Memorial de Aires

Memorial de Aires Machado de Assis




Resenhas - Memorial de Aires


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23/05/2020

Realismo seco
Com o realismo e o português irretocável de Machado, a narrativa se deixa entrever entre os detalhes banais da rotina do eu lírico; não deixa de ser um retrato vívido da vida da burguesia carioca do século XIX, como em grande parte de obra de Machado. Não é uma obra prima do autor, mas eu diria que é um bom livro para uma tarde lenta.
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rebeccavs 01/03/2020

Sócrates e Aires entre a morte
O conselheiro Aires já participou, em minha concepção, demasiadamente no romance machadiano anterior, ?Esaú e Jacó?, tornando-o, ao meu ver, monótono e chato.


A vida do conselheiro baseia-se, na respectiva obra, em sua velhice e a relação desta com o amor pós-viuvez por uma mulher intrigante.

Através de uma intertextualidade com Sócrates, este não temeu a morte quando foi julgado por 501 pessoas e perdeu, recebendo como castigo duas opções: ou sua língua era cortada e ele não ?corromperia mais a juventude? nem ofenderia os deuses ou faria a ingestão de cicuta, levando-o à morte. Sócrates escolheu a segunda opção. É realmente necessário temer a morte?


De acordo com a época em que Aires viveu (início do século XX), a expectativa de vida não era tão alta quanto a atual para o Brasil (girava em torno de 33 anos, conforme o portal Agência Brasil, enquanto que, hodiernamente, corresponde a 74 anos) e Aires subestimou sua média chegando à casa dos 60 anos e, ainda assim, não demonstrou o medo da morte.


Refletindo, juntamente com Aires, há necessidade de temer a morte? Ele já perdeu a esposa, mas e a própria vida diante disso? Ele não deixou de viver, tornando-o, em minha opinião, corajoso.


Há quem diga que era um memorial da vida de Machado de Assis após a morte de sua doce e amada Carolina. Um romance de despedida? A morte avisa quando chegará?
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João Lucas 26/02/2020

Nunca li uma história do Machado de Assis tão sentimental como essa. Além de ser sentimental, a história fala sobre as relações amorosas com seus prazeres e seus problemas. É mais uma boa história do Machado.
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Êmile Menezes 16/01/2020

Uma despedida
A história deste livro, um pouco lenta e às vezes melancólica, nem se aproxima de ser uma das melhores do célebre autor. Sem dúvidas serve para passar o tempo, é leve, a escrita é gostosa e poética como costuma ser a dele, mas sente-se falta da característica envolvente de ironia e crítica das suas obras. O livro parece refletir muito o estado de espírito de Machado de Assis quando o escreveu, já em idade avançada, adoentado e pouco tempo depois do falecimento da sua esposa, acontecimento que o abalou muito. Essa edição em especial é muito envolvente por conter uma vasta biografia muito bem escrita no fim do livro.
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Êmile Menezes 16/01/2020

Uma despedida
A história deste livro, um pouco lenta e às vezes melancólica, nem se aproxima de ser uma das melhores do célebre autor. Sem dúvidas serve para passar o tempo, é leve, a escrita é gostosa e poética como costuma ser a dele, mas sente-se falta da característica envolvente de ironia e crítica das suas obras. O livro parece refletir muito o estado de espírito de Machado de Assis quando o escreveu, já em idade avançada, adoentado e pouco tempo depois do falecimento da sua esposa, acontecimento que o abalou muito. Essa edição em especial é muito envolvente por conter uma vasta biografia muito bem escrita no fim do livro.
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Patrícia Gonçalves 02/05/2019

Saudosismo
Romance sem clímax. Num gráfico continuo, Machado retrata a sociedade da década de 1880: suas ocupações rotineiras e alienação quanto ao processo de abolição da escravidão. Obra que expressa toda a saudade do autor de bons tempos tranquilos e com passagens bonitas e românticas, eu diria. Vale a pena!
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Nic 01/03/2018

Machado de Assis, revela, em meio ao seu inacabável ceticismo, um coração cheio de desejos e saudades do que nunca chegou a conhecer.
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Valério 13/12/2017

Relato real
Em Memorial de Aires, o diplomata aposentado Aires se aproxima da família Aguiar, composta por um casal de idosos que não puderam ter filhos e por isso "adotaram" um rapaz e uma moça que, por razões diversas, mesmo tendo pais, se afeiçoaram ao casal.
Aires, aposentado e solteiro, passa a frequentar a casa e narra o desenrolar da relação familiar dos Aguiar.
O ponto alto do livro é a escrita de Machado.

A história, em si, fica devendo em relação às demais de Machado de Assis.
Embora descreva, de forma realista, o natural abandono dos mais filhos em relação aos mais velhos.
Na verdade, embora Aires se sinta penalizado pelo destino dos pais postiços, o que se afigura ao final é que ele, sim, é o grande abandonado ao seu próprio destino, já todos os personagens, exceto ele, tem seu companheiro com quem contar.
Falando da família Aguiar, notei que o grande personagem que se vê só na velhice é o próprio Aires, ele sim digno de comiseração.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 26/10/2017

Último Romance
Eis o último romance de Machado de Assis. Publicado em 1908, mesmo ano em que ele faleceu, é ao mesmo tempo o mais triste e o menos pessimista dentre todos.

Após enviuvar, quatro anos antes, o escritor manteve a mesma ironia e o gosto pelas digressões, nas amenizou seu ceticismo em prol de um tom mais nostálgico. "Memorial de Aires" revela essa mudança, inclusive, exibe aspectos autobiográficos.

Sua história retrata a vida em família da elite carioca no final do século XIX. Curiosamente, as personagens primam pela afabilidade até mesmo uma certa ingenuidade, muito diferentes da complexa dimensão psicológica do restante de sua obra. Portanto, o livro além de ser seu testamento literário e humano, também revela uma perspectiva mais romantizada da vida.

O protagonista e narrador é o Comendador Marcondes de Aires que fez sua estreia em "Esaú e Jacó". Trata-se de um diplomata recém-aposentado que decide regressar ao Brasil em 1888, pouco antes da Abolição. Inaugurando essa nova etapa, ele decide escrever um diário, trazendo à luz suas relações com as pessoas mais próximas. Desse seleto grupo destacam-se sua irmã Rita e um casal sem filhos, Dona Carmo e Seu Aguiar. Vivendo juntos há mais vinte anos, eles transferiram seu afeto para dois protegidos: Tristão, um médico que está morando em Lisboa, e Fidélia, uma jovem viúva por quem o comendador sente-se atraído, contudo, falta-lhe coragem para revelar seu sentimento.

Polido e de caráter rígido, ele assume a postura de um simples observador que procura adivinhar o íntimo das pessoas através de suposições ou informações alheias. O professor e historiador Alfredo de Bosi define sua personalidade em poucas palavras: "ouve mais do que fala e concilia o quanto pode.? Curiosamente, o leitor mais atento perceberá a identificação da personagem com o autor, por sinal, seus nomes apresentam as mesmas iniciais (M. de A.). Em síntese, Machado transfigura-se no Conselheiro Aires, a fim de revelar suas reflexões sobre o enfado e a falta de ideais na velhice.

Outra curiosidade é a identificação entre o casal Aguiar e o casal Assis, compactuando a mesma solidão, sobriedade e tristeza no final da vida. Aliás, Carmo, Rita e Fidélia, as três personagens femininas do livro, nada mais são do que a projeção de Carolina, mulher do escritor, no papel de "mãe", "irmã" e "esposa".

Apontando para a feliz união de Tristão e Fidélia, a jovem foi casada por pouco tempo com um inimigo político de seu pai, remetendo a um dos principais temas do livro, frequentemente explorado pelo autor: a fidelidade da mulher ao marido, não importa se ela é casada ou viúva.

Como sugestão de leitura, indico o trabalho de Pedro Meira Monteiro sobre a influência da ópera "Fidélio", de Beethoven, na narrativa. Diogo Pacheco de Veloso também possui uma pertinente trabalho, "Memorial de Aires e as dilacerações da escrita e do eu", voltado para a forma como a narrativa foi escrita. Porém, não deixe de ler "Machado", de Silviano Santiago, e "Memorial do Fim", de Haroldo Maranhão, cujas considerações comprovam a importância do romance na obra machadiana.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 26/10/2017

Último Romance
Eis o último romance de Machado de Assis. Publicado em 1908, mesmo ano em que ele faleceu, é ao mesmo tempo o mais triste e o menos pessimista dentre todos.

Após enviuvar, quatro anos antes, o escritor manteve a mesma ironia e o gosto pelas digressões, nas amenizou seu ceticismo em prol de um tom mais nostálgico. "Memorial de Aires" revela essa mudança, inclusive, exibe aspectos autobiográficos.

Sua história retrata a vida em família da elite carioca no final do século XIX. Curiosamente, as personagens primam pela afabilidade até mesmo uma certa ingenuidade, muito diferentes da complexa dimensão psicológica do restante de sua obra. Portanto, o livro além de ser seu testamento literário e humano, também revela uma perspectiva mais romantizada da vida.

O protagonista e narrador é o Comendador Marcondes de Aires que fez sua estreia em "Esaú e Jacó". Trata-se de um diplomata recém-aposentado que decide regressar ao Brasil em 1888, pouco antes da Abolição. Inaugurando essa nova etapa, ele decide escrever um diário, trazendo à luz suas relações com as pessoas mais próximas. Desse seleto grupo destacam-se sua irmã Rita e um casal sem filhos, Dona Carmo e Seu Aguiar. Vivendo juntos há mais vinte anos, eles transferiram seu afeto para dois protegidos: Tristão, um médico que está morando em Lisboa, e Fidélia, uma jovem viúva por quem o comendador sente-se atraído, contudo, falta-lhe coragem para revelar seu sentimento.

Polido e de caráter rígido, ele assume a postura de um simples observador que procura adivinhar o íntimo das pessoas através de suposições ou informações alheias. O professor e historiador Alfredo de Bosi define sua personalidade em poucas palavras: "ouve mais do que fala e concilia o quanto pode.? Curiosamente, o leitor mais atento perceberá a identificação da personagem com o autor, por sinal, seus nomes apresentam as mesmas iniciais (M. de A.). Em síntese, Machado transfigura-se no Conselheiro Aires, a fim de revelar suas reflexões sobre o enfado e a falta de ideais na velhice.

Outra curiosidade é a identificação entre o casal Aguiar e o casal Assis, compactuando a mesma solidão, sobriedade e tristeza no final da vida. Aliás, Carmo, Rita e Fidélia, as três personagens femininas do livro, nada mais são do que a projeção de Carolina, mulher do escritor, no papel de "mãe", "irmã" e "esposa".

Apontando para a feliz união de Tristão e Fidélia, a jovem foi casada por pouco tempo com um inimigo político de seu pai, remetendo a um dos principais temas do livro, frequentemente explorado pelo autor: a fidelidade da mulher ao marido, não importa se ela é casada ou viúva.

Como sugestão de leitura, indico o trabalho de Pedro Meira Monteiro sobre a influência da ópera "Fidélio", de Beethoven, na narrativa. Diogo Pacheco de Veloso também possui uma pertinente trabalho, "Memorial de Aires e as dilacerações da escrita e do eu", voltado para a forma como a narrativa foi escrita. Porém, não deixe de ler "Machado", de Silviano Santiago, e "Memorial do Fim", de Haroldo Maranhão, cujas considerações comprovam a importância do romance na obra machadiana.
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isa.dantas 17/05/2017

Simplesmente é uma delícia acompanhar as memórias de Aires!
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Gizalyanne 07/01/2017

Tédio
Li de teimosia pois achei muito pouco interessante
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Wagner 25/10/2016

SAUDADES DE MIM...


(... ) Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar.
Consolava-os a saudades de sí mesmos.

ASSIS, Machado de. Memorial de Aires. São Paulo: Globo, 1997. pp 154.
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