Resenhas - Estação Carandiru

carol.gonzalez 25/02/2024

Li o livro e ainda estou fissurada pelo sistema carcerário brasileiro. muito difícil de digerir tudo, histórias muito pesadas e comoventes. o sentimento é de tristeza com tamanha crueldade

BrunoTS 22/02/2024

Parcialidade
O relato de Drauzio Varella neste livro tem as tonalidades da experiência pessoal: não busca denunciar um sistema prisional antiquado e desumano; expressa uma disposição para tratar com as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação da individualidade.

A impressão que tive é que ele tinha um olhar tão humano para a população carcerária que muitos desenvolviam confiança nele.

O Drauzio escreve de uma maneira ágil e fácil de ler, apesar do peso de suas palavras.

Recomendo muito navegar nessas páginas!

Off.ressacaliteraria 21/02/2024

Estação Carandiru
Dráuzio Varella trabalhou como médico voluntário no Carandiru - maior presídio da América Latina - durante os anos 90, para realizar o trabalho de prevenção ao vírus HIV. Convivendo diariamente com a dura realidade dos detentos, ele presencia a violência agravada pela superlotação, a precariedade dos serviços prestados e a desumanização dos presos.

Ele descreve sua rotina no presídio: interações com os prisioneiros, suas histórias de vida, mas principalmente como chegaram até lá. Além dos desafios enfrentados na prestação de cuidados médicos em um ambiente tão precário.

Varella reflete sobre suas experiências no Carandiru e as lições que aprendeu ao longo do caminho, destacando a necessidade de mudanças significativas no sistema prisional brasileiro.

livinhax0 16/02/2024

é o retrato do bem e do mal trazido de forma simples, mas não simplória. escrita sensacional, descrições impecáveis. você se sente quase como um conhecido dos presos e da Detenção. o Dráuzio, durante toda a narrativa, se mostra muito humano e acessível, mas nunca omite as intempéries da cadeia. um livro nada levinho, cheio de camadas e que causa arrepios. É uma leitura que prende e, ao mesmo tempo, faz você se pergunta porque tá lendo e vai continuar lendo; impossível parar.

Laura 14/02/2024

Uma denúncia
Drauzio como divulgador científico relata tudo de forma muito imersiva, você sente na pele tudo que descreve. É como se eu tivesse lendo um documento, é de arrepiar como ele constrói a narrativa e traz a humanidade, que é claro, que existe nos presídios. Perspectiva interessantíssima, uma aula de construção social e outros muitos aspectos da sociedade. É de um zelo imenso e lindo de se perceber como ele utiliza as palavras pra se referir de seus pacientes e colegas. Um clássico.

camila1856 13/02/2024

Estação Carandiru
"A gente pode ser tudo ignorante, ladrão, malandro, mas burro não. Ninguém gosta de morrer."

Definitivamente um livro fantástico.

Ghellem Pires 12/02/2024

Drauzio Varella é médico e pesquisador brasileiro e é como voluntário, atuando no maior presídio do Brasil que ele escreve e relata sua experiência neste livro.

O Carandiru (extinto) foi por muito tempo o maior presídio brasileiro, com 9 pavilhões e quase 7 mil presos, o local era extremamente lotado e em péssimas condições. Dr. Drauzio iniciou um trabalho voluntário com intuito de cuidar e conscientizar os presos sobre a AIDS e também as drogas.
O livro relata de forma detalhada como se dava a divisão em casa pavilhão e como era a estrutura do local. Também apresenta, em forma de relatos dos próprios presos, a história de cada um, bem como, a legislação própria do presídio e que era seguida fielmente pela maioria dos homens, aqueles que agiam de forma diferente eram facilmente mortos ou chegavam bem perto da morte.
Drauzio nos mostra a dificuldade que teve para tratar os doentes (a AIDS e a tuberculose assolavam a população carcerária) e também os feridos (muitos decorrentes de doenças como também machucados por companheiros).
A cada capítulo acompanhamos a descrição clara de cada pavilhão, quais critérios usados para a divisão e diversas histórias relatadas pelos presos em atendimento com dr. Drauzio.
O que sempre me chama atenção neste livro, mesmo sendo a terceira vez que leio, é a riqueza de detalhes e as imagens verídicas que o acompanham. São fotos tiradas do interior do local e que me chamaram muita atenção pois nunca imaginei como seria um lugar como esse.
As condições eram péssimas e a saúde precária e ficava claro que ali vivia a escória da humanidade.
O dr. Drauzio tbm relata o massacre que ocorreu em outubro de 1992, onde de acordo com a nota oficial morreram certa de 111 homens, mas de acordo com os sobreviventes as mortes passaram de 200.
O livro é incrível, eu gosto muito e recomendo. Não estamos discutindo o que é certo ou errado no ponto de vista de cada um e sim a importância de conhecer a história e a experiência de quem passou quase 10 anos frequentando o maior presídio do Brasil.

Maaria_ 10/02/2024

É o choque ??
Um médico com um trabalho sublime decidiu trabalhar em um dos mais famosos presídios do Brasil, Carandiru, e com isso vivenciou coisas que a maioria das pessoas não são capazes nem de escutar. O Dr Drauzio Varella conta com detalhes como foi a luta dos detentos contra a Aids e conta também como ocorreu um dos maiores massacres conhecido na história do Brasil. Um livro repleto de relatos e experiências vivenciados pelo Dr Drauzio Varella.

Leitura envolvente e fluida, um livro feito com os olhos do Dr Varella, muitas vezes senti estar lá dentro de tão profundo que são os relatos e as histórias dos detentos do Carandiru. Os diálogos dos réus prende você ao livro de uma forma única e nos faz refletir sobre o preconceito da polícia com os presos da penitenciária.

Drauzio me fez olhar com mais humanidade para os detentos. Ele soube como trabalhar sem julgar e sem deixar que seus princípios afetassem sua vida no trabalho, escutava os presos e não os tratava como desiguais e nem tratava-os como pacientes sujos ou doentes. Não olhava para eles com nojo, como a sociedade costuma olhar para os criminosos.

Mika83 10/02/2024

Já li outros livros do doutor Drauzio mas esse não consegui parar.
Tantas histórias e o final foi arrebatador.
Eu tinha 10 anos quando ocorreu o ataque de 92 e de lá pra cá mudei muito tenho outra percepção da vida.
Livro maravilhoso.
Dr Drauzio sempre perfeito!

Milena 08/02/2024

Se vc não tiver paciência não leia!
Esse livro possui várias histórias, e no final se mesclam, mostram uma realidade do Brasil, te faz sentir compaixão por bandido e vai mudar alguns conceitos seus, talvez vire o seu estômago e tbm faça vc encontrar uma história muito próxima da sua ou de algum familiar, é bem denso e o português não é o formal, mas sim o falado!

Valeu a pena cada página, e adoro a maneira que o Drauzio Varella aborda vários temas.

Manu Tavares 08/02/2024

Foi um livro que não esperava nada dele, ao começar a leitura me surpreendi bastante. Eh um livro muito bom, mostra a pespectiva de dentro dos presidios, mostra a humanidade dos presos, que eles também existem e tem problemas reais.
O livro acabou de forma bem tragica, mas infelizmente de uma forma bem real.

Werverson.Pereira 07/02/2024

Uma imersão a uma realidade chocante
Leitura excelente, uma visão de fora e ao mesmo tempo de dentro dessa realidade, o carandiru foi um universo a parte dentro dos presídios, toda a leitura é extremamente explícita e bem visceral, como imaginava que deve ser uma cadeia, o autor não foge em momento algum de apresentar um relato fiel da experiência, e o final, nossa, que absurdo de bom.

Ivana M. 06/02/2024

Impactante
Fiquei bastante surpresa com essa leitura! Li pela primeira vez quando estava na graduação e, posteriormente para trabalhá-lo em sala de aula.
Através de uma narrativa leve, o autor/personagem descreve a rotina e vida de presidiários evidanciando as inúmeras lacunas do sistema prisional, as desigualdades socias e de gênero. Além das controvérsas motivações do massacre do Carandiru.

Alice.Langoni 01/02/2024

Uma perspectiva do presídio
O livro escrito pelo Dr. Drauzio Varella tem uma linguagem direta e objetiva. É um livro bem elaborado, envolvente e que demonstra a visão do autor nos anos trabalhados dentro do sistema penitenciário do Carandiru.
O livro foi dividido em vários capítulos, contando as histórias das pessoas dentro do presídio, de como foram presas e uma parte de suas vidas fora da prisão. O interessante, e que me prendeu, foi a forma da narrativa do autor, preservando as falas "erradas", as gírias, os comportamentos... Isso me fez mergulhar e sentir que aquilo estava acontecendo naquele momento, quase vivenciando a cena descrita.
Além disso, o Dr Drauzio, relata a chacina que houve no Carandiru, isso na visão dos presos, mas que acaba nos impactando pelo número de mortos.
É um livro que te faz refletir e algumas histórias acabam chamando bastante atenção.
Recomendo a leitura para quem, assim como eu, tem curiosidade sobre esses cenários e sobre as pessoas que estão nesse sistema.

val 31/01/2024

Impressionante!!
Acho importante ressaltar duas frases ditasao longo do livro.
A primeira é dita por um presidiário: ?É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar preso na Casa de Detenção?. É muito clara a classe social a qual a grande maioria deles pertencem, a desigualdade fortissima sendo apontada.
E a segunda: "Soltá- los mais pobres e ignorantes do que quando entraram não ajuda a reabilitá- los." O intuito do presídio brasileiro é a reabilitação, mas parece que a vingança e a degeneração para com essas pessoas é o intuito de toda a sociedade. Não que eles sejam santos, longe disso, mas ainda assim seres humanos.