bobbie 30/09/2021
Grandioso.
Fausto, um homem bem sucedido em sua profissão, que acredita já ter conquistado tudo o que a vida e a ciência têm a oferecer, desiludido com a falta de desafios e conquistas. Mefistófoles, o diabo que convence Deus a lhe dar permissão de tentar a alma deste homem em busca de mais realizações pessoais. Com a permissão Divina, Mefistófoles propõe um pacto de sangue a Fausto, que o aceita, mesmo sabendo que está trocando sua alma pelos novos desafios e sensações que lhe são ofertados. Este é o mote deste poema épico de mais de 13000 versos, dividido em duas partes. A primeira, de mais fácil deglutição, leva Fausto a corromper a moral de Margarida, uma moça de "boa família", temente a Deus, que Mefistófoles "ajuda" Fausto a conquistar porque atende aos seus caprichos. Caída em desgraça, grávida mesmo solteira, a moça tem sua honra maculada, o bom nome de sua família destruído, e é levada a cometer uma atrocidade, o que a leva à prisão. Sua redenção vem apenas quando Fausto e Mefistófoles apresentam-na a uma fuga fácil, mas ela se recusa a aceitá-la. A segunda parte já é de mais complexa digestão. Um belo poema épico, aos moldes d'A Odisseia de Homero (a quem abertamente presta homenagem), com seus personagens greco-romanos mitológicos, segue Fausto e Mefistófoles em mais uma "aventura" onde o primeiro desenvolve uma ojeriza ao diabo e o segundo luta para não perder a alma que lhe foi concedida por meio do pacto de sangue na primeira parte. Conseguirá Fausto salvar sua alma do fogo eterno? Fausto, a tragédia, flui rapidamente mas não facilmente. Trata-se de uma obra magnífica que certamente requer mais de uma leitura. E esta minha resenha está sendo escrita apenas ao final da primeira delas.