S.

S. Doug Dorst
J. J. Abrams
J. J. Abrams




Resenhas - S.


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Egídio Pizarro 09/03/2018

Dei 1 estrela porque não consigo dar estrelas negativas
Eu já tinha lido outros lidos que me irritaram, como a Bíblia e "Holocausto - Judeu ou Alemão?" (onde o autor nega a existência das câmaras de gás com o argumento "se não houve autópsias nos corpos, não há como afirmar que judeus morreram asfixiados"). Mas "S" (ou "O navio de Teseu", sei lá) foi particularmente irritante. Eu já tinha tentado ler, mas havia desistido. Em parte por ser do JJ Abrams (o final do seriado "Lost" foi brutalmente decepcionante) e em parte por não ter entendido como ler a história junto com aquele monte de anotações e anexos. Mas resolvi dar uma segunda chance, afinal vai que "Lost" tenha sido só uma maluquice que não se repetiria na carreira de JJ Abrams? Ademais, deve ser fácil achar informações sobre como ler esse livro. E de fato foi.

Mas a irritação só estava começando.

Eu li a história "central", escrita pelo tal VM Straka. Não me agradou, é uma sequência de mistérios e suspense que definitivamente não me prendeu. Depois parti para as anotações, e o suspense parecia que faria a coisa melhorar - mas não melhorou. Sem contar que é bizarro: Eric não usa e-mail porque já foi hackeado e acha inseguro, mas se sente à vontade usando as margens de um livro em uma biblioteca universitária para manter o segredo e a privacidade? Essa eu não engulo.

Os anexos também irritam. A primeira coisa que se faz é tirá-los do livro, porque há o risco de perdê-los, já que ficam caindo. Depois é necessário ver em que página estavam originalmente. E tem de tudo: xerox, cartas, bilhetes, cópias de telegramas, cartões-postais, cartões-postais com recorte de jornal dentro, um mapa desenhado em um guardanapo de papel... e uma coisa chamada "roda de Éotvos", que parece uma bússola e serve para desvendar um dos mistérios do tal livro. Como? Indo ao Google, descobrindo as coordenadas geográficas de cidades que aparecem nas notas de rodapé e inserindo na tal roda de Éotvos até formar uma frase. Sim, é maluco mesmo.

Eu dou meu braço a torcer: a edição é realmente muito bem produzida. As anotações nas margens realmente dão a impressão que alguém escreveu ali, os anexos realmente são o que dizem ser... mas é só. De resto, pura irritação. O tal Eric é um sujeito que dá vontade de encher de tapas. Se eu entendi bem.

Gosta de ler pegando um ar em uma praça à tarde? Não leve esse livro - pelo menos não com os anexos. Gosta de tomar um café em uma padaria e ler um livro? Não leve esse livro - pelo menos não com os anexos. Gosta de ler no ônibus? Não... enfim, não leve esse livro com os anexos para a rua.

O que eu concluí é que não é porque algo vem cheio de palavras escritas que pode ser chamado de livro. "S" é um brinquedo, uma espécie de RPG solitário, um quebra-cabeças pós-moderno.

Gosta que a leitura seja prazerosa e relaxante? Fique longe de "S". Gosta de mistério? Não vê problemas em uma leitura desafiadora nível "maluquice total"? "S" é uma boa pedida. Mas não leva os anexos para a rua. Serão perdidos.

JJ Abrams, pra mim, nunca mais.
Sil 21/05/2018minha estante
Uau! Que droga. Essas coisas que você mencionou tambem me irritam demais. Obrigada pela sinceridade. Me poupou uma baita grana. Abraço


Egídio Pizarro 27/05/2018minha estante
Que beleza ter te ajudado! A grana que pedem por esse livro pode ser usada em livros (plural!) beeeem melhores hahah...


Sil 30/05/2018minha estante
Verdadee. Obrigada :)


Erika 25/01/2019minha estante
O livro mais diferente que tive contato. Estou lendo no momento e não tenho certeza se estou curtindo. Meio complicado. Cheio se enigmas. Gosto se desafios, mas estou achando sem Pe nem cabeça. Vou continuar a leitura e ver se mudo de opinião. Até para falar com mais propriedade. Mas acho que vou acabar tendo a mesma percepção sua. Rs


Vilamarc 17/02/2019minha estante
O navio de Teseu só muita imaginação pra gostar da história, nada faz sentido. Lendo, já na metade e nenhuma graca até agora.


Lucas Poliseli 22/04/2020minha estante
Concordo com tudo! É muito forçado o Eric só querer se comunicar pelo livro. A única coisa que salva é que a edição realmente é bonita.


Manu 11/01/2022minha estante
Você vende?




spoiler visualizar
MonalizaNM 16/12/2018minha estante
Gratidão. Salvou minha noite. Algumas letras estavam na ordem certa, mas algo não se encaixava. Agora tudo certo.




Vini.Toledo 13/02/2018

Conceito/ideia muita boa, mas não foi bem executado
A ideia de acompanhar a conversa dos personangens enquanto eles leem o mesmo livro q você, é muito boa. Porém o ?livro dentro do livro? é bem fraco e fica difícil levar a trama a sério e que Straka (o autor fictício) foi um dos maiores escritores que já existiram. Fica forçado
Manu 11/01/2022minha estante
Você vende?




Leonardo José 11/01/2018

Com um universo incrivelmente rico, S. Proporciona ao leitor não apenas uma história, mas pelo menos 3 que se entrelaçam na narrativa, margens e anexos do livro. O mistério envolto a alguns fatos dos persoagens te deixa reflexivo sobre o que aconteceu em cada momento onde o livro acoberta com perguntas não respondidas diretamente. A historia do livro exige muita atenção aos detalhes e a narrativa te prende a cada capítulo. Ótimo trabalho do saudoso J.J. Abrams e Doug Dorst neste livro diferente de todos os outros que já vi.
O navio de Teseu é um livro imersivo, único e rico de conteúdo.
Vale a pena conferir.
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Aline 10/01/2018

S: "entrei de gaiato no navio.." ♫♪
O primeiro impacto nesta obra é a incrível arte gráfica. O trabalho primoroso que inclui escrita a mão, anexos muito convincentes e marcas do tempo, é uma espécie de "passagem" em que o leitor se depara com o encantamento. Aqueles habituados às bibliotecas terão particular admiração aos cuidados em reproduzir os sinais encontrados nos livros de empréstimo.
Seria o livro também um personagem?

S. o personagem do livro principal se depara com diversos dilemas. Como trecho da música neste título, entra "de gaiato" em um navio e tem sua história totalmente ligada a este navio. A história brinca com o tempo, que é flexível, é diferente no navio e em terra. É diferente também para os leitores. O tempo e os dilemas levantam muitas questões. Todas estas questões serão respondidas?

Ao iniciar a leitura, percebe-se não estar sozinho. Na realidade quem lê é um terceiro leitor e passa a conhecer os outros dois leitores a medida que eles se revelam pelas anotações nas margens do livro principal: O Navio de Teseu ou ONDT. Tanto estes "colegas de leitura" quanto os personagens do texto principal são complexos, mudam e se revelam em diferentes níveis. Estas características dão maior profundidade e permitem que o terceiro leitor se identifique à medida que pensa em suas próprias questões existenciais.

O livro é cercado de mistérios. Não falta suspense nesse movimentado enredo. Pouco se sabe sobre o autor, V. M Straka, sobre o editor F. X. Caldeira e sobre o personagem do livro principal: S. Os dois leitores que conversam pelas anotações também não se conhecem. Quem é quem é uma das grandes questões a ser respondida. S:ONDT é uma contínua busca por identidade. A perturbação existencial de S. por conhecer quem ele foi antes de sofrer de amnésia parece presente, em diferentes níveis, em cada um dos personagens. Este dilema pode ser percebido e refletido pela escolha do nome de ONDT, uma referência direta ao paradoxo que intriga filósofos desde a antiguidade. Afinal alguém permanece o mesmo a medida que muda?

Quanto a forma de ler S:ONDT, há várias possibilidades. (Inúmeras propostas podem ser encontradas pela internet!) Isso ocorre por tratar-se de várias histórias simultâneas: A história central de ONDT, a história dos dois leitores nas margens e a história misteriosa que envolve a autoria de ONDT. Todas as histórias podem ser organizadas em uma linha do tempo, que seria o andamento "lógico" do enredo. As cores das canetas por exemplo seguem um padrão de evolução temporal, que é desenvolvido e pode ser percebido pelo leitor atento.
Porém, se pensarmos como o leitor sendo o "terceiro" leitor, não se pode sugerir uma ordem certa. Afinal este terceiro leitor é aquele que circulando pela biblioteca da PSU, encontra o livro e as anotações dos dois primeiros leitores. E encontrando o livro é ele quem encontra sua maneira de ler.
(Esta opinião obviamente é uma das possibilidades, também é possível encontrar na internet diversos passo-a-passos ensinando a ordem "certa" da leitura - pessoalmente acredito que é parte do desafio compreender as linhas do tempo. No meu caso, optei por ler cada página completamente e ir montando o quebra-cabeças.)

Este livro é uma experiencia sensorial e cognitiva. Uma leitura desatenta e superficial não será capaz de permitir a compreensão da obra. E mesmo uma leitura cuidadosa pedirá outras releituras. O leitor será impelido a decifrar os diversos códigos e mensagens secretas. Há várias mensagens criptografadas que exigirão grande exercício mental, paciência, lápis e borracha. Também é possível ler sem buscar decifrar sozinho as mensagens, pois elas são também reveladas no decorrer do texto.
(Mais uma vez: deixar de pelo menos tentar decifrar as mensagens é perder parte da experiência!)

Aos brasileiros há ainda a presença de um personagem conterrâneo que é parte importante das histórias em curso e rende postagens com várias referências às terras tupiniquins e sua riquíssima fauna.

O mar, o navio, os pássaros, o macaco e os demais personagens são um convite para se aventurar em S:ONDT. Mas essa viagem exigirá uma (ou mais) leitura imersiva. Este não é um livro para ser observado superficialmente, é preciso raciocinar e buscar conexões as vezes não muito claras, mas que permitem ótimas descobertas!
☸☸☸
Boa viagem aos que se aventurarem por essas águas!
☸☸☸
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Esther 17/09/2017

Uma verdadeira experiência literária
À primeira vista, o livro S. me saltou aos olhos como uma belíssima, mas também desafiante obra. Fiquei encantada com a premissa do livro e com o cuidado da edição. Encontramos dentro da caixa - lacrada - de S. um livro com capa de tecido, envelhecido com suas páginas amareladas, sinais de manuseio, carimbos e anotações. Completando a riqueza, diversos anexos que vão desde fotos e documentos a guardanapos rabiscados.

Foi um dos poucos livros que li que cresceu comigo. Quanto mais eu lia, mas eu crescia e mais informações eu retirava dele. Quando mais eu olhava os anexos, ora uma foto - em papel fotográfico real -, ora um encarte de jornal - em papel jornal real -, mais encantada eu ficava com a obra que havia adquirido, meu livro mais caro.

A premissa é de um livro dentro de outro. Impresso como um livro de biblioteca encontramos "O navio de Teseu" do autor VM Straka, traduzido por FX Caldeira, ambos cujas identidades nunca foi confirmada. Nas margens temos a história de Jen e Eric, dois estudantes que buscam compreender a verdade por trás do livro.

A obra foi organizada pelo cineasta J.J. Abrams, criador da série de TV Lost, e por um professor de escrita criativa Doug Dorst. É um livro e ao mesmo tempo um quebra cabeças com seus mistérios e pistas.

Há uma hipertextualidade tremenda que enriquece e ao mesmo tempo transforma o livro num desafio. Não é um livro para leitores iniciantes. A história vai exigir muito do leitor, mas irá recompensar aqueles que se dedicarem. Muitas vezes será necessário se afastar de S, pensar, filosofar, especular, reunir coragem e só então voltar a decifrar o livro. É importante ressaltar que a leitura na ordem facilita e muito o entendimento. Embora seja possível ler as notas simultaneamente, seguir a ordem proposta acelera a leitura e a compreensão da narrativa. Veja bem, não é impossível ler tudo ao mesmo tempo, mas não é recomendado. Para isso, segue a ordem que usei para leitura: (1) Leia o Prefácio, (2) Leia o texto de "O navio de Teseu" de Straka; (3) Vasculhe as notas de rodapé do tradutor/editor, Caldeira; (4) Leia as anotações de Eric e Jen; primeiro as à a lápis que podem ser lidas concomitantemente ao texto de Straka, as em preto e azul, as em laranja e verde, as em roxo e vermelho e finalmente as em preto e preto. E quando ler os anexos? Recomendo lê-los conforme eles forem sendo citados nas anotações do Eric e Jen. Se lê-los antes, talvez não os entenda completamente e deixá-los para o fim não entenderá algumas referências a eles no meio das anotações.

Pra mim, um dos temas mais trabalhados ao longo do livro foi a dicotomia existente entre símbolo e significado. O personagem principal de “O navio de Teseu”, “S” possui amnésia e se vê perdido sem saber quem era ou quem é.

“Ser um reescrito a partir de um primeiro esboço perdido.”
- S. O navio de Teseu. Página 126

“Uma pessoa não é nem mais nem menos que a história de suas paixões e realizações.”
- S. O navio de Teseu. Página 360-361, anexo

Tudo que ele tem é o símbolo S que ele passa a ver em diferentes locais e situações. Aos poucos ele vai cooptando significados ao símbolo sem verdadeiramente o definir – este será o trabalho do leitor. Em outros momentos, S sê vê em busca de uma mulher misteriosa. Ele sabe a aparência dela, sua voz, ou seja, seu significado, mas durante o livro diversos nomes são dados a ela. Aqui temos a primeira antítese: o personagem principal tem um sinal – o “S” – mas não conhece de início seus significados enquanto a mulher tem o seu significado mas ele desconhece seu “símbolo” – no caso, o nome dela.

“- Taraqachi.
- Não sei o que isso significa.
Ela o olha em silêncio.
- Certo – diz ele, dando de ombros. – Taraqachi.
O que importa é o que você faz, não como é chamado.”
- S. O navio de Teseu. Página 334

“Uma terceira verdade, então: a Companhia de Vévoda também roubou os símbolos.”
- S. O navio de Teseu. Página 348

Outro tema pungente no livro é o da maturidade e a questão do “eu ideal”. Quem o autor queria ou achava que devia ser, e quem ele se torna durante a narrativa. Frequentemente S é descrito sendo levado pelo navio como metáfora para a conjuntura política e econômica.

“(...) se ele pelo menos conseguisse descansar, recuperar forças, poderia descobrir qual daquelas posições era mais fiel à pessoa que ele era, e poderia escolhero que fazer em vez de simplesmente fazer.”
- S. O navio de Teseu. Página 71

“Você podia não ser um de nós antes, mas agora é. Goste disso ou não.”
- S. O navio de Teseu. Página 120

“S. é só um cara... Engatinhou para fora da água e terminou no meio de algo enorme e perigoso.”
- S. O navio de Teseu. Página 174, nota da Jen a lápis

Ao mesmo tempo que o autor vai sofrendo as suas transformações, assim também o faz o navio que o transporta, num paralelo ao clássico paradoxo sobre o navio de Teseu. Filósofos têm tentado responde-lo ao longo da história, tentando descobrir se algo que modificado tantas vezes pode ser considerado a mesma coisa.

O navio com que Teseu e os jovens de Atenas retornaram de Creta tinha trinta remos, e foi preservado pelos atenienses até o tempo de Demétrio de Falero, porque eles removiam as partes velhas que apodreciam e colocavam partes novas, de forma que o navio se tornou motivo de discussão entre os filósofos a respeito de coisas que crescem: alguns dizendo que o navio era o mesmo e outros dizendo que não era.
– Plutarco. Vida de Teseu 23:1.

“Todas as vezes o navio abandona uma característica e ganha uma nova, reinterpretada e refeita. Algumas das mudanças são marcantes (...); outras, insignificantes (...). Algumas das mudanças são felizes; muitas não são, cada uma parecendo ampliar a diferença entre o que se pretendia e o que se revelou.
- S. O navio de Teseu. Página 291

“A intuição me diz que é o mesmo navio, o modo ressuscitado e devolvido a uma condição ainda mais lamentável que seu habitual caos desmazelado. Deve ser a embarcação mais desajeitada, dilapidada e desconjuntada a flutuar nos mares, uma ofensa até mesmo às sensibilidades náuticas mais compassivas.”
- S. O navio de Teseu. Página 395

Não pense que esses são os únicos temas tratados na obra. Podemos ainda depreender do texto o poder da escrita como forma de resistência política e a questão da censura, a descoberta do amor e da sua perda e principalmente a questão da identidade através da literatura. Para aprofundamento da discussão destes temas e de outros, recomendo os textos disponíveis no site “The Key to ‘S’” feito pelos alunos da Universidade de Middlebury em Vermont, EUA.

“(...) mas algo sério sobre tentar contar uma história ou expressar um sentimento, mas nunca conseguir que saia do jeito que você quer?”
- S. O navio de Teseu. Página 207

“Palavras são um presente para os mortos e um alerta para os vivos.”
- S. O navio de Teseu. Página 234

As influências dos autores são muitas e nem todas reveladas facilmente. Uma delas seria um paralelo entre a vida de VM Straka ao autor B. Traven, um escritor de esquerda exilado no México sobre o qual se tem pouco mais que boatos com menos certezas ainda. Outra seria a própria capa do livro. O navio em um redemoinho faz referência ao conto de Edgar Allan Poe intitulado “Uma descida ao Maelström”. A história do conto é sobre um redemoinho formado junto a um arquipélogo. Trata-se também de uma história dentro da história em que um pescador é apanhado por um furacão e levado ao redemoinho sem conseguir sair. Um dos homens da tripulação escapa porém – assim como “S.” – e passa a contar o ocorrido. Poe trabalha então com o horror do acontecido seguido de uma descrição espetacular e encantadora da natureza.

“O resultado foi precisamente o que eu esperava que fosse. Como eu mesmo é quem agora conto essa história ao senhor – o senhor pode ver que de fato escapei – e como o senhor já tem conhecimento da maneira como tal fuga foi efetivada, e deve, portanto saber por antecipação tudo o que direi em seguida – vou levar a narrativa rapidamente à conclusão. Transcorrera aproximadamente uma hora, após haver abandonado a sumaca, quando esta, tendo descido uma grande distância abaixo de mim, deu três ou quatro violentos giros em rápida sucessão, e, carregando com ela meu querido irmão, afundou verticalmente, de uma só vez e para sempre, no caos de espuma lá em baixo. O barril ao qual eu estava amarrado afundara muito pouco, mais ou menos a metade da distância entre o fundo do vórtice e o ponto do qual saltei de bordo, antes de acontecer a grande mudança que se deu no caráter do turbilhão. A inclinação dos lados do imenso funil foi se tornando a cada momento menos íngreme. Os giros do redemoinho eram gradualmente menos violentos. Aos poucos, a espuma e o arco-íris desapareceram, e o fundo do abismo parecia elevar-se lentamente. O céu estava claro, os ventos amainaram, e a lua cheia mostrava-se resplandecente a oeste, quando me encontrei na superfície do oceano, à plena vista das praias de Lofoden, e por cima do lugar onde estivera o abismo do Moskoe-ström.”

Minha conclusão sobre o livro é de que se trata de uma obra prima. Mesmo que não se torne um clássico, é certamente uma experiência de leitura válida. Porque é exatamente disto que o livro trata: uma experiência mais do que apenas uma leitura. Recomendo muitíssimo e acho que todo bom leitor devia entrar em contato com essa obra – de preferência impressa – pelo menos uma vez.
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João Mau-Tempo 19/05/2017

O livro é bem interessante pela forma como a história é contada. Por meio das anotações de duas pessoas você entende o desenrolar do mistério de S.

Existem várias formas de ler esse livro, abaixo conto como o li. As duas pessoas possuem caligrafias diferentes, uma escreve em letra corrida e a outra em letra de fôrma:

1. Ler cada capítulo dO Navio de Teseu normalmente, lendo as anotações à lápis em letra de fôrma;
2. Ao término do capítulo voltar ao início do mesmo e ler as anotações: letra de fôrma em preto e letra corrida em azul;
3. Terminar o livro nesse ritmo;
4. Voltar ao início do livro e ler as anotações: letra de fôrma em verde e a letra corrida em amarelo;
5. Terminar o livro;
6. Voltar ao início e ler as anotações: letra de fôrma em vermelho e letra corrida em roxo;
7. Terminar o livro;
8. Voltar ao início do livro e ler as anotações: letra de fôrma em preto e letra corrida em preto;
9. Terminar o livro;

Os anexos são importantes para o desenvolvimento dos personagens, e devem ser lidos no momento certo da história. Então sugiro que coloque um post-it neles com o número da página em que vieram, pois pode acontecer de deixá-los cair.

Boa leitura!
Mordoen 10/06/2017minha estante
Ótimas dicas de como ler o livro. Vou adotá-las pois estava ficando meio atrapalhada lendo tudo na ordem em que aparecia.


João Mau-Tempo 14/06/2017minha estante
Eu li até a página 50 assim e não aguentei. Voltei ao início e me forcei a ler somente algumas das anotações. Ficou bem melhor, recomendo muito.


Mordoen 15/06/2017minha estante
Algumas anotações parecem sem sentido no método convencional, mas agora que adotei o método indicado melhorou bastante. Espero que o final não seja frustrante como li em alguns comentários. Como descobriu esse método?


João Mau-Tempo 16/06/2017minha estante
Descobri pelas setinhas puxando as respostas, e também pelos tempos verbais. Depende muito da definição de "frustrante" de cada um; eu achei bacana.


Naia Corteze 12/02/2018minha estante
Obrigada pela dica de como ler , estava confusa rs


Rodrigo.Leite 09/03/2018minha estante
Bom dia pessoal. Terminei o livro ontem. E fui tentar descobrir a mensagem final na Roda de Eotvos. Consegui, mas vi que não foi tão fácil, é que tem alguns erros na própria roda. Por isso fiz um tutorial para descobrir.

ESTUDO SOBRE S ? O NAVIO DE TESEU
COMO USAR A RODA DE EÓTVOS

1 - A primeira dica não nos traz o nome de uma cidade. Talvez por isso possamos olhar em cima e entender que seja ?Mediterraneo?. O que é errado, pois além de ser uma faixa muito grande, a dica nunca está contida no texto, mas sim no rodapé. No rodapé temos o nome do ensaísta Norman Berguen. Que surpresa descobrir que Berguen é uma cidade da Noruega! Então onde acharíamos 35°N/28°O de coordenada do Mar Mediterraneo, o que nos daria:
E
E
O
R
F,

Temos a coordenada de Berguen, Noruega, que é60°N/5°L. O que nos dá:
E
D
I
I
A.

2 - A segunda dica, a primeira vista, podemos achar que é St. Vincent. Mas é Biabou, St. Vincent. A coordenada de St. Vincent no Google é 15°N/60°O, e a de Biabou é 13°N/61°O. O que nos dá:
U
E
O
N
T.

3 - A terceira dica, nos dá o estado de Oregon, que no Google nos traz 45°N/121°O. Poderiamos ser mais específicos e pensar que um grande jornal no estado normalmente fica na capital. Então buscamos as coordenadas da capital Portland, que nos traz 45°N/123°O, e nos dá:
A
S
E
U
E.

4 - A quarta dica tá bem clara. Thunkar, no Butão. Se você pesquisar ?Thunkar, Butão?, vai ser mais difícil achar a coordenada no Google. Então procure simplesmente por ?Thunkar, coordenadas?. De qualquer modo, as coordenadas são 27°N/91°L, o que nos dá:
M
D
V
A
O.

5 - Agora começam os problemas. A dica nos traz o ?príncipe de Santiago?. Procurando no google, achamos Santiago de Compostela, na Espanha, e alguns site em inglês indicam que esta seja a cidade certa. Porém, Santiago de Compostela nos traz no Google a coordenada 42°N/8°O. Trazendo-nos a seguinte sequencia de letras:
U
E
O
N
T.


Essa sequencia nos fará não conseguir identificar a mensagem. Em sites em inglês, nos indicam que seja Santiago na Espanha, e nos dão a coordenada 33°S/70°O. Que nos dá:
B
F
K
A
R.
Errado também. Com mais um pouco de conhecimento, descobrimos que a coordenada 33°S/70°O bate certinho com Santiago, maaaaasss, Santiago do Chile! Mas já vimos que essa coordenada nos dá a identificação de letras erradas. Penso que pode ter sido na hora da tradução para o português. Então? Não tem jeito? Um momento. Fiz o inverso. Achei a sequencia de letras lógicas, e tentei pelo menos bater com a coordenada 33°S. Assim sendo teria que usar a coordenada (segredo). Ou seja, com a coordenada 33°S/(segredo)°O, você acha a sequencia de letras lógica. Mas ai não teria graça te passar isso logo de cara. O que fiz? Joguei no Google pra ver onde bate essa coordenada 33°S/(segredo)°O. Infelizmente caiu no meio do Oceano Pacifico, sem nem uma ilhazinha perto. Kkkkkk. Então procurei uma cidade que tivesse coordenadas que desse a sequencia de letras certas. Achei a cidade de Salamanca, no Panamá. Ai se quiser diversão, você procura as coordenadas dessa cidade. Se não quiser, as coordenadas são 9°N/79°O. A coordenada segredo é 159°O. O que nos dá:
E
E
O
R
F.

6 - A sexta dica é a cidade de Calais, na França. Mesmo problema da ultima dica. Calais tem coordenada no Google de 50°N/1°L. E nos dá a sequencia:
E
E
O
R
F.
Errada! Em sites de língua inglesa achamos 51°N/0°L. Que dá a mesma coisa. Então, a cidade a ser achada para a sequencia de letras certa é Acra, em Gana! Com a coordenada 5°N/0°O. Que nos dá:
I
O
U
A
i.


7 ? A sétima dica nos fala de uma missão de Morandava! Que diavo é Morandava? Sim. Morandava é uma cidade de Madagáscar. Ai ficou fácil. A coordenada de Morondava é 20°S/44°E. O que nos dá:
V
I
C
A
N

8 ? a oitava dica nos fala de sangue derramado em Havana. Fácil também. A coordenada de Havana, em Cuba, é 23°N/82°O. O que nos dá:
O
N
O
M
A



9 ? A nova dica não nos fala de cidade nenhuma. Mas que diabos hein. Mas fala do dialógo entre Viktor e Sofia no livro Dois de Coriolis. Mas que coisa hein. Quem estudou geografia sabe que Sofia é a capital da Bulgária, rsrsrsr. O ruim é que Sofia nos traz a coordenada 42°N/23°L. Que nos dá a sequencia de letras:
R
N
B
F
H
E surpresa, está errada! Para achar a sequencia certa de letras e pra não fugir da Bulgária, indico que procure as coordenadas do litoral da Bulgária, o famoso Mar Negro. Nos trará a coordenada 42°N/28°L. Que nos dá:
C
I
N
A
L.

10 ? A ultima dica tá na cara. A Big Aplle, New York, Nova Iorque. Eu gosto de escrever Nova York. Molinho. Nova York a coordenada 40°N/74°O. Nos dá a seguinte sequencia de letras:
E
C
T
R
.
Isso. A última letra é um ponto. Caracterizando que a frase chegou ao final. Vamos compor então as sequencias de letras? Vamos lá. Botamos cada coluna uma do lado da outra:

E U A M E I V O C E
D E S D E O I N I C
I O E V O U C O N T
I N U A R A A M A R
A T E O F I N A L .

FRASE SOLUCIONADA: EU AMEI VOCÊ DESDE O INICIO E VOU CONTINUAR A AMAR ATÉ O FINAL.

Muito lindo mesmo! No final de tudo, S ? O Navio de Teseu, é um livro de amor. Na minha opinião, claro!




Mari 21/04/2017

um livro sensacional!
Que livro mais incrível!!
Aos que ficaram com dúvidas no final do livro, a minha dica é fazer algumas pesquisas na internet. Existem outros "anexos" oficiais que estão fora do livro. Existem também muitos fóruns de discussão sobre as teorias e que são muito legais de participar, tanto para falar sovre as suas ideias quanto para ter ajuda para entender alguns dos mistérios.
A ideia do livro é justamente ficar alguns enigmas para que a gente possa descobrir, o que o torna ainda mais sensacional!
A edição é linda e muito bem feita pela Intrínseca.
Crisna @tinyowl.reads 15/06/2017minha estante
Você tem o link para esses anexos? Não encontrei nada no Google.


Crisna @tinyowl.reads 15/06/2017minha estante
Dei mais uma olhada e achei.


Crisna @tinyowl.reads 15/06/2017minha estante
Demorei um pouco mas achei. Não sabia desses anexos extras.


Esther 08/07/2017minha estante
Tem o link de algum desses fóruns?




Gerson.Salgado 10/04/2017

Final decepcionante
O livro é encantador, só que o final deixa a desejar, muitas questões sem esclarecimentos o que decepciona a maioria das pessoas que o terminam.
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Italo.Teixeira 22/03/2017

The Mistery Box
Esse é um daqueles livros que é até difícil falar a respeito. Difícil porque é inovador no seu estilo, e , consequentemente, não existe um outro similar pra comparar. Difícil porque aprendemos a não julgar um livro pela capa, mas não sei como não se envolver com um livro q não apresenta sua capa logo de início m, apenas um misterioso "S" (uma mistery box). Difícil porque a quantidade de informações e questionamentos que ele apresenta, nos deixa sem saber por onde começar a procurar resposta.
Para todos que se aventurarem em suas páginas, fica aqui o meu recado: esse não é um livro que vai acabar, que vai te dar todas as respostas, que permitirá que seja apenas um leitor passivo. Portanto sintam-se a vontade para procurar sites e grupos de leitura para poder debater sobre as possíveis respostas.
Desejo a todos um bom começo.
Sigam o macaco.
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Raquel Holmes 19/02/2017

Aquém da expectativa / Confuso
Dizem que não há um padrão de leitura para esta obra. Creio que, por não existir tal padrão, a leitura acaba sendo muito confusa (imagino que pra a maioria dos leitores). Vários testemunhos de leitores dão conta de que tentaram ler de um jeito e não deu certo. Tentaram de outro e também não deu certo... Com isto, a magia do livo vai se perdendo. O legal de "S. O navio de Teseu" é justamente acompanhar a história (contemporânea).

Primeiro, eu comecei lendo "O navio de Teseu" junto com os comentários de Jen e Eric. Não deu certo. Então, resolvi ler todo "O navio de Teseu" e voltar ao início lendo os comentários. Deu parcialmente certo.

Observei que as conversas seguem "fases". Jen comenta todo o livro. Devolve. Eric comenta todo o livro. Devolve. E assim eles seguem várias vezes.

Como identificar que comentários vêm primeiro que os outros? Bom, de início é fácil saber. Os comentários a lápis vieram primeiro. São as primeiras impressões de Eric. Após, vêm os comentários iniciais de Jen, que encontrou o livro esquecido pelo Eric. Mas depois vêm outras cores.

Segui esta ordem:

Eric: Lápis

Jen: Azul
Eric: Preto

Jen: Laranja
Eric: Verde

Jen: Roxo
Eric: Vermelho

Ambos: Preto

Contudo, mesmo percebendo que esta é a ordem cronológica das cores dos diálogos, ainda assim foi confuso de ler. Quando cheguei na fase do roxo e vermelho, recebi vários spoilers. Vou dar um exemplo FALSO pra não dar spoiler falso pra vocês: "Eu encontrei Júlia numa lanchonete". Quem é Júlia? Só mais a frente saberíamos como esta Júlia entrou na história. Isto porque apesar de a cor estar certa na ordem cronológica, eles conversaram várias vezes com aquelas mesmas cores e você não sabe qual anotação veio antes de qual. E fica perdido!

Por conta de estar meio "cega em tiroteio", acabei não conseguindo acompanhar a linha de raciocínio deles para desvendar os mistérios escondidos em "O navio de Teseu". Pra mim, a roda de Eotvos foi inútil.

Bom, quanto ao livro "O navio de Teseu", ele até te prende um pouco. Tanto que eu me sentia tentada a ler os comentários, mas na maior parte do tempo minha atenção estava tão presa ao enredo que eu conseguia ignorar os comentários numa boa. Mas a julgar pelo livro, sem considerar as anotações, eu diria que é apenas uma fantasia. Algo sem sentido e que termina sem respostas a muitas perguntas. Maaasss quando se lê as margens, compreende-se o verdadeiro sentido de aquele livro existir. Para os personagens e para quem consegue acompanhar o raciocínio de Jen e Eric, faz sentido.

Pontos positivos:

Achei bacana a história do personagem S. ser narrada no presente. Assim tudo está acontecendo exatamente naquele momento em que você lê. Dá uma emoção e uma expectativa bem diferente. É como se o futuro pudesse ser alterado, planejado ou impedido.

"S. ONdT" me lembrou os tempos de faculdade, quando estudamos correntes que defendiam pontos divergentes e um deles dizia que a intenção do autor não deve ser levada em consideração. Outro dizia que a biografia do autor não deve interferir na obra. Em "S. ONdT" a coisa muda de figura. Tudo é importante. Considerando intenção do autor (e do tradutor) e a biografia do autor (além da situação histórico-política da época) aquela trama de mera ficção assume uma outra forma e um mundo de informações surgem.

Achei fantástico o modo como os escritores inseriram o leitor no livro. Tanto com esta cartada da narrativa no presente, quanto com outros detalhes: O autor às vezes é onisciente, às vezes, não. Ele te coloca todo o tempo no presente, como eu falei acima, de modo que você vê "alive" tudo acontecendo. Ele conversa com o leitor, ousa dizer o que o leitor fará e pensará (como se ele dominasse também o leitor) e em determinado capítulo ele usa o leitor como personagem: você é o personagem, você é "assim, assado" e tais coisas acontecerão contigo. Achei genial!

E há alguns detalhezinhos que eu não posso comentar por serem spoilers. Mas acho que o que eu falei basta.

No mais, eu fiquei um pouco decepcionada. Não acompanhei J e E nas buscas pelos códigos, não segui o raciocínio deles... fiquei perdida. O que compreendi mais ou menos foi que fim levaram estes dois personagens.

Maaasss, eu recomendo a leitura. Muita gente gostou e compreendeu, teve um melhor aproveitamento que eu. Então, leiam! ;)
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Aaaaahhhh! Voltei. Eu esqueci de falar do mais maneiro. O trabalho gráfico da Intrínseca. Fantástico, gente! Que capricho! A editora ousou e eu bato palmas. Tudo muito luxuoso. Parabéns, Intrínseca!
Roseane Suelen 13/05/2019minha estante
Eu também fiquei com essa sensação de estar perdida em relação as ideias deles. Teve horas eu eu lia só por ler mas não entendi o que eles estavam falando. E realmente essa questão de ter notas da mesma cor com spoilers também me deixou confusa, eu pensava que tinha esquecido algum detalhe.




Viviane 29/12/2016

Li apenas o Navio de Teseu por enquanto
SPOILER

Li em uma primeira vez apenas o livro Navio de Teseu, e vou colocar aqui esta minha experiência com o livro...
Neste primeiro momento o livro se mostrou uma história fictícia, como parecendo um sonho, daqueles em que não há uma estrutura bem costurada....ou seja...tempos se misturam, fatos desencontrados sem uma explicação...porém tudo isso é bem pertinente já que o personagem principal inicia a trama não se lembrando de quem foi por uma provável perda de memória.
O tempo todo nossa imaginação percorre por entre esses mistérios tentando imaginar os significados de cada situação, lugar ou personagem.
O que puder perceber do livro é que se trata de uma crítica ao capitalismo, onde o ser humano se apropria da natureza apenas por luxo e lucros, sem se preocupar com sua preservação. Pessoas se vendem por dinheiro, são manipuladas e condicionadas a tarefas que ao menos questionam..neste caso o macaco para mim foi o personagem que teve esta representação.
O navio seria então todo o resultado deste passado e presente, na trama a todo momento suas partes foram sendo trocadas como um quebra cabeças onde cada pedacinho se diferenciava do outro mantendo um aspecto de “colcha de retalhos”, e quem disse que não somos assim.....que nossa história não é assim? A cada momento vão se agregando e desagregando elementos que formam este casco que o tempo há de envelhecer, ou que por alguma situação foi destruído e novas partes foram sendo colocadas. Uma história toda remendada, onde é impossível determinar qual sua parte mais antiga, qual sua parte mais nova, o navio se refaz a todo instante e mesmo assim acreditamos ser ainda aquele primeiro navio. Me vi como este barco....será que ainda permanece em mim aquelas primeiras madeiras? Será que ao longo de minha vida não fui me reconstruindo ao pondo de ser hoje algo tão distante do que fui logo no ínicio...Será que a história de nosso pais não é assim também? Ou a história de nosso planeta? No que nos apegamos? A simples crença de que nada mudou?
Ao longo da viajem no navio seus tripulantes com as bocas costuradas desciam em uma sala para escrever....e esses escritos eram guardados e muitos deles se perderam ao longo da história...representam nossas memórias? Nossa história? E porque são escritas em um lugar tão secreto? Será que a história que conhecemos são realmente verdadeiras...ou são como no navio de Teseu...incrustados em um canto escuro e secreto onde só alguns tem acesso...e essas palavras em nenhum momento são trocadas já que para poder escrever a boca já não mais poderia ser usada...tanto que S ( personagem principal) quando ia interagir fisicamente com a história tinha a permissão de retirar a costura, quantas histórias não poderão ser mais alteradas por já terem sido escritas...porém o que ocorre é que poderão ser esquecidas ou perdidas...
O que me chocou no final do livro foi a representação do vinho ( produto da exploração da natureza) representava o lucro desenfreado e o sofrimento de todo um povo, sofrimento do planeta, representava o sangue tirado de forma tão cruel e transformado em $$.
Chorei neste final.
Não li ainda nenhuma resenha do livro, nenhum blog, e não li a história dos personagens Jen e Erick que escrevem nas margens do livro então essa minha percepção pode mudar muito ainda. Vamos ver o que mais este livro tem a agregar...rsrsrs. Até agora eu amei tudo.
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Denise 20/12/2016

Uma experiência literária
É impossível não se encantar com S. à primeira vista. Edição primorosa, rica em detalhes... um livro que, de fato, vale o preço cobrado.
Sobre o processo de leitura... Eu tentei ler S. por duas vezes. Na primeira não consegui passar do primeiro capítulo. Me confundia entre a história do Navio de Teseu, a história de V. M. Straka e a história de Eric e Jen.
Na segunda tentativa, resolvi traçar um planejamento de leitura. Comecei pelo prefácio, depois li as anotações da margem. Li o primeiro capítulo todo, depois voltei às margens. Anotei tudo num caderninho, separando as fases das cores das canetas. À essa altura eu já havia entendido melhor as três histórias do livro e a partir do segundo capítulo fui lendo tudo ao mesmo tempo.
"O Navio de Teseu" é um livro sensacional. Uma história linda e que me encantou muito mais do que os problemas existenciais de Eric e Jen. Teria lido ONDT sozinho e, certamente, já teria gostado da história por si só.
O livro fala sobre a exploração do trabalhador e o controle de grandes empresas sobre a sociedade. Este é o grande pano de fundo para uma ampla discussão sobre a identidade. Do paradoxo do navio de Teseu (o navio que foi é o mesmo navio que volta?), às reflexões sobre a coletividade, pensamentos e objetivos coletivos, a própria existência de um "sujeito" coletivo, a questão da autoria, a memória e a história. ONDT perpassa todos esses temas com leveza e uma boa escrita. Fiquei até impressionada com a capacidade de um texto ficcional conseguir abordar tantas perspectivas da questão da identidade! Enquanto lia, ficava pensando que os autores poderiam ter lançado apenas este livro, sem as firulas.
Já a história de Eric e Jen achei chata, mas suportável. Como o livro era uma grande novidade, valia à pena continuar insistindo com eles. O problema é que ONDT traz boas reflexões e as conversas nas margens "quebram o clima" e trazem um tom adolescente à leitura.
O mistério de V. M. Straka e F.X.Caldeira, por sua vez, é uma delícia. As notas de roda-pé são cheias de mistérios e até agora estou tentando desvendar alguns deles (na primeira leitura é complicado, porque você já tem três histórias diferentes para entender, mas quem quiser se aventurar, recomendo buscar as pistas, tem muito mais a ser decifrado do que Eric e Jen conseguiram encontrar... e quem precisar de um empurrãozinho, recomendo dar uma olhada nos blogs americanos sobre os mistérios de S.).

Eu sou uma grande fã do JJ Abrams. Assisti todas as séries dele e fui uma das viciadas em Lost. Quando soube do livro, corri para comprar. Pensei que, pela ousadia da proposta, teria uma decepção ao final da leitura (pelos velhos tempos de Lost), mas pelo contrário. Foi uma ótima experiência! O final poderia ser melhor, claro, mas valeu muito à pena e no instante em que fechei o livro já sabia que precisaria iniciar uma nova leitura.
Recomendo a todos que gostem de um bom mistério e queiram se aventurar por uma experiência de leitura diferente de tudo o que já foi feito até hoje.
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Giselle 04/12/2016

Incrível
Me apaixonei por esse livro desde a primeira vez que vi na livraria!
O livro te surpreende logo de cara com a aparência, realmente ele parece um livro antigo, a forma direnciada da escrita, em forma de bilhetes escritos por todo o livro, existem três histórias diferentes, os personagens Éric e Jen, o autor misterioso e O Navio de Teseu. Os detalhes que encontramos no decorrer das páginas dão um toque especial, trás a sensação de realidade.
No início fica meio difícil decidir a melhor forma de ler e por incrível que pareça eu li simultaneamente, para mim funcionou muito bem.
O livro te prende logo de cara, os personagens Éric e Jen são carismático e você logo fica querendo descobrir mais sobre eles, a dinâmica do livro é viciante, você fica criando teorias e tenta desvendar as várias pistas, o suspense acompanhado o livro inteiro sem ser cansativo.
Um livro difícil de largar, muito bem desenvolvido e não decepcionou em nada, a história desperta sua curiosidade.
Indico com certeza esse livro.
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Fabíola 19/11/2016

S.
Um livro com várias possibilidades de leitura. Ele traz quatro universos que se interligam ao longo da história.
Tudo começa com dois estudantes que gostam de ler e são da área de literatura e se veem intrigados por mais esta obra de um escritor literalmente enigmático, já que sua identidade nunca foi descoberta. Isso se torna um grande objetivo para ambos, além do mistério de saber quem é o escritor suas vidas vão se entrelaçando.
É preciso ressaltar a beleza da obra, pois ela traz materiais anexados que refletem algo que nunca presenciei em nenhum outro livro, por exemplo, jornais, fotografias, cartas...tudo extremamente bem feito e realista.
Senti-me confusa em alguns momentos, até perceber e voltar algumas vezes a leitura para compreender a subjetividade de tais mundos.
Li a obra usando os quatro universos paralelos, ainda não descobri a funcionalidade da roda, mas deixarei para próxima leitura ( recomendo para quem não entendeu a magnitude da obra, sua releitura).
Existem pontos interessantes como o amor platônico e real, a arte da escrita, a confiança, a entrega absoluta pelo que se acredita e o principal em minha visão: o invisível mundo que está dentro de nós e ao nosso redor.
Boa viagem e lembre-se para compreender uma obra é necessário mais do que olhos físicos... é preciso o contato de sua alma com o texto.
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