Milton Jr. 14/07/2014Um símbolo do pensamento de uma EraÉ maravilhoso quando uma obra dessas sobrevive ao tempo e nos mostra como o ser humano pensava e agia numa Era muito, mas muito distante mesmo da nossa. O maior erro que podemos cometer hoje é fazer pré-julgamentos "modernos" sobre a maneira de pensar de 2.000 anos atrás.
O leitor vai encontrar nesta obra o porquê de Júlio César ter se tornado o maior estrategista militar da História - poder de observação fora do comum, capacidade de negociação, análise contextual, e, principalmente, o talento para administrar pessoas.
Como já falei, deve-se ter o cuidado de não fazer pré-julgamentos - pois Júlio César narra massacres, torturas, suicídios, troca-troca de reféns em meio a guerras, destruição de povoados inteiros e mortes de velhos, mulheres e crianças com a naturalidade de quem descreve um entardecer. Era esta a mentalidade do ser humano naquela época.
Um ponto curioso que o leitor irá encontrar também são os nomes pra lá de exóticos dos povos galeses e germânicos que deram origem à França, Bélgica e Alemanha de hoje - algumas nomenclaturas de povos chegam a ser engraçadas de tão exóticas.
Finalmente, antes de recomendar o livro, preciso dizer que nele não há uma estrutura contemporânea do tipo "início, meio e fim", trata-se de um livro do tipo "relatório", onde simplesmente são narrados fatos (nem sempre conexos) do dia a dia de um campanha de guerra. É um diário de guerra mesmo. Por isso acho que não é muito recomendado para aqueles não amam livros de História - talvez achem meio entediante.
Para quem ama História da antiguidade e gosta de ler sobre campanhas militares, torna-se obrigatório.