Fernanda | @psiuvemler 29/04/2017Odisseia de Homero (segundo João Vítor) | Blog Psiu, vem ler!Um dia, João Vítor faltou à prova de final de ano e acabou ficando de recuperação (mesmo justificando que faltou devido a problemas na família – coisa que foi desmentida por seus pais, claro). Tudo o que João Vítor precisaria fazer para não reprovar era um resumo da obra Odisseia, de Homero, que ele, indignado, deixa para a última hora. No fim, ele acaba tendo que ler mais de 400 páginas para entregar o resumo na próxima manhã.
Como é de se esperar, não tem como sair um trabalho perfeito, e tudo piora quando João liga para um amigo – no meio da madrugada, deixando o amigo furioso – que já havia feito a prova sobre a obra e descobre que havia pegado a versão completa e não a resumida, própria para sua idade, como todos os outros colegas tinham feito. Mais revoltado ainda, o garoto luta para fazer o trabalho, encontrando erros absurdos na história de Homero (que, segundo João Vítor, não possuía sobrenome por culpa da bibliotecária que entregava livros incompletos – por isso o batizou de Homero da Silva) e tratando, ele mesmo, de consertá-los.
É hilário acompanhar a interpretação que João tem das aventuras de Ulisses. O livro possui diversos parágrafos que resumem a obra original e, no meio deles, comentários do garoto expressando total descrença a respeito de muitas das situações narradas por Homero. O mais engraçado é que o guri não está nem aí se Homero é um nome de destaque. Aliás, ele pensa bem o contrário: para ele, o poeta não tinha noção das bobagens que estava escrevendo.
Eu adorei realizar a leitura dessa obra e ela com certeza superou minhas expectativas (que, desde o início, eram bem altas); até fiquei com vontade de reler. Pra ser sincera, eu estava com um pouco de medo de ler, pois nunca li nada sobre a criação original e pensei que seria difícil compreender algumas coisas, mas o suposto resumo de João Vítor ajudou bastante, mesmo com a forma como ele interpretava a história.
Enfim, tudo nessa obra foi feito de forma impecável, desde o enredo criado de um jeito tão criativo e inteligente, às ilustrações que representam grande parte do trabalho do aluno e ao trabalho da Gaivota, que providenciou um exemplar à altura da história que este carrega, com capa dura, folhas amareladas e uma fonte um pouco maior que o comum. Além disso, as partes que João Vítor expressa sua opinião são colocadas em uma fonte diferente da principal, o que ajuda muito na identificação de cada parágrafo. Talvez essa resenha até tenha ficado meio confusa, mas esse livro é um pouquinho assim, hahah, então espero que tenham conseguido captar a essência de tudo.
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