Leis 27/08/2016
Resenha
Esse é o meu primeiro contato com os livros da escritora nacional, Marina Carvalho, que já possui seis livros lançados atualmente, sendo quatro, pela Editora Novo Conceito com o selo Novas Páginas. Posso dizer o quão satisfeita estou pela escrita, narrativa e pela história imensamente apaixonante e que se tornou uma das minhas favoritas.
Vamos conhecer a Rafaela, uma jovem mineira de 21 anos, que possui o sonho de se tornar uma grande jornalista. E, para isso, começa a estagiar num dos jornais mais prestigiados do seu estado, o Folha de Minas.
Isso poderia ser a realização de um sonho para Rafaela se não fosse o mal-humorado e grosseiro Bernardo Venturini, seu colega de trabalho, que parece empenhado a trata-la com indiferença e a maior desdém possível. O relacionamento dos dois é o típico gato e rato que conhecemos tão bem, sempre trocando farpas, comentários irônicos e a falta de consenso entre os dois. Tudo isso, numa atmosfera de disputas de reportagens, as constantes atrapalhadas da Rafaela e a tentativa da mesma, pela possibilidade de realmente mostrar o seu talento como uma jornalista.
Temos também, a presença de vários personagens recorrentes na história, como as amigas da Rafaela – que em dado momento, uma delas não é tão amiga assim. – Os irmãos mais velhos, Augusto, Gustavo e Ricardo, e claro, seus colegas de trabalho, tendo mais o foco, a Luciana e o Marcelo – que vai ter um papel bem significativo na vida da Rafa.
Mas, apesar da sua rotina, que se baseia no trabalho e na faculdade, existe um pequeno detalhe que a Rafaela ainda carrega desde os onze anos, a lembrança de um garoto que ela viu na praia no Espírito Santo. Olhos azuis, mochila xadrez. Aquele tipo de paixão platônica que já aconteceu com praticamente todo mundo, mas nesse caso, a ligação que Rafaela sentiu ao ver aquele garoto – por quem admirou de longe – permaneceu por todos aqueles anos, tanto, que até mesmo escreveu várias cartas inspiradas nesse desconhecido que ela jamais retornou a ver.
Todos esses acontecimentos é o que forma, Azul da cor do mar, no meu livro nacional favorito e o único que eu reli mais de uma vez.
Considero esse livro como comédia romântica, ri em várias partes, e há trechos que classifiquei como meus favoritos, num dos principais foi esse:
"Então duas coisas aconteceram ao mesmo tempo: reconheci a canção – o tema do musical O fantasma da ópera – e constatei que ela vinha do meu celular, chamando com insistência.
Corei de vergonha enquanto procurava feito louca o telefone dentro da bolsa. O "taam... tam, tam, tam, tam..." já parecia estar saindo de um alto-falante quando finalmente consegui alcançar o aparelho e calar o barulho.
Falei alô baixinho, evitando deliberadamente o olhar desaprovador de Bernardo." (pág. 50)
Apesar de ter amado a história, e realmente ter gostado tanto a ponto de querer ler desesperadamente Simplesmente, Ana – outro livro da autora – precisei dar quatro estrelas por infelizmente, não aprovar o final.
Infelizmente, achei o desfecho fraco e previsível, não que o destino que a autora tomou tenha sido ruim, mas achei um pouco fantasioso e improvável de acontecer. Tirando isso, Azul da cor do mar é um livro que eu recomendo pra todo mundo, é uma leitura bem fácil, a história flui bastante e é possível acabar em um único dia – acabei em dois pois havia começado a ler, tarde da noite – e também, recomendo para todo mundo que possui um certo preconceito com escritores brasileiros.
Conheçam esse livro, deem uma chance aos autores nacionais, é de um imenso prazer ter lido uma obra da Marina, e será a primeira, de várias.