Memorial de Aires foi publicado em 1908, ano da morte de Machado de Assis e quatro anos depois da morte sua mulher,Carolina. Pode-se dizer que o fio condutor do romance prende-se a Carmo e Aguiar, imensamente felizes por uma união de 25 anos. Tal felicidade é compartilhada com amigos que povoam sua casa em frequentes reuniões. Porém o casal lamenta o fato de não poder ter filhos. Daí o apego ao afilhado Tristão(médico formado na Europa) e a jovem viúva Fidélia, ambos considerados quase filhos do casal.
Ora, Machado de Assis vivera com Carolina 35 anos, feliz e sem filhos. Em carta a Mário de Alencar, o autor revelara que o personagem Carmo representava uma homengem á falecida esposa. Há aqueles que especulam outras semelhanças entre a obra e a vida do ecritor:Carmo/Carolina; Aguiar/Assis; ou, ainda, Aires/Assis.
O certo é que Memorial de Aires pode ser lido como uma bela reflexão sobre a velhice, resultando daí um verdadeiro retrato da sociedade carioca do final do século passado.
Literatura Brasileira / Ficção / Romance