Julio.Argibay 21/07/2021
E o vento
Bom, chegamos a ele. Esta saga sobre um relacionamento mais que mal resolvido, tendo como pano de fundo a Guerra da Secessão americana. Sem mais delongas vamos a ela: E o vento levou. Devo dizer que relutei em começar este livro, devido a extensão da obra e o fato de já ter assistido ao filme algumas vezes. Que besteira, né? Será que dou conta desta obra? Não sei. (já li, imperdível). Vamos lá. In my opinion: a trama é absurdamente mais complexa que demonstrada no filme até o momento (e continua até o final). Superficial? Talvez (nem um pouco, há tantas camadas na trama). Eh estranho ler um livro e visualizar seus personagens já retratados em filme. Vamos a eles, então. O romance tem início com Scarlett, na época com 16 anos, e seus amigos gêmeos, recém expulsos da universidade, conversando na varanda da casa dela. De frente aos campos de algodão e aos trabalhadores escravos no Condado de Claytonm, na Georgia, no ano de 1861. Um assunto a deixa irritada - a possível guerra entre os Confederados e os Yankees. Mas outro assunto a deixa mais contraria ainda - o anúncio do casamento entre Ashley Wilkes, a paixão atual dela, e Melanie Hamilton. Vamos apresentar os escravos da casa: Pork o mordomo e Mammy sua aia, dote da Sra Ellen. Manny é mais rígida para a menina do que todos os outros que a cercam, ao ponto da jovem tem que dissimular seus pensamentos de sua aia. Gerald, seu pai, é um irlandês típico. Ele é baixinho, troncudo, gosta de um whisky e teme personalidade explosiva, parecida com a jovem. Já sua mãe Ellen é calma, serena e melancólica. Compõe o grupo suas irmãs mais novas: Suellen e Carreen. Há vários personagens e estórias que ficaram muito pobres ao serem retratados no filme. A diferença é muito grande (depois de terminado o livro, meu pensamento mudou um pouco). Teria que ser uma séria, com no mínimo umas três temporadas. (Apenas a estórias dos pais dela, antes do casamento, já são suficientes para dois romances. O pai veio fugido da Irlanda, ganhou a fazenda no poker. A mãe teve uma desilusão amorosa antes de conhecer Gerald). Anos mais tarde Dilcey, casada com Pork, é comprada junto com sua filha Prissy e vão morar em Tara. Voltamos ao presente... Num churrasco patrocinado pelos Wilkes, nossa heroína tenta sem sucesso conquistar Aslhey e sua humilhação é maior porque o forasteiro Rhett Butler consegue ouvir o desenrolar da conversa entre o casal. Em seguida chegam as notícias informando a eminência da guerra. A jovem ressentida decide dá uma chance a Charles, um de seus admiradores. Em dois meses ela já está casada e arrependida e logo depois viúva, pois o marido é morto na guerra. O tempo passa e ela fica cada vez mais triste. Então vai para Atlanta com o seu filho e Prissy passar um tempo, na companhia dos parentes de seu marido. Neste período, se meteu numa confusão numa quermesse para ajudar a causa, pois dançou com Rhett, ainda de luto do marido, (foi por uma boa causa). Bom lá se vão quase 300 páginas e a guerra come solta, mas ainda fora do estado. Temos uma personagem chamada Belle, mulher de vida mais ou menos fácil, que tenta ajudar o hospital, mas até fazer uma boa ação é difícil, na situação dela naquela sociedade. Ela é ?amiga? de Rhett. Os confederados estão quase vencidos, praticamente sitiados e Ashley está preso e ferido, longe de sua terra. Scarlett e Melanie estão desesperadas e Rhett as vezes aparece para dá uma força. A guerra tá cada vez mais próxima, com os soldados confederados recuando a cada dia. Scarlett está trabalhando no hospital e todos estão sofrendo com muitas privações. Então, o cerco de fecha. Os confederados protegem a única linha de trem que resta sobre seu domínio. Em cima da hora, Rhett leva as jovens, inclusive o bebe de Melannie, de carroça, sob a labaredas da cidade, em chamas para Tara. Pelo menos até a estrada, quando ele vai embora, para lutar com os confederados. deixando Scarlett aflita. Elas chegam a Tara, a mãe está morta pela tifo e suas irmãs muito doentes. Ela encontra Pork, Mammy e descobre que o pai tá meio pirado. Passam por todas as dificuldades possíveis, Yankees, incêndios, fome, frio, assassinato, roubo, etc. Finalmente, a guerra acabou, os confederados se renderam. Agora, eh mãos à obra e reconstruir a cidade. Os vizinhos estão todos falidos e paupérrimos. Muitos soldados voltam feridos, maltrapilhos, dentre eles Will, jovem, magro, personagem que será fundamental para a segurança da família e a recuperação de Tara. Vixe, muita coisa mudou. Scarlett viaja para Atlanta para conseguir dinheiro para pagar os impostos da fazenda. Encontra-se com Rhett na prisão, seu plano de conseguir dinheiro com ele não dá certo. Mas, eis que surge uma oportunidade e ela não deixa passar, para o espanto de todos. Agora, ela está casada com Frank, o pretendente de sua irmã. Agora ela tem uma vida razoavelmente confortável, pagou os impostos de Tara e comprou uma serralheria com a ajuda de Rhett e se aliou aos Yankees. Archie, é um ex soldado confederado, ferido na guerra, com uma perna e um olho só. Ele se hospeda no porão da casa de Melannie e se torna o cocheiro de Scarlett e, mais tarde, o segurança da família, apesar de ter assassinado a própria esposa e ser um homem de difícil trato. Scarlett, com seu comportamento masculino, deixa a sociedade atônita, pois tá cada vez mais sedenta por dinheiro. Após algum tempo ela engravida, mas continua trabalhando. Logo depois seu pai Gerald morre em Tara. O tempo passa e ela dá a luz a uma menina. Agora, Aslhey trabalha numa das serrarias, a pedido de Scarlett, que quer sua presença perto dela, uma paixão louca. Um incidente com Scarlett, coloca os homens da família em risco, eles são membros da Klu Klus Klan. Deste incidente, entre mortos e feridos, não se salvaram todos. Scarlett é viúva mais uma vez. No mesmo dia da morte do marido, Scarlett é pedida em casamento por Rhett. Em seguida ele viaja para Inglaterra. Bom eles se casam passam a lua de mel em Nova Orleans, brigam que só. Ela constrói uma casa magnífica e recebe nela até o Yankees, para descontentamento de todos. Sua paixão por Aslhey, não fica despercebida pelo seu marido. O tempo passa e ela tem outro filho, uma menina. Ela cresce rapidamente e para garantir que sua filha acesse as famílias mais tradicionais da cidade, Rhett faz de tudo para melhorar seu conceito para tradicional sociedade de Atlanta, rompendo os laços com os Yankees. Certa feita, num dos encontros entre Scarlett e Aslhey, os dois foram pegos num abraço meio suspeito e este gesto gerou vários desentendimentos e fofocas, principalmente da parte de India, irmã de Aslhey. Mas Rhett não ficou por baixo e fez ela encarar a todos, no mesmo dia, com a ajuda de Melannie, sua fiel escudeira. Noutro dia, o casal Butler teve uma discussão e houve um acidente e ela acabou perdendo um bebê. Após se recuperar ela foi para Tara. Rhett está cada vez mais dedicado a filha e até as suas concepções políticas mudaram. Até um certo ciúme é notado na mãe. A menina é bem serelepe, teimosa e cheia de vontade, devido ao tratamento sem noção do pai. Numa de suas brincadeiras preferidas acontece um acidente. Dias difíceis, principalmente para o pai. O tempo passa e Melannie perde um bebê e também morre. (A vida do crente não é fácil). Na dor da perda de sua fiel escudeira e adversária ela percebe que na verdade nunca amou Aslhey (assim fica difícil, né?). Será que ainda dá pra recuperar o amor do único homem que ela realmente amou na vida, o safado do Rhett? Isto nunca saberemos. Há estas alturas do campeonato, ele chutou o pau da barraca e não quer mais aturar tanta humilhação de Scarlett e seu amor infelizmente se desgastou e não está mais interessado no que ela sente por ele. Meninos, é um romance que entrega muito. Sensacional. Primoroso. Todo fechadinho, sem pontas soltas. Top. Dez.