As crônicas marcianas

As crônicas marcianas Ray Bradbury




Resenhas - As crônicas marcianas


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Cheiro de Livro 01/08/2018

As Crônicas Marcianas – Ray Bradbury
O que fez este homem de Illinois, me pergunto, enquanto fecho as páginas de seu livro, para que episódios sobre a conquista de outro planeta me povoem de terror e de solidão? Como podem tocar-me estas fantasias, e de uma maneira tão íntima?

Quem pergunta é ninguém menos que Jorge Luis Borges, no prefácio da edição em língua espanhola de As Crônicas Marcianas, em 1954.

A resposta é que ele trouxe para a Ficção Científica qualidades artísticas e literárias que o gênero até então não tinha. E que mesmo hoje não são tão comuns. Até ali, os escritores de FC eram mais conhecidos pela imaginação do que pelo talento literário para expressar essas ideias. Publicavam seus contos em revistas baratas que pagavam pouco. Precisavam escrever muito, e rapidamente, pra garantir o sustento. Eram aventuras espaciais eletrizantes, embaladas por capas coloridas e sugestivas. Já nas histórias de Ray Bradbury (1920 – 2012), o que importava não era a tecnologia, mas o impacto emocional e pessoal dela. E mesmo assim, foi da necessidade pura que nasceram as Crônicas Marcianas.

O jovem escritor já vinha publicando contos em revistas como Planet Stories, Super Science Stories, e Thrilling Wonder Stories. Em 1949, deixou a mulher grávida em Los Angeles e foi a Nova York procurar as grandes editoras. Mas não havia mercado sério, fora das revistas, para o que ele escrevia. Já tinha publicado uma coletânea por uma editora pequena especializada em terror, mas as grandes de Nova York só se interessavam por romances. Um desses editores perguntou então se ele não tinha alguns contos que pudesse juntar numa coisa só. Era o que se chamava “fix-up”, muito comum na época. Escritores que tivessem histórias interligadas davam uma ajeitada aqui e ali e publicavam num volume só. Foi assim com Fundação, de Isaac Asimov, entre outros tantos. Bradbury já tinha pensado num livro sobre Marte, e tinha várias histórias sobre viagens ao planeta vermelho. Voltou para a Associação Cristã de Moços, onde estava hospedado, e virou a noite fazendo um esboço. Voltou no dia seguinte e conseguiu do editor um adiantamento de 750 dólares. De volta a Los Angeles, tratou de preencher os “buracos” entre uma história e outra.

Parece improvisado, mas funciona. Bradbury relata vários momentos na colonização humana de Marte. O planeta em si é bem diferente do que conhecemos hoje, depois de décadas de exploração não-tripulada. Na história de Bradbury, morte e loucura esperam os primeiros astronautas. O contato com os humanos acaba sendo fatal para os marcianos, num paralelo com as doenças transmitidas pelos europeus aos indígenas nas Américas – e também com o destino dos marcianos invasores de H. G. Wells. Os humanos também não se saem muito bem. Encontram em Marte a solidão e a nostalgia por uma Terra perdida e que a todo custo tentam reconstruir. Como reflexo do pós-guerra, os colonos vêem de longe a Terra se aproximar de um devastador conflito nuclear. E Marte acaba sendo o último refúgio dos terráqueos.

Não esperem encontrar aqui o planeta minuciosamente descrito em Perdido em Marte, por exemplo. O tom o tempo todo é eligíaco, de uma nostalgia de algo perdido, de uma vida mais simples e ingênua que estava desaparecendo no pós-guerra. Bradbury era um saudosista, e temeroso quanto ao futuro da humanidade e do uso que faremos das novas tecnologias. As paisagens áridas não estão ali simplesmente para serem conquistadas pelos bravos astronautas, e sim são um reflexo da solidão, uma lembrança da nossa pequenez no Universo.

site: http://cheirodelivro.com/as-cronicas-marcianas-ray-bradbury/
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Stefani 25/02/2018

Marte está melhor sem nós
Bom gente terminei esse livro e achei muito bacana como ele é construído, ele tem varias crônicas algumas curtas e outras um pouco maiores que abordam desde a primeira vez que o homem teria ido pra Marte, e depois disso as outras expedições, até a colonização de lá, e por ai vai, o livro aborda desde o ano de 1999 até o ano de 2026, e por se tratar de uma ficção cientifica ele usa e abusa com maestria de elementos fantásticos, como a figura do Marciano que no decorrer das crônicas eles vão sendo desenvolvidos e novos elementos são adicionados a personalidade deste personagem.
O que eu mais amei neste livro foi a mensagem que ele tenta passar, que assim como o titulo da minha resenha exemplifica que o homem provavelmente estragaria Marte assim como fez com a Terra, e essas crônicas mostram muito bem os impactos que o homem causaria em Marte, como construiriam casas, montariam barraquinhas de cachorro quente, fariam Marte literalmente virar uma copia da Terra, e na minha opinião qual seria a graça de Marte se ela se tornasse uma cópia da Terra? Ela perderia suas particularidades, e foi esses pensamentos que o livro me proporcionou.
Bom no cenário do livro a Terra esta sofrendo com mais uma guerra mundial e pra isso o homem em sua maioria foge pra Marte para poder recomeçar sua vida, pena que pra isso ele precisa levar junto com ele os mals costumes que praticavam na Terra e que geram poluição e tudo mais. Enfim esse é um livro que desperta o espirito reflexivo da gente e realmente me fez pensar que Marte está muito melhor sem nós seres humanos pra destruir tudo.
Tem algumas crônicas que infelizmente eu não gostei muito, mas achei super bacana como em sua maioria as crônicas se conectavam, apesar que elas podem ser lidas separadamente sem que isso prejudique a leitura.
Enfim essa é minha segunda ficção cientifica, não conheço muito do gênero, e tbm não sou uma leitora de crônicas, mas achei muito bom o livro, e pra quem tiver interesse em uma leitura rápida, fantasiosa e que estimule seu senso critico eu recomendo ;-)
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Alexandre 12/12/2017

CRÔNICAS MARCIANAS
Uma excelente obra, onde as crônicas se encontram, característica não tão normal. Uma mistura excelente e mais uma referência a vida humana, com formidáveis pinceladas de ficção científica. Imperdível.
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Rafael 22/10/2017

Muito bom
O livro é escrito em formas de crônicas, mas possui uma história de fundo pra todas elas. Ray Bradbury demonstra vários problemas de nossa sociedade por meio da ficção científica, como grandes nomes do gênero.
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João Luiz 28/08/2017

Um livro muito bom, cheio de contos que narra desde o inicio das viagens a marte ate a sua colonização. Com várias reflexões sobre o homem, sua ganância pelo poder, a destruição da terra por causa de guerras. Uma ficção científica de alto nível, com criticas sobre a forma que a humanidade tem vivido. Mesmo escrito a mais de 50 anos, tem uma história muito atual sobre a humanidade.
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Eloísa 15/08/2017

Vamos para Marte?
As crônicas marcianas foram publicadas em 1950 e se passam entre 1999 e 2026. Um passado-presente-futuro para os tempos de hoje (2017). A história é contada do ponto de vista de Marte mas, as crônicas vão te surpreender não por ter uma grande quantidade de tecnologias e mecanismos futuristas, e sim pela reflexão de formação social que Ray Bradbury consegue fazer. Os marcianos vivem como qualquer outra pessoa da Terra: cuidam da casa, casam, caçam e não demonstram o menor interesse pelos "terráqueos". O autor apresenta também temas como exploração de povos, ocupação de território, colonização, destruição de culturas, racismo. Muitas vezes ao longo das crônicas você vai se perguntar se Marte é uma fantasia ou uma realidade, se os " terráqueos" não estão só imaginando aquele lugar ou é apenas um mecanismo de proteção dos "marcianos". Ray só não vai de responder onde estão os "marcianos". Vale muito a pena ler para reflexão de comportamento social.
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Julia 13/07/2017

Lindo e Poético
Esse livro é uma das obras que provam que a ficção científica é MUITO MAIS do que ação, que é um questionamento constante da condição humana, portanto é recomendado sim para quem não gosta muito do gênero, pois (quase) tudo o que acontece em Marte, acontece aqui.
Cada crônica é impressionante e surpreendente, além de mexer com diversas emoções. Não consegui contar o número de vezes em que me arrepiei e tive que fechar o livro por um tempo, pra digerir o que tinha acabado de ler.
Além, Bradbury escreve ficção científica com uma poeticidade de impressionar. Perfeito.
Babi 14/08/2017minha estante
Sim, sim. O clima poético envolve todo o livro. sz




Léo 15/02/2017

Interessante para quem gosta de SciFi
Não é uma coletânea espetacular. Se você está esperando isso, por favor não leia e nem compre o livro.
Reconheço que Bradbury é considerado um dos grandes de scifi, mas é preciso lembrar que isso está atrelado diretamente ao tempo em que seus contos foram escritos e lançados.
Há alguns textos muito interessantes no meio da coletânia, mas o início demanda esforço para abstrair o fato de Marte ter ar respirável e rarefeito como o K2 ou Everest.
Fora isso, se você conseguir compreender à época dos textos e como se especulava sobre tanta coisa na via láctea, especialmente em Marte, é um bom livro.
Os textos mais interessantes claramente lidam com a interação dos seres humanos entre eles, sobre qual será o nosso fim, como acontecerá e o que isso representa num micro cosmos muito particular.
O homem e o que ele pensa, como ele age e como reage é o cerne dos textos de Bradbury nesse livro.
Mas de novo é preciso frisar, "aceite que se respira em Marte e que os texto são da década de 50".

Abs e boa leitura
Julia 13/07/2017minha estante
Acho desnecessária a sua colocação sobre ter que "abstrair" fatos representados no livro, pois, como você mesmo disse, isso se deve a época em que foi escrito. Não levar em consideração a época e cometer anacronismo e dessa forma não se pode jamais chegar a uma interpretação correta de uma obra.




Sandro 15/01/2017

Life On Mars?
Esse livro apresenta vários contos independentes e interligados sobre expedições à Marte, mas como toda boa obra de ficção científica, a coisa toda é pano de fundo pra questionamentos existenciais e críticas sociais.
Destaco os contos "Flutuando no Espaço" por mostrar o racismo em sua forma mais crua e "Usher II" sobre o homem que se vinga pelos livros queimados de Edgar Allan Poe - seria esse conto um prelúdio do que viria em Fahrenheit 451?
Mas o que mais me chamou a atenção foi a quantidade de histórias obscuras e ambíguas (algumas emocionantes) sobre encontros dos personagens com pessoas mortas em Marte.
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Larissa @laridallabrida 27/04/2016

Os homens da Terra tem o talento para acabar com coisas grandes e belas
E ai galerinha, tudo na boa?
Hoje tenho a resenha do livro As Crônicas Marcianas do escritor Ray Bradbury.

O interessante desse livro é que ele foi publicado originalmente em 1950. A obra é composta por 26 contos, sendo que alguns desses contos já haviam sido publicados em alguns revistas e jornais nos EUA no final da década de 40. Depois, junto com alguns contos inéditos o livro foi publicado, surgindo então a primeira edição de As Crônicas Marcianas.

Mas cada edição é diferente, ao longo de todos esses anos, as novas edições tiverem contos acrescentados e/ou substituídos por novos contos.
Então dependendo da edição que você tenha em mãos, os contos podem ser diferentes da edição que eu li, ou que seu amigo leu. E isso tudo é muito interessante, uma obra tão antiga e que ainda atrai interesse para os leitores atuais, e que ainda tem essa peculiaridade de diferentes contos nas inúmeras edições.


A minha edição é em e-book publicado pela Biblioteca Azul no ano de 2005.
O escritor Ray Bardbury lançou esse livro que consolidou a sua carreia de escritor de ficção científica, ele morreu em 6 de Junho de 2012, aos 91 anos, em Los Angeles, Califórnia.

[CONTINUE LENDO A RESENHA NO BLOG]

site: http://www.quatrosentidos.com.br/2016/04/resenha-as-cronicas-marcianas.html
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