Camilo 28/06/2011
“Terra Vermelha”: um épico brasileiro
Domingos Pellegrini (Londrina, 23 de julho de 1949) é um prolífico escritor brasileiro, autor de vários contos, poesias, romances e romances juvenis. Os contos de O Homem Vermelho (1977) e o romance O Caso da Chácara Chão (2000) garantiram ao autor dois prêmios Jabuti, o mais importante prêmio literário do Brasil. Ainda assim, poucos leitores conhecem sua obra, poucos críticos as resenham e, nos cursos de Letras país afora, raros estudantes de literatura tomaram conhecimento de seu trabalho.
“Espere aí, Camilo! Você também está exagerando! Há muita coisa sobre ele na internet!”
Sim, a bem da verdade, há mesmo (embora relativamente muito menos do que há sobre a maioria dos outros ganhadores do Jabuti)! Ainda assim, ou melhor, por isso mesmo, surpreende-me que, todas as vezes que tentei discutir sua obra com alguém, a primeira coisa que ouço é: “Quem é esse?” E já ouvi isso vindo de alunos e professores de cursos de Letras, no Sudeste e no Nordeste. Se pergunto por Rubem Fonseca, Luís Fernando Veríssimo ou Lya Luft, por outro lado, mesmo que não tenham lido sua obra, ao menos já ouviram falar dela e de seus autores.
Pois bem! É justamente de um romance deste excelente escritor que tem um reconhecimento menor do que merecia que vou falar agora. Trata-se de Terra Vermelha (Geração Editorial, 2003).
Comprei o livro por acaso, um dia, após encontrar o nome do autor, enquanto fazia uma pesquisa no Google sobre autores brasileiros contemporâneos. Queria algo que ainda desconhecia e, topando com esse Terra Vermelha pela frente, resolvi pagar para ver. E o que vi valeu cada centavo. Afinal, trata-se, em minha opinião, de um dos melhores romances da literatura brasileira, não apenas contemporânea, mas de todos os tempos. Depois de terminar minha leitura, eu concordava plenamente com Wilson Martins que, acerca dele, escrevera:
O Brasil ainda não se deu conta de que temos no norte do Paraná um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, Domingos Pellegrini, autor de um idioma próprio e uma não menos própria visão do homem.
Neste livro cativante, o diálogo da trama ficional com a História (essa com H maiúsculo mesmo) se dá de maneira engenhosa, pela qual o autor cria uma relação de aparente simbiose entre o desenrolar da vida do casal protagonista, José e Tiana, e cenas notórias da vida urbana brasileira, ao longo do século XX, mas, acima de tudo, há uma clara relação entre a história da fundação e desenvolvimento da cidade de Londrina (PR) e a vida desses personagens tão apaixonantes. Apaixonante, aliás, por serem tão tridimensionais, tão profundamente construídos, que nos convencem de sua realidade que nunca foi, senão no universo diegético.
(CONTINUE LENDO A RESENHA EM:http://ontogenialiteraria.wordpress.com/2011/06/27/terra-vermelha )