Padfoots 31/08/2020
Excelente continuação
‘The Malazan Book of the Fallen’ realmente não é para amadores. Depois de um início frenético já em seu livro de abertura, Gardens of the Moon, Steven Erikson conseguiu algo que eu imaginara quase impossível: ele conseguiu fazer uma continuação ainda mais frenética em Deadhouse Gates.
Eu adoro a forma como o Erikson joga seus leitores no meio de acontecimentos sem dar uma única explicação sequer e espera que eles sejam capazes de juntar as peças com as informações esparsas que ele deixa no meio do texto. Não tem enrolação. Não tem páginas e mais páginas de ambientação e caracterização de personagens. Ele vai direto ao ponto e está coberto de razão. Não existe melhor forma de conhecer verdadeiramente um personagem do que observando-o em ação e o Erikson nos mostra isso da melhor forma possível. Morri de pena de personagens no começo do livro, só para odiá-los em seu fim graças a suas atitudes e, também, comecei desprezando personagens que no fim quase me levaram às lágrimas. A montanha-russa de sentimentos nesse livro é real.
E o que dizer das cenas de batalha? Elas estão por todo o livro, acontecem o tempo inteiro e é impossível desgrudar os olhos das páginas quando elas acontecem. As estratégias, os detalhes e as reviravoltas em cada uma delas quase me deixaram sem fôlego em vários momentos. Não sou iniciante no gênero de fantasia, já percorri boas dezenas de livros desse gênero e foram inúmeras as cenas de batalha que já li em todos esses anos, mas o Erikson está conseguindo elevar essas cenas a um outro patamar. Prevejo que após o término dessa coleção, os livros de fantasia nunca mais serão os mesmos para mim, porque a forma como este homem conduz a estória é algo impressionante.
Como um todo, Deadhouse Gates é quase perfeito. Tem ação o tempo todo, a estória se aprofunda, revelações são feitas e, no finzinho, começamos a nos questionar se a impressão que tínhamos até então da Império, e da própria Imperatriz, está realmente correta. Tudo isso é feito de uma forma bem fluida e objetiva e é possível ver o aperfeiçoamento da narrativa do autor ao compararmos esse segundo volume com o seu antecessor. Só não vou considerá-lo a continuação perfeita, porque alguns personagens demoraram a funcionar para mim e não consegui sentir aquela conexão quase imediata como aconteceu em Gardens of the Moon. Tirando isso, só tenho elogios.
Nota: 4,5/5,0