Felipe 09/03/2021
Foi em novembro de 1845 que nasceu na cidade de Póvoa de Varzim o escritor Eça de Queiroz, hoje considerado um dos nomes mais importantes da literatura portuguesa e, por que não, da literatura mundial. Em 1855, após se mudar e ingressar no Colégio da Lapa, Eça se aproxima da literatura sob a influência do filho de um professor.
Em meio a uma crise que permeava todos os setores sociais e, em especial, os ligados ao meio rural, o Romantismo está a poucos anos de deixar a sua periodicidade em Portugal. A revolta de camponeses na região do Rio Minho em 1846 e a revolta da Pauliteia de 1847 deixaram claro o desgosto da sociedade com a condução dos dirigentes do país tendo como base ideais burgueses.
Nesse contexto, surge em 1865 a Questão Coimbrã, a qual deu origem ao Realismo em Portugal. O último atingiu o seu ápice com a Geração de 70, que teve como principais nomes Eça de Queiroz, Antero de Quental, Téofilo Braga, Oliveira Martins e outros autores.
Cinco anos após a publicação de “O Crime do Padre Amaro” em folhetins, Eça de Queiroz publica “O Mandarim”. Embora compartilhe diversas características em comum com as demais obras do autor, a desta resenha possui traços de fantasia e elementos atípicos para a escola a que ele é filiado. Por esse e outros motivos, "O Mandarim" foi considerada por diversos estudiosos como uma obra de menor renome quando comparada às suas obras mais fieis ao Realismo.
Na trama, o amauense Teodoro vivia como hóspede da viúva D. Augusta com uma parca renda. Não tendo crença em Deus ou no diabo, certo dia Teodoro recebe uma visita do último. Seduzido pela oportunidade de herdar a fortuna de Ti-Chin-Fu, Teodoro toca uma campainha que se materializou a seu lado durante a visita do satanás e ceifa a vida do mandarim.
Seria ilusório crer que ninguém sairia prejudicado após Teodoro herdar a fortuna de Ti-Chin-Fu. A sua família sofreu os piores danos da sua morte. A consciência de Teodoro não o perdoa e ele se vê na contingência de viajar à China para mitigar os malefícios que a sua decisão acarretou à família do mandarim.
Antes de iniciar a leitura desta obra, eu já estava acostumado à linguagem que Eça de Queiroz emprega em sua narrativa. Contudo, na obra aqui resenhada o rebuscamento das palavras me causou um grande incômodo. Alguns escritores costumam elevar o nível vocabular de suas histórias como um recurso para promover a imersão do leitor no enredo.
Em “O Mandarim”, a linguagem rebuscada representou para mim um grande obstáculo para a sua compreensão, e sem nenhum uso estratégico. Além disso, a narrativa do autor foi demasiadamente descritiva. É comum às obras do Realismo descrever ambientes em uma grande profundidade de detalhes como uma forma de imprimir força de realidade ao enredo.
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