Faust, Part I

Faust, Part I Goethe




Resenhas - Fausto


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Valério 28/11/2014

Épico
A luta entre o bem e o mal. Somente por isso, já me animei para a leitura.
Fausto, um sábio de seu tempo, em uma disputa entre Deus e o diabo para ver quem ganha a sua alma.
E toda a história contada em forma de poesia. E tão bem escrita, tão perfeitamente contada, que dá vontade de aprender alemão para ler em sua língua original (se já é bom em português, mesmo sabendo que poesia traduzida nunca reproduzirá o texto em toda sua grandeza original, sua musicalidade, suas figuras de linguagem e seu humor característico de cada língua).
Há trechos memoráveis, empolgantes.
Contudo, há que se ter já uma boa bagagem literária, eis que é uma leitura nem um pouco fácil. Muito pelo contrário. Exige um vocabulário vastíssimo e concentração. Só assim para extrair do livro toda a grandeza que o permeia.
Extasiante leitura.
Uma das grandes obras primas da literatura mundial, sem dúvida.

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Braguinha 07/08/2014

Bom no teatro, péssimo na literatura
O diálogo entre Mefistófeles e seu cliente. O diabo querendo comprar uma alma. O livro não é atraente literariamente falando porque está todo esquematizado para teatro. É como ler o roteiro de uma peça.
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Ich heiÃe Valéria 29/07/2013

frustrante...
Sinceramente, muita gente idolatra esse livro e eu achei que iria gostar, até assisti a versão de Murnau, mas achei bem cansativa... e olha que eu gosto de filmes mudos, mas a versão não me cativou... pensei que ao ler o livro, a minha opinião mudaria, mas foi ainda pior. Goethe foi um dos maiores autores da literatura alemã e eu era louca pra ter a chance de ler as obras dele. Escolhi Fausto e Os sofrimentos do jovem Werther. A oportunidade de ler Fausto surgiu numa eletiva que paguei na faculdade, sobre História da literatura gótica e de horror do século XIX. Ganhei a versão da Martin Claret de um amigo meu, e tínhamos que ler pra resenhar e entregar a professora na semana seguinte... Não sei se a pressão de ter que ler em pouco tempo, resenhar e tentar entender obra tão complexa contribuiu pra aumentar minha frustração, mas a verdade é que pensei, pela 1ª vez na vida, em desistir no caminho. A história em verso me pareceu bastante confusa, cansativa e extenuante. Se fosse em prosa, talvez eu tivesse gostado, não sei... eu não tenho hábito de leitura em verso, e com Goethe, minha experiência foi bem insatisfatória.
Vanuza.Dias 19/11/2018minha estante
Também tive uma leitura frustrante da obra...




Matheus 09/01/2013

Fausto foi o livro que mais me moldou. Tive o privilégio de lê-lo sob o teto do Goetheanum, obra arquitetônica de Rudolf Steiner, homem que foi guardião dos arquivos de Goethe e seu grande admirador. Steiner desenvolveu toda uma ciência humanística, a antroposofia, - que inclui pedagogia, arquitetura, agricultura, música, desenho e religião - a partir de Goethe, principalmente baseando-se na filosofia contida em Fausto, e tive o imenso prazer de ser educado em uma escola com a pedagogia criada a luz desta filosofia, a pedagogia Waldorf.

Cada página do livro é uma lição de vida ou uma ilustração da natureza humana. Fasto é a obra que melhor descreve o ser humano em sua essência, mostrando nossas tentações, nossos desejos de grandeza, nossos pecados e nossas conquistas. Toda o obra é brilhante. Já no prólogo percebe-se sua grandeza, mas há algo de especial no último ato da peça que faz com que seja impossível não rever sua filosofia de vida ao término do livro. Meu livro de cabeceira, Fausto tourou-se meu código moral. É uma das obras mais influentes no nosso tempo.
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Gabii 12/12/2012

Em verso...
Épico alemão, “Fausto” conta a história de um médico que imprudentemente - é claro - vende a alma ao diabo, como agravante ele se apaixona e ainda ferra com a vida da amada. A edição que eu li é da Martin Claret - é eu sei, eu soube depois de comprar o livro, da série de “problemas” que essa editora tem - e ela nos é apresentada em verso, o que tornou a leitura um pouco cansativa, e às vezes sem nexo comparada a outros livros de complexidade semelhante como, por exemplo, “A Divina Comédia” que eu tive sorte de ler em prosa.
As partes mais interessantes, que são os delírios por quais ele passa, são também de difícil compreensão uma vez que você precisa possuir de antemão conhecimento sobre o folclore e cultura alemã.
Mesmo assim eu o indico por ser digamos, um “estimulante” para nos interessarmos mais pela cultura de outros países, que na maioria das vezes resultam em coisas que são apresentadas como novas, mas não são.
Eis o trailer do filme adaptado a partir do livro, e que em 2011 foi o grande vencedor do Festival de Veneza.

Visitem:
http://embuscadelivrosperdidos.blogspot.com
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Literatura 19/10/2012

Aqui está o que talvez seja a maior obra literária já vista pela humanidade, trata-se do poema grandiosamente criado por Goethe. A história assustadora e encantadora de Fausto.

Eis aqui um trabalho árduo realizado por Goethe, pois o poema começou a ser trabalhado na juventude do autor, e teve sua primeira parte publicada em 1808. Porém, a segunda parte foi ao público após a morte do poeta. Uma obra onde o grande Goethe trabalhou durante toda a sua vida, não poderia ser menos do que um grande espetáculo.

O livro é todo em versos, contado como uma peça de teatro, apesar da primeira parte ser pequena, a segunda faz com que o livro seja grande. A linguagem é extremamente rebuscada, causando muito desconforto para os que não estão familiarizados com leituras tão antigas, podendo ser necessário o uso de dicionários regularmente durante toda a história. Apesar de difícil, ninguém deveria morrer sem antes ler.

O protagonista, um brilhante homem, dotado de um conhecimento vasto e admirado, o grande Dr. Henrique Fausto. Um homem inteligentíssimo, que desperta o respeito da comunidade em que vive, devido à sua mente incrível. Apesar disso, Fausto sente um enorme vazio, se sente pequeno, sente uma insatisfação terrível com a vida e com o tempo em que vive, achando que seus conhecimentos são poucos e que nada poderá suprir o seu vazio. Certo dia, um demônio aposta com Deus que pode conquistar a alma de Fausto, que até então é tido por Deus como um servo leal. O diabo em questão é Mefistófeles, uma criatura astuta e com um senso de humor único.

O diabo se apresenta e propõe um acordo, que o doutor aceita. Uma aposta que vale a alma de Fausto. Basta que Mefistófeles lhe dê conhecimento, prazeres e tudo o mais, até suprir dele o vazio, então, assim como o demônio serviu ao homem na terra, Fausto deverá servir ao diabo assim que passar para o outro lado.

Veja a resenha completa no site:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/10/literatura-cult-fausto.html
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Jaque 11/07/2012

Incrível
Li esse livro há alguns anos e é fantástico, me senti absorvida pela história. Muito bom, quero relê-lo.
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Lilian 01/07/2012

Divertidíssimo
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ucy 04/02/2012

Meio pesado, mas Goethe é certamente um mestre.
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Coruja 15/03/2011

“Talvez a graça permita que algo de bom nos venha daquilo que foi criado pelo mal.”
De todos os trabalhos que fiz na faculdade de direito, aquele com que mais me diverti foi um trabalho de teoria dos contratos, e que tínhamos de analisar a questão dos contratos de adesão e cláusulas abusivas à luz do Fausto de Goethe.

Bem, a coisa começou mais ou menos assim: a professora passou uma lista de livros para a turma se dividir em grupos e trabalhar um daqueles. Inicialmente, iria haver sorteio dos livros, mas ninguém - absolutamente ninguém - queria pegar Goethe (que era o único livro de literatura da lista)...

Minto. Havia duas pessoas na sala que adorariam pegar Goethe, mesmo porque, ambas já tinham lido o livro. E as duas pessoas estavam no mesmo grupo. Entre eu e Davi, Guilherme e Carol não tiveram muita escolha.

E todos ficaram felizes da vida que Fausto não estaria no sorteio.

Fizemos a divisão do trabalho de forma que, a cada tema que começássemos, também se aresentasse um trecho da obra. De alguma forma que não sei explicar muito bem, misturamos Goethe com Confúncio, Shakespeare e Al Pacino em O Advogado do Diabo. Fizemos o contrato assinado e selado com "sangue" (e, ao final da apresentação, demos o pergaminho de presente para a professora).

Modéstia à parte, foi o melhor trabalho dos apresentados no ciclo de seminários. Até porque, em nenhuma outra das apresentações, estavam presentes Deus e o Diabo.

Quando dividimos a questão da pesquisa, eu fiquei com a introdução, para falar justamente da parte literária do trabalho. E, qual não foi minha surpresa ao descobrir que Fausto não era exatamente um personagem exclusivo de Goethe...

Por volta de 1540, morreu na Alemanha um mágico errante largamente conhecido à época chamado Jorge Faust, ou, simplesmente, Doutor Faust.

Fausto foi contemporâneo de outros magos conhecidos – tal como Paracelso e Agrippa, numa época em que o estudo da magia interessava aos acadêmicos, que se viam habitantes de um mundo governado por forças invisíveis. Sorte dele, pois, tivesse vivido um pouco mais, teria certamente sido alvo da perseguição empreendida pelos partidários de Lutero e pela própria Inquisição.

Foi Lutero, aliás, juntamente com seus seguidores, que acabou por demonizar a figura do mago, ligando-o a Satã e culpando o mestre infernal por sua morte. A idéia do contrato com data marcada, entretanto, só se tornaria conhecida em 1587, com a publicação do Faustbuch, em Frankfurt.

Essa primeira obra apresenta Mefistófeles (do grego Mefotófiles ou Me to fós files – “a luz não é amiga”, em clara contraposição a “Lúcifer”), um espírito demoníaco, que se compromete a servir a Fausto, obedecendo-o e conseguindo para ele tudo que este desejasse, respondendo todas as suas perguntas sem nunca faltar-lhe à verdade. Em troca, Fausto assinaria um documento dizendo que, após 24 anos de serviço, se todos os seus desejos tivessem sido satisfeitos, o diabo “poderá fazer de mim o que quiser, à sua maneira e conforme à sua vontade, apossar-se do meu corpo, alma, carne, sangue e bens”.

O Faustbuch constitui-se, entretanto, mais em uma comédia farsesca, explorando as situações pelas quais passa Fausto, envolvido pelas artes de Mefistófeles.

Foi depois de ter caído nas mãos do teatrólogo Cristopher Marlowe (contemporâneo de Shakespeare), que a obra ganhou, em 1592, a dimensão trágica que conhecemos hoje. Marlowe conseguiu desenvolver em sua peça os três pilares do mito: a excitação pelo conhecimento, o entusiasmo pela beleza terrena e a danação espiritual. Dois séculos depois, Goethe daria a história um significado ainda mais amplo.

À primeira cena de Marlowe, vamos encontrar Fausto debatendo-se sozinho em seu gabinete de estudo, avaliando todos os ramos do conhecimento com desalento. Começando pela lógica, ele logo se decide que tal ciência tem como finalidade apenas permitir “que se discorra bem” e ele não tem necessidade mais de estudá-la, pois já aprendeu a usá-la e, de qualquer maneira, ele crê que seu “gênio... requer algo maior”.

Avalia então a medicina e, como médico, vê que já alcançou a fama. Apesar disso, “és apenas um homem, Fausto”. De que lhe adianta a medicina, se não pode ressuscitar mortos ou ter a vida eterna? É então que ele se volta para a magia e, a partir daí, liga-se a Mefistófeles.

O Fausto de Goethe é diferente nesse aspecto. Vamos encontrá-lo primeiro passeando por entre as pessoas do povoado onde mora – estamos no meio de um festival e ele se compraz em ver as pessoas se divertindo; mas ele mesmo não se diverte. É um personagem respeitado e admirado por todos, mas permanece isolado em seu próprio mundo – é individualista ao extremo.

Quando Mefistófeles aparece para lhe propor o acordo (acordo esse que começou com uma aposta entre Deus e o Diabo, numa cena que muito lembra o livro de Jó, no Antigo Testamento), não é propriamente ao conhecimento que ele tenta em Fausto, mas à necessidade que este sente em se ver como um homem comum entre os outros:


> Não te é marcado nenhum limite, nenhuma finalidade. Se te agradar experimentar um pouco de tudo, apanhar em vôo o que vier, faz como entenderes. Vamos, liga-te a mim, não tenhas medo!

> Sabes bem que não se trata de divertimentos. Eu consagro-me ao tumulto, aos prazeres mais dolorosos, ao amor que sabe a ódio, à paz que sabe a desespero. O meu coração, curado do ardor da ciência, não ficará daqui em diante, fechado a qualquer dor. E o que é quinhão de toda a humanidade quero-o concentrar no mais fundo do meu ser; quero, pelo meu espírito, alcançar o que ela tem de mais elevado e mais secreto; quero acumular no meu coração todo o bem e todo o mal que ela contém, e inclinando-me como ela, quebrar-me da mesma forma.


O Fausto de Goethe vive em estado de mórbida insatisfação, no tédio de nunca encontrar o que quer que mitigue sua existência, na desesperança de sua vida como acadêmico. Nada jamais correspondeu às suas expectativas, suas esperanças em compreender o mundo se desvaneceram e tampouco chegou ele a conhecer alguma das alegrias normais da existência.

Destarte, diante da oferta de Mefistófeles, Fausto nada vê a perder. A aposta, então, está lançada.


> Não haja dó, não haja mora! E, se um dia eu disser ao momento que passa: “pára, és tão formoso!”, então me faz morrer ao teu contento, pois decerto morrerei bem venturoso. Que toques então o sino derradeiro; que tua obrigação comigo tenha fim; que a hora pare, que caia o ponteiro e que o Tempo termine para mim!


Ou seja... No dia em que alcançasse afinal algum gozo, sua alma estava entregue ao demônio. Goethe transformou o contrato com data certa de expiração, que aparecia em Faustbuch e A trágica história da Vida e da Morte do Doutor Fausto num prazo aparentemente infinito. Tanto é que, se nessas primeiras obras, Fausto não sobrevivia aos 24 anos acertados (e que, à época, era a idade canônica da maioridade, e não os nossos atuais 21 anos), enquanto o de Goethe chega até quase os cem.

Fausto assim, dispõe de sua vida mortal e de sua alma – que pagaria pela eternidade pelo contrato feito. E, com sangue, assina o contrato.

Outra obra que trabalha com essa temática é O Mercador de Veneza, de Shakespeare (um dos meus textos favoritos do bardo). Nessa peça, Antonio, mercador, amigo de Bassanio, um jovem nobre que muito já despendeu suas heranças, faz um contrato com Shylock, judeu e usurário. Para que Bassanio possa cortejar uma rica e formosa senhora, Antonio empresta dinheiro com Shylock, afirmando que, não pagando a dívida até a data aprazada, dará “uma libra de carne” ao seu credor.

Bassanio ainda reflete por algum instante se aquilo seria certo, mas Antonio garante que, muito antes do prazo se vencer, os navios mercantes que a ele pertenciam teriam voltado, e ele teria sua fortuna de volta. O que seriam, então, três mil ducados?

Por ironias do destino, enquanto Bassanio consegue conquistar a bela Pórcia, Antonio descobre que seus navios soçobraram em alto mar. Resta a ele então pedir clemência a Shylock, o mesmo que era chamado de cão e vilipendiado pelos amigos e pelo próprio Antonio por sua condição de judeu e usurário.

Shylock é irascível em sua vingança – sim, porque o contrato que firmara com Antonio nada mais era que uma forma velada de vingar-se. E, embora todos os amigos de Antonio, incluindo aí o próprio duque da cidade, tentem demover Shylock de cumprir o contrato, nenhum deles, por nem um único momento, pensa ser possível ir contra um compromisso tão formal quanto um contrato. E, com pesar, teriam entregado Antonio nas mãos de Shylock, não fosse a intervenção de Pórcia.

Aliás, toda essa idéia foi revisitada or Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida.

Eis portanto a grande questão que nos coloca todas estas histórias (e qual a lógica de trabalhar tal tema numa cadeira de teoria dos contratos): seria justo permitir a execução de um contrato a tal ponto imoral?

A verdade é que não estamos tão longe da libra de carne prometida por Antonio a Shylock como garantia, ou da cessão de toda a sua pessoa e alma que Fausto faz a Mefistófeles. Tal ficção tem perfeita validade em nossa História: enquanto predominaram os princípios clássicos do contrato, um acordo para trabalhar em uma fábrica têxtil na Inglaterra do século XIX era como pactuar com o diabo.

Clara fica a malícia de Mefistófeles em Marlowe, quando da morte de Fausto:


> Oh, demônio feiticeiro, a tua tentação foi o que me privou da felicidade eterna.

> De bom grado eu o confesso, Fausto, e me congratulo. Quando tu estavas no caminho do Céu, fui eu quem te barrou a passagem; quando lias as escrituras, fui eu quem virou as páginas do livro e te desviou o olhar. O quê? Choras? É tarde! Desespera! Adeus! Tolo que ri na Terra há de chorar no Inferno.


O Mefistófeles de Goethe, entretanto, é quase humano. Muitas vezes, ao longo do texto, esquecemos de com quem estamos lidando, não à toa, visto ser ele, de acordo com Fausto, “o espírito que nega”.

Talvez seja por isso que, de todas as grandes obras que trataram do mito do pacto faustiano, apenas na de Goethe o fim termina em redenção para o triste doutor. Isso não acontece no Faustbuch, onde os membros de Fausto são encontrados no dia seguinte à sua noite derradeira; em Marlowe, onde os estudantes discípulos dele, escutam as horas de agonia do mestre, ou ainda, em Thomas Mann, que fez um Fausto músico, representando o pacto numa mulher de bordel, que avisa ao seu hóspede que tem uma doença venérea e, mesmo assim, ele deseja possuí-la e, em virtude do contágio, vem a morrer.

A verdade é que a redenção de Fausto não vem apenas do fato de ser Mefistófeles quase humano, mas de outras situações nas quais as duas partes do pacto se vêem envolvidas, em especial na parte primeira da peça, quando conhecemos Margarida.

Embora tenha começado com um desejo despertado pela luxúria, Fausto realmente se apaixona por Margarida. E é Margarida que há de salvar Fausto na cena final.

“Salvar nos é permitido a quem sozinho lutou”, respondem os anjos, que acompanham a moça, quando Mefistófeles tenta impor seu direito a alma de Fausto mostrando o contrato. E aqui se põe a verdade da posição de final do doutor – a aposta que Mefistófeles fez com Deus é que ele deveria levar Fausto ao seu caminho e, apesar do pacto, o demônio não consegue subverter a alma de seu devedor.

(resenha originalmente publicada em www.owlsroof.blogspot.com)
Kazeruta 28/12/2011minha estante
E um livro inspirador depois de ler varios livros obcecado pelo conhecimento(ou pelo menos mostrar que sabia mais do que os outros) como objetivo de vida, comecei a ler Goethe, foi um choque eu tambem não tinha tido nenhuma namorada até então,e o vi com Margarida é incrível ele sabia de tudo mais não sabia viver não conhecia o basico da vida era um ignorante.Depois disso passei a entender que o conhecimento não é uma motivo mas uma ferramenta para a vida.
é obvio que devemos levar em conta que é uma obra de ficção mas as reflexoes de Mefistófeles dão discussões que viram noites.Muito bom




Ricardo Rocha 11/03/2011

O mundo a qualquer preço
Aposento gótico, altamente abobadado. Uma porta ao fundo, e janela à direita. Entre um fogão, que fica à esquerda, arredado da parede, e o primeiro plano, uma porta que deita para um corredor. É noite.

Por uma fresta ao alto côa o luar. Estantes. Alfarrábios volumosos. Pergaminhos. Máquinas. Retortas. Vidros. Esqueletos, etc.; tudo em grande confusão. Desassossegado, sentado numa poltrona de sola e pregaria de cobre, com a cabeça fincada nas mãos, e os cotovelos na mesa de estudo, na qual derrama luz frouxa um candeeiro aceso, Fausto se reconhece ignorante apesar de todo seu estudo. Chamam-no de mestre e doutor mas não sabe nada. Confesso que uma peça em versos não é propriamente minha idéia de leitura agradável, mas Goethe escreve muito e o que diz soa muito atual, quase pessoal. Sabe ele mais que aquele “bando de ignorantes” que são as pessoas e todavia o que lucrou com isso senão a mesma vaidade com que estão inchados? Encontrou o prazer ou a felicidade?

De resto, é isso: um homem culto ao extremo, vende a alma ao diabo. Por 24 anos leva sem envelhecimento a vida mais desregrada. Vencido o prazo, o demônio o leva para os infernos. Numa passagem inesquecível de duas palavras Mefistófeles diz (sobre Margarida) “Sentenciada”, a que os anjos respondem “Salva!”. Pode significar que sempre é tempo desde que não tenhamos chegado a medidas extremas em nome de desfrutar o mundo a qualquer preço.

No diálogo preliminar começam a ficar expostos os desejos de cada um. Satisfazer a posteridade, gente invisível e portanto inexistente, com uma arte elevada? Não. Mas as pessoas que por aí andam ansiosas de novidades e demonstram claras inclinações. Quero agradar ao público, e preciso, que o público é real, e eu vivo dele. Não anda o povo afeito a mãos de mestre, mas lê, lê muito; um ler que mete medo. Que é “posteridade”, ou que te importa? Não trate eu de agradar aos com quem vivo. Goethe sabia bem do que estava falando, pois ele mesmo renunciara qualquer coisa relativa ao sublime – alcançado havia pouco tempo com os Sofrimentos do jovem Werther para depois sucumbir à glória imediata dos poderosos ao aceitar um cargo ridículo mas bem pago na corte de Weimar, essa que hoje pode ser comparada ao “mercado” literário e seus modismos.

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Alessandra 20/01/2011

é muuuito cascudo
A história é super interessante: um médico desiludido, Fausto, faz um pacto com um demônio, Mefistófeles, em busca de mais conhecimento. É ma lenda alemão, e o Goethe deu sua versão da lenda, com um texto complexo, mas bem amarrado.
Sempre quis ler a versão de Fausto de Cristopher Marlowe, mas nunca achei a tradução em português, nem a versão em inglês. Então, quando achei esta versão do Goethe, fui ávida ler e não me decepcionei: a história é muito boa...
Mas tenho uma ressalva a fazer: eu li uma tradução da obra de Jenny Klabin Segall. A edição que tenho é uma capa branca, não esta que está aqui ao lado. E tenho que admitir que...bem. Entre todas as soluções encontradas pela Jenny para traduzir, ela sempre escolhia as palavras mais obscuras da língua portuguesa. O texto acabou se tornando mais cascudo do que realmente poderia ser, mas isso não o impede de ser um livro legal.
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Don Thiago 13/05/2010

Apesar de sombrio um tema para reflexão
Eu sou Mephistópheles. Mephistópheles, é o diabo. E todos vocês são Faustos. Faustos, os que vendem a alma ao diabo.
Tudo é vaidade neste mundo vão, tudo é tristeza, é pop, é nada. Quem acredita em sonhos é porque já tem a alma morta. O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços.
Mas eu não sou o que vocês pensam. Eu não sou exatamente o que as Igrejas pensam. As Igrejas abominam-me. Deus me criou para que eu o imitasse de noite. Ele é o Sol, eu sou a Lua. A minha luz paira sobre tudo que é fútil: margens de rios, pântanos, sombras.
Quantas vezes vocês viram passar uma figura velada, rápida, figura que lhe darei toda felicidade. Figura que te beijaria indefinidamente. Era eu. Sou eu.
Eu sou aquele que sempre procuraste e nunca poderá achar. Os problemas que atormentam os Deuses.
Senhores, venham até mim, venham até mim, venham. Eu os deixarei em rodopios fascinantes, vivos nos castelos e nas trevas, e nas trevas vocês verão todo o esplendor.
De que adianta vocês viverem em casa como vocês vivem? De que adianta pagar as contas no fim do mês religiosamente, as contas de luz, gás, telefone, condomínio, IPTU?Todos vocês são Faustos. Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem através de uma rasa e vã mediocridade, que é o que vocês merecem.
As suas bem humanas insaciabilidade, terão lábios, manjares, bebidas.É difícil encontrar quem não queira vender sua alma ao diabo.
Joyce 31/01/2011minha estante
Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem através de uma rasa e vã mediocridade, que é o que vocês merecem. HAHAHAHAHAHA
Amei o final!!!!




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