Ed Siqueira
26/08/2015Clássico sobre a vingança em boa tradução.A história de Kohlhaas é parte vingança, parte reparação por uma série de injustiças cometidas pela nobreza do Sacro Império Romano-Germânico.
O rigor de Kohlhaas no cumprimento da lei é comparável à brutalidade com que descumpre essa lei para levar aos adversários sua revanche pelas desgraças cometidas contra sua família. Ernst Bloch compara a moral de Kohlhaas à do Quixote de Cervantes.
Sobre a tradução brasileira, feita por Marcelo Rondinelli, o texto é bom e fluido, o que pode agradar aos iniciantes na obra de Kleist.
Sobre o conteúdo, a observação é para a última sexta parte da obra, em que um recurso ao fantástico reduz o realismo da trama.
Sobre a forma, a atenção é para os parágrafos razoavelmente longos, incomuns em textos curtos, sem que, no entanto, a narrativa perca a fluidez mencionada.
É leitura recomendável para uma tarde longa ou dois dias seguidos.