O Ladrão de Crianças

O Ladrão de Crianças Brom




Resenhas - O Ladrão de Crianças


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Abby 11/09/2015

O Ladrão de Crianças
Quando me contaram que se tratava do Peter Pan, eu já quis ler. Amo sua história desde que me entendo por gente... Mas esse livro me surpreendeu! É claro que eu já sabia que a história do Peter Pan da Disney não é a verdadeira, e essa (até onde eu sei), é a mais próxima.
O livro tem uma boa narrativa. Você se apega aos personagens de uma forma até assustadora. Brom fez com que eu me sentisse dentro do livro, de verdade. Como se eu fosse um dos "meninos perdidos" e lutasse pela Terra do Nunca.
Uma coisa que você deve saber é que Peter está mais para demônio do que para anjo, mas isso não significa que ele seja realmente mal. É só questão de viver numa realidade diferente da nossa.
Demorei um pouco mais do que o habitual para terminar esse livro, porque mesmo sendo MUITO bom, ainda tinha uma parte ou outra que era lenta demais, ou chata demais, e aí você acaba demorando um pouco mais pra terminar essa parte... mas o que importa é que como um todo, a história é fascinante.
Mas o final... o final é surpreendente. Você fica tão espantado com o final da história que não consegue nem perceber quando o livro termina. E nem dá tempo de chorar! É ao mesmo tempo o melhor e o pior final de todos os tempos. Porque é diferente, inesperado. Mas ao mesmo tempo você deseja um final diferente, e mesmo pensando que quer um final diferente, não quer mudar esse. Confuso, não é? Talvez seja. Afinal esse mundo de contos de fadas onde o Peter vive só nos dá confusão.
Mas ainda é uma leitura que aconselho a todos que gostam de um livro bem surpreendente.
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Carlos Cavalcanti 16/01/2015

Então era outubro, e era mês de terror, e eu tinha terminado uma leitura recentemente, daí pensei qual combinaria mais com esse mês. Nem preciso dizer qual escolhi, além do que foi um verdadeiro desafio – meus amigos que o digam quando me viram dizendo logo no começo da leitura “poxa esse livro tem o tamanho da fonte de uma edição econômica, eu nunca vou terminar de ler” e uma semana depois estava chegando na página 150, mais ou menos. Como a sinopse já diz, o livro é sádico, fantástico, obscuro e bem, nem um pouco parecido com as histórias da Disney que estamos acostumados a ouvir.

O livro é dividido em cinco partes, cada uma focando numa parte específica da história, sem deixar de lado o que acontece com o todo. Por exemplo, na parte quatro, O Capitão, foca nos acontecimentos que são desencadeados após um erro cometido pelo Ogro e pelos Diabos – ou os “Meninos Perdidos” – a partir, essencialmente, da visão do Capitão Samuel Carver (Capitão Gancho, que não tem gancho nessa versão mais adulta).

A história inicia de uma maneira bastante realista com crianças que fogem de casa, abandonam os pais, Peter procura por crianças, sequestra as crianças, mas apenas um tipo certo de crianças. E então as coisas passam a se desenrolar com muitos corpos, sangue, magia, mistério, monstros. A Terra do Nunca ganha um novo nome, a Sininho não é mais a Sininho e o Peter, bem, não tenho muito o que falar para não acabar soltando spoiler. O enredo prende o leitor que a cada página espera saber o que vai acontecer com as crianças, com a Avalon, com o Peter e posteriormente com outros personagens que são adicionados à trama. Me peguei várias vezes indignado, apreensivo, chateado, até magoado até chegar ao final da leitura, que, bem, não chegou a ser nada do que eu esperava duas páginas antes do final. O livro, apesar de sinistro, tem uma história por vezes real e “dolorosa” até demais, as crianças que foram sequestradas que o digam, mas não importa isso, porque nas palavras de Peter é “Hora de brincar”.

site: http://bodegaliteraria.weebly.com/entao-eu-li/o-ladrao-de-criancas-gerald-brom
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Jeniffer Geraldine 08/08/2014

O ladrão de crianças Gerald Brom
Já comentei aqui sobre o poder que a literatura tem de nos possibilitar viver outras vidas, mas esse é apenas um dos poderes que essa arte possui. Um outro e que julgo também muito importante é a liberdade. Fazer e consumir literatura é um ato livre.

A partir do momento que um texto é dado como "acabado" pelo seu autor, ele começa a existir para o leitor e a partir dali, torna-se algo também do leitor. A leitura que ele fará da obra estará intrinsecamente ligada a sua subjetividade e por ser algo único abre-se, assim, um leque de possíveis releituras e isso, na minha opinião, enriquece a discussão, a literatura e a vida.

Há quem se arrisque e além de fazer uma releitura, faz de um clássico. É quase como tocar em algo sagrado, mas, como já comentei, considero algo inevitável e essencial. Um livro que venha a ser uma releitura é um novo olhar, uma nova obra e uma ode ao seu original.

Gerald Brom, ilustrador americano de revistas de RPG, graphic novels de terror e quadrinhos, escreveu O ladrão de crianças (Benvirá, 2014), uma releitura fantástica obscura do clássico Peter Pan de James Barrie. O próprio Brom comenta o que o levou a escrever o livro:

" '... Os meninos nesta ilha variam, claro, em número, conforme são mortos, e por aí vai; e quando eles vão crescendo, o que vai contra as regras, Peter se livra deles; mas naquela época havia seis, contando os gêmeos como dois'.

Peter se livra deles? Hein? O que isso significa? Peter os mata, como se cuidasse de um rebanho? Ele os manda para algum lugar? Se é assim, para onde? Ou Peter apenas os faz passar por tantos perigos que a cota está sempre em constante substituição?" - pag. 428

Brom fez a partir disso vários questionamentos sobre a personalidade do Peter Pan e, principalmente, começou a desconstruir a imagem fofa e infantil e a construir o seu Peter com doses de loucura e fantasia sombria, ou, como ele mesmo definiu, um sociopata carismático.

O Ladrão de crianças se passa nos tempos atuais e tem dois cenários principais, Nova York - onde Peter resgata/sequestra crianças que estão passando por perigo ou foram abandonadas pela família - e Avalon, uma das ilhas do Outro Mundo e que está morrendo.

"Ao pôr do sol de um dia do início de outono, por entre as folhas caindo, o ladrão de crianças espreitava das sombras as crianças brincarem. Elas escalavam a tartaruga verde gigante, desciam pelo escorregador amarelo, riam gritavam, provocavam-se e corriam atrás umas das outras sem parar. Mas o ladrão de crianças não estava interessado nesses rostos felizes, não estava tentando roubar uma criança qualquer. Tinha um interesse particular. Buscava um rosto triste, solitário... ou uma criança perdida. E quanto mais velha fosse, melhor; de preferência uma criança de treze ou catorze anos, porque crianças mais velhas são mais fortes, mais resistentes e tendem a viver mais tempo." - pag. 13

Em uma dessas procuras, Peter encontra Nick que estava passando por um momento difícil. Se envolveu com alguns traficantes no Brooklyn e quase foi morto, mas Peter apareceu para ajudá-lo. Nick era o alvo perfeito para ele, mas para levar uma criança até Avalon é necessário que ela vá de livre e espontânea vontade pois só assim eles vão conseguir passar juntos pela névoa que esconde e protege Avalon de Nova York. O convite de Peter parecia irresistível, ir para um lugar mágico e sem adultos, mas Nick era desconfiado por natureza e não aceitou de primeira, porém acabou indo sem deixar para trás os questionamentos e desconfianças.



"Nick fez uma careta. Crescer pode ser mesmo uma merda, pensou. E, sem dúvidas, coisas ruins acontecem a pessoas boas, e na maior parte das vezes o mundo não dá a mínima." - pag. 34

"Tudo tem seu preço. Tudo. Algumas coisas apenas custam mais que outras." - pag. 57


O livro é divido em cinco partes: Parte I - Peter; Parte II - A árvore do Diabo; Parte III - Os comedores de carne; Parte IV - O capitão; Parte V - Ulfger. A leitura não é cansativa, apesar das partes descritivas do ambiente e das cenas de luta, acredito que foi na medida certa para fazer com que o leitor passasse também pelas sombras que rodeavam Avalon e toda narrativa. E é possível conhecer os personagens, cenários e criaturas através das ilustrações feitas pelo próprio Brom. Os desenhos são todos com aspecto gótico e dark, sempre nas cores preto, branco e cinza. E, no início do livro, há um mapa para que o leitor situe cada lugar por onde passa a aventura de Peter e os seus Diabos.

Assim como na versão original, Peter quer brincar e fazer novos amigos. A grande diferença é que a brincadeira ficou menos lúdica e mais perigosa. Este livro não é infantil. Brom conseguiu transformar uma aventura típica da sessão da tarde em uma história cheia de sombras, bruxas, elfos, fadas, ogros, lutas sangrentas, ódio, vingança e muita obsessão e loucura. E isso foi de um fascínio sem igual.

"Sempre a contradição, pensou Tanngnost. Num momento o assassino de sangue-frio, no próximo um menino sentimental; sempre o eterno otimista, apesar de uma vida de tragédias. Claro, é seu charme. É o que atrai as crianças para ele, faz que o amem, mesmo com tantas contradições." - pag. 224


site: http://subindonotelhado.com.br/livro-o-ladrao-de-criancas-gerald-brom.html
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