estev3s 15/01/2012
Esta HQ é o perfeito exemplo de como o tempo pode extrapolar o valor real de uma obra. Lançada nos anos 70, teve sua importância naquela geração e hoje segue sendo um livro de desenhos sensacionais e roteiro bem meia boca.
Embater Superman contra Ali seguiu o sucesso de um crossover anterior, onde o Homem de Aço enfrentou o Homem Aranha. A chamada 'Batalha do Século' fez vender muita revista. Um projeto semelhante, agora estrelado pelo lutador mais famoso da América não haveria de ter outro destino. O enaltecimento exagerado da figura de Ali e sua transformação em herói numa história que deixa a desejar expõe o claro objetivo: vender ainda mais. Esse fato é melhor explicado no posfácio, onde Jenette Kahn, editora-executiva da época, comenta que Muhammad mexeu no roteiro de Denny O'Neil até ficar satisfeito, o que talvez explique a falta de tempero da história. Mesmo assim falta justificativa para o argumento bobo que forçou o Homem do Amanhã e Muhammad Ali a lutarem. Restou então a Neal Adams fazer com que a história fosse, pelo menos, linda de se ver. Nesse ponto, talvez o único positivo da revista, não há decepção. A técnica de Adams faz de cada página uma obra de arte e, assim como num blockbuster em que o nome do ator se sobrepõe ao enredo, essa HQ não tem uma história memorável pra contar, mas consegue encher nossos olhos com os efeitos especiais.