Relíquias da Casa Velha

Relíquias da Casa Velha Machado de Assis
Machado de Assis




Resenhas - Relíquias de Casa Velha


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Catarine Heiter 20/01/2021

Este livro reúne nove contos escritos antes da morte da esposa de Machado de Assis, porém publicados após este evento. Apresenta também um soneto dedicado a ela (Soneto a Carolina), onde lamenta a sua passagem de forma poética. De uma maneira geral, gostei muito de todos os contos aqui reunidos; mas aponto os meus preferidos: Pai contra mãe, Maria Cora, Umas férias e Evolução. Todos carregam consigo a escrita clássica do autor, com brilhantes pitadas de ironia. Leitura rápida, contos curtos e envolventes; nem se percebe o tempo passar ao ler esta obra!

Esta leitura foi motivada pelo desafio DLL 2021, na categoria 'Livro de Contos'
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Aline 28/08/2020

Vale a leitura!
Parte dessa obra compõe-se de contos do autor e provam a maestria de Machado no gênero conto. Já a outra parte faz mais o estilo resenha literária, pois são análises subjetivas de outros livros, eu diria que é mais técnica e por isso, para mim, não se torna tão atraente.
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Priscila.Quadros 03/07/2020

Eu amei os primeiros contos, especialmente a história de Candinho, e também de Maria Cora. Mas os outros eram mais estilo resenha literária, análises subjetivas de outros livros.
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Lorena 09/04/2019

Machado está me conquistando.
Segundo obra que leio de Machado de Assis. A primeira foi Papéis Avulsos, também um livro de contos como este. E acho que acertei em cheio ao começar a ler Machado por seus contos. A linguagem de Machado é riquíssima e igualmente complexa, exige uma certa maturidade, mas uma vez que você se habitua a ela, fica difícil não tê-la como padrão para uma grande literatura. Suspeito que é só o começo de uma longa história na companhia deste grande autor que tenho cada vez mais orgulho de dizer que é brasileiro.

Menções honrosas aos contos Pai Contra Mãe (um retrato cru e objetivo da escravidão brasileira), Maria Cora, Suje-se Gordo, Umas Férias (a morte de um pai sob o ponto de vista de uma criança, li recentemente em "A Mulher na Janela" que as crianças são capazes de encarar e suportar situações difíceis de uma forma que um adulto jamais poderia, este pequeno e lindo conto só veio reforçar essa máxima) e Pílades e Orestes (não sei se estou louca, mas achei o relacionamento dos dois "amigos" bem colorido, será que Machado teve essa intenção e ousadia no século XIX?!).
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Leila de Carvalho e Gonçalves 24/07/2018

Fina Ironia
A partir de 1904, ano do falecimento de sua esposa, Machado de Assis pouco produziu, escrevendo apenas para o "Almanaque Brasileiro Garnier". Portanto, "Relíquias de Casa Velha", publicado dois anos após sua viuvez, é uma reunião de trabalhos escritos há muito tempo, com exceção de "Soneto a Carolina", inspirado em Camões. Em seus versos, ele lamenta a perda da mulher amada, sendo considerado sua melhor obra poética.

O livro foi um grande sucesso editorial, tanto que no mesmo ano do lançamento, saiu a segunda edição. Porém, a imprensa não demonstrou maior interesse, surgiram poucos comentários, apesar de auspiciosos.

Afora o soneto, o volume é composto pelos seguintes contos: "Pai Contra Mãe", "Maria Cora", "Marcha Fúnebre", "Um Capitão de Voluntários", "Suje-se Gordo", "Umas Férias", "Evolução", "Pílades e Orestes" e "Anedota do Cabriolé".

Dessa seleção, considero "Pai Contra Mãe" um dos melhores que Machado já escreveu, apresentando a Escravidão na sua forma mais brutal. No entanto, "Maria Cora", tratando de amor e infidelidade, apresenta uma história muito humana.

Enfim, essa série reflete a fina ironia do autor perdida nas últimas obras. Sua leitura é agradável e com poucas páginas, revela-se uma boa amostra do Machado poeta e contista.
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Daniel 10/12/2017

Toda grande casa tem suas relíquias
A cada nova leitura torno - me cada vez mais fã de Machado de Assis. Não apenas pela qualidade de sua escrita ou pelas temáticas presentes em sua obra, mas também pela capacidade de recriar comportamentos e situações universais, presentes em todos os lugares e todas as épocas, ingredientes essenciais de um clássico. Nesse coletânea, publicada originalmente em 1906, dois (ou dous) anos antes da morte do Bruxo, Machado revela - se tão bom contista quanto é romancista, demonstrando total domínio sobre o gênero.
Com uma escrita madura, enxuta, Machado cria narrativas complexas sobre os mais variados temas, que vão do memorialismo à crítica social, da brevidade da vida à natureza da justiça. A ironia característica de sua obra continua presente, mas de forma bem mais sutil e implícita, quase nula em certos momentos. Entre os contos marcantes dessa coletânea, destacam-se "Pai contra Mãe", uma visão ousada e chocante dos horrores da escravidão, e "Pilades e Orestes", onde se infere uma possível relação homossexual, tema extremamente inovador e polêmico para a época.
Em suma, a obra é uma espécie de resumo dos principais temas tratados anteriormente pelo autor, apresentando um Machado de Assis mais maduro e reflexivo, em contraponto ao irônico e debochado criador de Brás Cubas.
Um verdadeiro testamento literário de um dos grandes gênios da literatura brasileira.
Super recomendo!
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Carina 10/09/2013

Contos machadianos
Livro com os seguintes contos:

Pai contra mãe: História de feitor que precisa de dinheiro para poder ficar com o seu filho e dá a sorte de encontrar com uma escrava fugida... e grávida. Um clássico do Machado.
Maria Cora: É a história do falso moralismo burguês. Primeiro a protagonista não pode casar com seu pretendente porque já é casada (ainda que só em papel); depois, o renega porque não pode se aliar a quem matou o seu marido (ainda que este tenha sido um pedido dela).
Marcha fúnebre: Um senhor anseia por uma morte súbita, na qual não sinta nada. Enquanto devaneia por anos com esta morte, acaba por falecer bem demoradamente.
Um capitão de voluntários: Um senhor pacífico alista-se ao saber da traição da mulher e morre lutando. Não gostei muito.
Suje-se gordo!: História de um réu condenado por duas vezes, em uma absolvido e em outra condenado. Nada de muito atrativo também.
Umas férias: Um garoto se alegra ao sair mais cedo da escola, sem saber que está indo ao funeral de seu pai.
Evolução: Brasil precisa de estradas de ferro - uma ideia banal que se converte em plataforma política. Não gostei.
Pílades e Orestes: Amigos inseparáveis que se apaixonam pela mesma mulher. Nada de muito incrível também.
Anedota do cabriolet: Irmãos que iam se casar e que morrem de vergonha ao saber do incesto. Não gostei também.

Metade do livro são clássicos do Machado e provam sua maestria no gênero conto. Da outra metade, eu não gostei, conforme assinalei acima. Mais questão de preferência por certos tipos de narrativa do que por outras.
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José Martino Escritor 18/07/2010

Sobre Relíquias de Casa Velha de Machado de Assis
Outra alegria que Machado de Assis teve em 1906, foi ver publicado o seu livro Relíquias de Casa Velha. Editado pela Livraria Garnier, foi posto à venda no mês de fevereiro e reunia trabalhos antigos do escritor entre poesia, contos, ensaios e peças teatrais. Depois que Carolina falecera, Joaquim Maria pouco produziu e praticamente ausentou-se dos jornais, escrevendo apenas no Almanaque Brasileiro Garnier. Isto explica em parte o motivo pelo qual ele não recolhera nas Relíquias de Casa Velha textos novos, com exceção do Soneto a Carolina. Na advertência do livro, procurava explicar o título que lhe dera:

“Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças de um dia ou de outro, da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. Supõe que o dono pense em as arejar e expor para teu e meu desenfado. Nem todas serão interessantes, não raras serão aborrecidas, mas, se o dono tiver cuidado, pode extrair uma dúzia delas que mereçam sair cá fora.
Chama-lhe à minha vida uma casa, dá o nome de relíquias aos inéditos e impressos que aí vão, idéias, histórias, críticas, diálogos, e verás explicados o livro e o título. Possivelmente não terão a mesma suposta fortuna daquela dúzia de outras, nem todas valerão à pena de sair cá fora. Depende da tua impressão, leitor amigo, como dependerá de ti a absolvição da má escolha.”

O livro abre-se com o famoso poema dedicado a Carolina. De inspiração camoniana, alguém já disse que através dele Machado chorou à esposa em estilo quinhentista. Seja como for, a crítica considera este soneto como um dos mais perfeitos escrito pela pena do poeta. Mário de Alencar, em carta a Machado de Assis datada de 26 de fevereiro de 1906, exprimiu o seu encantamento pelo livro e, sobretudo, por este comovente soneto. Chega mesmo a colocar seu mestre acima de Camões:

“Gostei muito de todas as Relíquias, muito e muito, mas a página melhor é o soneto “A Carolina”. Lembra-se do que me disse uma vez a respeito de “Alma minha gentil que te partiste?” que tinha a simplicidade sublime de um recado mandado ao céu. É o que eu compreendo e sinto melhor que ao outro. Li-o, reli-o e o tenho de cor.”

O livro foi um grande sucesso de vendas, tanto que no mesmo ano de 1906, saiu uma segunda edição, praticamente idêntica à primeira. A única diferença está no colofão, junto ao índice, onde consta que a primeira edição fora impressa em outubro de 1905 e a segunda em fevereiro de 1906. Além do soneto “A Carolina”, o livro reunia os seguintes trabalhos de Machado: os contos “Pai contra mãe”, “Maria Cora”, “Marcha Fúnebre”, “Um capitão de voluntários”, “Suje-se gordo”, “Umas férias”, “Evolução”, “Pílades e Orestes”, “Anedota do cabriolé”; algumas páginas críticas e comemorativas como “Gonçalves Dias”, “Um livro”, “Eduardo Prado”, “Antônio José” e as comédias “Não consultes médico” e “Lição de botânica”.
Também este livro não recebeu muita atenção por parte da imprensa. A primeira resenha crítica apareceu a 23 e 24 de fevereiro de 1906 em A Notícia, trazendo o pseudônimo de J. dos Santos (Medeiros e Albuquerque). Dizia que o lançamento de um livro de Machado era sempre uma festa para a literatura nacional. Depois, afirmava que o livro era composto por relíquias não muito velhas, uma vez que o estilo já pertencia à fase decisiva do escritor. Resumia dois contos, que lhe pareceram superiores aos demais: “Pai contra mãe” e “Maria Cora”. Finalmente, abordava de passagem as comédias, alegando que se tratavam de fantasias engraçadas, que se prestavam mais à leitura do que à encenação.
A 14 de março daquele ano, era a vez de Leopoldo de Freitas dedicar uma crítica elogiosa a Joaquim Maria. Publicada no Diário Popular de São Paulo, o articulista dizia que o escritor reunira “lindas relíquias”, as quais não faltavam “vigor nem espirituosa beleza”. Um terceiro artigo crítico saiu na revista Os Anais, dirigida por Domingos Olímpio, que havia sido derrotado no ano anterior para ocupar a vaga de José do Patrocínio na Academia Brasileira de Letras. O trabalho, que apareceu a 15 de março de 1906, era assinado com o pseudônimo de Nunes Vidal, e encobria o nome de Nestor Vítor. A crítica, também simpática ao livro e ao escritor, começava por filiar Machado ao “humor inglês”, embora contestasse que este estivesse presente em suas últimas obras. Dizia que o livro refletia uma “leve ironia”, um dos hábitos do autor. Concordava que havia trabalhos de primeira ordem, como a “Anedota do cabriolé” e “Maria Cora”, que ele julgava um conto muito arguto e de “boa psicologia, muito humano e, no fundo, muito simpático, muito emocional”. Fecha sua crítica, citando as duas comédias, que “parecem terem sido feitas principalmente para salão e com o fim de agradar mais as moças, acabando uma e outra em casamento”.

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Do Livro MEMORIAL DO BRUXO - CONHECENDO MACHADO DE ASSIS
do escritor José Antonio Martino
Maiores informações sobre este livro aqui no Skoob
ou no blog http://machadodeassis-memorialdobruxo.blogspot.com
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