitura evidenciarão o provável maior "pecado" ou a denúncia à obra, que são suas matizes misóginas e machistas;

3 - Ficará claro, especialmente nas correspondências de Cortázar agregadas a esta edição de que a primeira escolha dada à leitura, o próprio autor definirá como uma escolha do leitor-fêmea, termo carregado de preconceitos e, por isso, não menos cheio de enganos. Aliás, a questão da crítica ao leitor-fêmea estará presente internamente ao romance, um modo de que o autor encontra para caracterizar-adjetivar leitores que em sua perspectiva fujam da complexidade, da intelectualidade, afeitos a dramas sentimentais e baratos. A própria escolha do termo, no original Lector hembra, já é bastante carregada, entretanto, o machismo misógino no romance acaba sendo ainda mais violento na constituição de suas personagens femininas, como Maga e Talita, desprovidas pelo autor de traços intelectuais, não raro, apresentadas como tontas ou bobas em meio a conversa daqueles que tudo sabem, os homens. Isso fica mais claro, então, quando nos dedicamos a ler o material complementar da edição, sendo que numa das cartas que Cortázar responde às críticas de o romance ser intelectualizado demais ele contragolpeia mostrando que não há mulheres inteligentes no romance. Essa é uma discussão que permeia todo o romance, valendo ressaltar que o próprio autor discutirá isso posteriormente numa entrevista ao El País em 1984 reconhecendo o machismo presente no livro;

site: http://www.listasliterarias.com/2019/07/che-10-consideracoes-sobre-o-jogo-da.html
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Euflauzino 21/08/2019

Como alimentar o inconformismo

De certa forma me sinto sempre um inconformado, anacrônico e desajustado. Claro está que em O jogo da amarelinha (Companhia das Letras, 592 páginas) eu me sentiria redimido. Pensei comigo: "encontrei em Julio Cortázar alguém que me entende". E imbuído deste sentimento de pertencimento emocional que me dirigi à leitura. O choque não demorou muito a acontecer.

"De certo, só o peso na boca do estômago, a suspeita física de que alguma coisa ia mal, de que quase nunca tinha ido bem."

Continuo tentando classificar o que li, classificar o inclassificável. Seria um experimento inovador ou a reunião de tudo o que foi apreendido na literatura? Duas posições antagônicas e eu aqui nesta agonia tentando decifrar. Vocês veem em que enrascada me meti.

Nas palavras do próprio autor este livro é um antirromance. Um labirinto em que a gente vai se perdendo, vai negando tudo e a partir desta negação questionando a vida.Não há estética definida, não se segue nenhum cânone ou estrutura pré-estabelecida, é a destruição do romance, um salto ao mundo poético.

No início do livro somos indagados qual caminho escolher: a leitura pode ser feita de duas maneiras, seguindo a forma corrente, capítulo a capítulo, terminando no capítulo 56. Ou começando pelo capítulo 73, numa outra ordem, cheia de saltos, idas e vindas em 155 capítulos. Claramente escolhi o segundo caminho, o mais longo, não queria perder nada deste livro.

O livro é dividido em duas partes. Na primeira parte temos o personagem principal Horacio Oliveira em meio a seus colegas (eu não diria amigos) do Clube da Serpente, exilado na França, discutindo questões filosóficas, tais como o que é a realidade ou a razão, entre outras abordagens complexas que eu leitor vulgar, médio, demorei a alcançar (isso quando alcancei).

Em meio a estas reuniões temos um triângulo amoroso entre Horacio, Maga (provavelmente uruguaia, ninguém sabe, apaixonada por Horacio) aceita no grupo, porém de capacidade limitada, alguém comum em meio a intelectuais e Gregorovius (apaixonado por Maga). Horacio nega este amor ou questiona ou simplesmente não sabe o que é.

“E por todas essas coisas eu me sentia antagonicamente próximo a Maga, gostávamos um do outro numa dialética e imã e limalha, de ataque e defesa, de bola e parede. Suponho que a Maga tivesse ilusões a meu respeito, devia achar que eu estava curado de preconceitos ou que estava aderindo aos dela, sempre mais leves e poéticos.”

O melhor da primeira parte do livro é o jogo entre Horacio e Gregorovius, feito de imagens, linguagem figurada, sentimentos explosivos. Horacio é de uma infelicidade atroz, desconcertante e parece acreditar que não há saída para a salvação do homem ocidental. Gregorovius o desafia, mas não me parece à altura de tal enfrentamento, o faz por despeito, por ciúme, pela rejeição de Maga a seu amor.

“Meu amor, não te amo por você nem por mim nem pelos dois juntos, não te amo porque o sangue me leve a te amar, te amo porque você não é minha, porque está do outro lado, aí para onde me convida a saltar sem que eu consiga dar o salto, porque no mais profundo da posse você não está em mim, não te alcanço, não passo do seu corpo, da sua risada, tem horas em que me atormenta que você me ame (como você gosta de usar o verbo “amar”, com que cafonice o vai deixando cair sobre os pratos e os lençóis e os ônibus), me atormenta seu amor que não me serve de ponte, porque uma ponte não se sustenta só de um lado...”

A segunda parte me agradou mais porque está livre da intelectualidade, há ali uma grande carga emocional, um jorro de sentimentos. Horacio retorna a Buenos Aires, tentando se refazer de sua decepção em relação à vida e ao amor, procurando se reencontrar. É recebido por seu amigo Traveler, seu alter ego, alguém que na visão de Horacio encontrou um certo equilíbrio e que agora está casado com Talita em um amor prosaico e confortável. Parceria invejável.

“Seu amor por Traveler é feito de panelas sujas, de longas vigílias, de uma suave aceitação de suas fantasias nostálgicas e de seu gosto pelos tangos e pelo truco.”

Talita desperta em Horacio sensações até então latentes, ele começa a enxergar nela sua antiga paixão, Maga. Forma-se novamente o triângulo, regado a rivalidades, embates filosóficos e muita carga emocional. Admiração, amor e ódio. Não há violência física apenas verbal e Horacio caminha rapidamente para a beira do abismo. O refúgio poderá ser a loucura, uma reordenação própria do mundo para poder se encaixar.

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2019/08/o-jogo-da-amarelinha-julio-cortazar.html
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Gramatura Alta 22/08/2019

https://gramaturaalta.com.br/2019/08/21/o-jogo-da-amarelinha/
Embora seja argentino, Julio Cortázar nasceu na embaixada da Argentina em Ixelles, um pequeno distrito de Bruxelas, na Bélgica, e só conheceu seu país aos três anos de idade. Na infância sempre foi um menino triste, doente, e passava os dias na cama, lendo livros, o que combina com suas características na escrita, ainda mais que a maioria dos seus contos são autobiográficos.

Aos 37 anos, em 1951, Cortázar saiu da Argentina, por ser contra a ditadura existente no país, e foi morar em Paris, na França, uma vez que havia recebido uma bolsa de estudos para um período de dez meses de estudo, mas acabou por ficar de forma permanente no país. Mas apesar de seu posicionamento político, ele nunca teve uma definição partidária, tanto que na época da Guerra Fria, a CIA o considerava comunista, enquanto a KGB o considerava suspeito de ligações com a CIA.

Cortázar é considerado um dos autores mais inovadores e originais da sua época, inaugurou uma nova forma de literatura na América Latina, e seu livro mais famoso é O JOGO DA AMARELINHA, uma obra que permite mais de uma leitura em sequências diferentes. E como é isso? Bem, o leitor pode seguir a ordem normal, ou seja, um capítulo após o outro; ou então pode seguir a ordem definida no fim de cada capítulo, onde existe um pequeno apontamento de qual é o seguinte, ou seja, o tal pulo igual ao do jogo da amarelinha.

A narrativa é uma mistura de primeira com terceira pessoa, dependendo do capítulo, fica difícil, ou mesmo impossível, precisar quem está contando a história. Com o passar das páginas, isso acaba por não importar muito, uma vez que o ponto central são as divagações filosóficas e as relações do personagem principal, Horácio Oliveira, com sua paixão em Paris, a bela Maga, e anos depois, de volta à Argentina, a relação com seu amigo Traveler e a namorada, Talita.

A forma como o autor descreve os acontecimentos e suas divagações filosóficas, sempre regadas com muitas referências, algumas incompreensíveis para o leitor comum, a não ser que realize uma pesquisa na Internet, é o grande diferencial da obra e o que a coloca em um patamar de clássico. Dividido em três partes, “Do lado de lá”, que compreende a época de Horácio em París; “Do lado e cá”, quando ele regressa à sua pátria; e “De outros lados”, um complemento das duas primeiras partes, a história, se não seguida da forma convencional, é uma viagem de mistura de estilos, com textos que se misturam, como uma tempestade de ideias, que em um primeiro momento parecem desconectadas, mas que revelam uma profundidade sem igual.

Entretanto, toda as disparidade de ideais, criam uma montanha russa de qualidade, com capítulos muito bons, e outros nem tanto. Inclusive, a terceira parte, “De outros lados”, é também nomeada de “capítulos prescindíveis”, uma vez que a história termina na segunda parte. Se o leitor seguir a ordem apresentada no fim de cada capítulo, ou seja, dar seus saltos, será levado constantemente para os capítulos dessa terceira parte, que no fim servem apenas para completar o raciocínio do autor sobre determinados assuntos, mas que acabam por não acrescentar nada de novo aos acontecimentos, não modificam nada, e isso, para a maioria, pode ser maçante, apesar de bastante instrutivo.

Agora, se o leitor encarar a obra como o que ela é, ou seja, uma narrativa detalhada sobre a paixão, não apenas entre um homem e uma mulher, mas pela vida, pela filosofia, pela literatura, pela política, e por tantas outras coisas, irá apreciar o jogo de palavras, as frases extremamente bem construídas, que em muitas partes são o que mais perto existe entre a prosa e a poesia.

…enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água.

Apesar de toda a qualidade como escritor, preciso referenciar aquilo que era comum e considerado aceitável para a época, ou seja, a subvalorização do sexo feminino. Sim, Cortázar era o estereótipo do machista argentino, a tal ponto que considerava a leitura sequencial dos capítulos de seu livro, como uma característica feminina, por serem mais simples, por não forçarem o raciocínio da leitura. Coisa semelhante acontece com as duas personagens femininas, Maga e Talita, que são sempre retratadas como pessoas incapazes do mesmo raciocínio ou da mesma profundidade intelectual dos homens.

Esse comportamento do autor rendeu várias discussões, e até mesmo um reconhecimento posterior de que realmente ele havia carregado no machismo. Entretanto, e apesar disso, devido à época, onde ta comportamento era comum em outras obras menos conhecidas, ou mesmo reconhecidas, cabe ao leitor saber separar a criatura da criação, ou não.

A edição tem um projeto gráfico brilhante, lindo, com cores em quadrados que se misturam, tanto na capa, como nas lombadas das páginas do miolo. Também vem com três artigos críticos escritos por diferentes profissionais, que ajudam o leitor a compreender quem foi Cortázar e a profundidade psicológica da história, apesar da linguagem utilizada seja mais acadêmica do que o desejado. De qualquer forma, se você tiver paciência e interesse para conhecer um pouco mais, acredito que vale a leitura.

site: https://gramaturaalta.com.br/2019/08/21/o-jogo-da-amarelinha/
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SRConinck - @akleituras 17/12/2021

Improviso e descrença
Cortázar inova, amante do jazz, improvisa e cria interrogações. Cabe ao leitor especular, jogar o tabuleiro; numa expressão atual, interagir.

Previsão do tempo: é preciso abrir a mente, caso contrário a leitura será um desastre.
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camargo.Claudia_Regina 18/09/2021

Fantástico
Se conseguir vencer a dificuldade inicial de leitura, percebe-se a genialidade do livro. Tem muitas camadas de leitura. Muito inovador para a época e até hoje. Leitura hipertextuais, fragmentada, pós-moderna. Se você não gosta de livros previsíveis e fáceis, se gosta de desafios, mergulha ??
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mayagraciele 24/04/2024

Ainda atordoada...
Uau. Foi a única expressão que me veio ao terminar O Jogo da Amarelinha. Eu tenho esse livro já há alguns anos, tentei começar a lê-lo duas vezes, e nas duas vezes eu o deixei após apenas alguns capítulos, eu sempre pensava que não estava preparada para ler algo tão complexo, mas verdade seja dita, eu acho que ninguém nunca estará totalmente preparado para ler O Jogo da Amarelinha, porque é algo tão fora do comum, tão diferente que nada te prepara para essa experiência.
Terminada a leitura me pus a refletir: o que eu achei do livro? Gostei? Não gostei? O compreendi o suficiente para responder a essa pergunta? E aí eu parei pra pensar sobre qual era o objetivo do Julio Cortázar quando escreveu esse livro, ele queria que o leitor interagisse com o livro, sentisse raiva, ódio, que questionasse e não fosse somente um leitor passivo, e ele consegue isso, fazendo com que você viaje pelo livro, pulando de capítulo em capítulo, questionando o que está escrito naquelas páginas, questionando os personagens e até mesmo o autor.
O Horácio nosso personagem principal ao qual acompanhamos desde as ruas de Paris até um manicômio na Argentina, não é um personagem fácil, as chances de você gostar dele, principalmente na primeira metade em Paris são baixíssimas, ele é um cara metido a intelectual, que anda com uma galera também metida a intelectual e que trata super mal a mulher com que ele está tendo um caso, apenas por não achá-la inteligente o suficiente, mas dentre todas as pessoas ao seu redor ela que é considerada a menos intelectual é a mais sensível e a que consegue muitas vezes dizer as coisas que ele precisa ouvir.
Quando chega a segunda metade, quando ele retorna para a Argentina, você já tão acostumado com o jeito dele que as atitudes dele já não causam tanta estranheza, você ainda as questiona, mas, fala é algo que o Horácio faria.
Saio do livro atordoada, admirada, questionando muitas coisas, mas, eu sei que essa leitura me proporcionou uma experiência única.
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