crocante 04/01/2014
Primeira experiência com John Green!
Desde o meio do ano estava louca pra comprar An Abundance of Katherines e The Fault in Our Stars, e nesse fim de ano acabei gastando todo o meu dinheiro com os presentes de Natal. Ou seja, nada de livros por enquanto. Mas isso nunca me impediu de ler haha, sempre baixo um ebook, muito mais prático, porém sem aquele prazer material de depois poder guardar na estante e sempre que olhar pensar nas sensações daquela leitura. Porque se tem algo que eu guardo dos livros, são os sentimentos e as sensações que a leitura me proporcionou, e raramente dos nomes dos personagens, o que decepciona muita gente quando me pedem uma resenha e eu nunca consigo lembrar o nome de nada. Ficam com duvida se eu realmente li ou não.
Mas de qualquer forma, não baixei nenhum desses títulos em pdf, afinal, qual seria a graça ler agora, pra depois comprar o livro e no fim já ter lido, e sabe se quando poderei reler ele, pra ter a opção de folhear as páginas e depois guardar na estante devidamente usado.
Resolvi então ler outro título de John Green, não tão comentado como os dois primeiros, mas que no fim de duas noites de leitura percebi que ainda melhor que os dois primeiros. Na verdade, não posso comparar, porque ainda não os li, mas a leitura que eu tive de Looking for Alaska é incrivelmente maravilhosa e não consigo imaginar outro livro superando ela.
O que me fez escolher esse título foi assistir uma resenha, em que a vlogueira disse que a narração era dividida em dois momentos, o Antes, e o Depois. Ambos os momentos referidos a tal acontecimento, que ela tomou cuidado pra não contar qual era, e finalizou o vídeo dizendo que o livro não a agradou muito.
E eu fiquei com uma curiosidade imensa em descobrir o que era esse acontecimento, e tinha duas opções: ver outra resenha que me contasse, ou ler o livro.
Fiquei com a segunda… Porque a ansiedade duraria mais tempo, e a sensação é deliciosa, sem contar que eu poderia formar uma opinião própria sobre a história do livro e a escrita, uma vez que é muito delicado decidir suas leituras por resenhas, afinal, nem sempre porque alguém gosta, quer dizer que você também vai amar, ou o contrário.
Comecei a leitura, e não queria parar mais.. haha… porém, não sou de ferro e dormir, comer, tomar banho, e arrumar todo o meu guarda roupas e quarto era uma promessa para o dia seguinte.
O livro é escrito em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Miles, que todo mundo que pensa em ler o livro já sabe que o garoto adora últimas frases/palavras de pessoas famosas. E a história se desenrola com a vida do garoto direcionada ao encontro de um grande talvez, que eu entendo como uma grande mudança na vida pra procurar aventuras, mas não uma aventura pra escalar uma montanha ou algo do tipo, mas uma reviravolta que fizesse a vida fazer mais sentido, porque o garoto vivia a sua rotina e só. Nada de grandes acontecimentos. E é nessa busca pelos grandes acontecimentos que ele decide que quer estudar em um internato.
O autor divide os capítulos da história através de dias.. dias antes e dias depois.. como por exemplo: cento e trinta e seis dias antes, ou quatorze dias depois, conforme a ordem dos acontecimentos. O que eu achei muito interessante, porque parei no meio do livro e pensei: nossa! Mas ele não divide em capítulos? E aí que eu entendi que esses dias são como as contagens dos capítulos. Sim, lerdeza demais não é mesmo? Às vezes o diferente demora pra ser valorizado e percebido.
Durante sua aventura no internato, Miles constrói amizades que não encontraria em outro lugar. E John Green nos mostra a personalidade de cada um, de pouco em pouco, pela visão de Miles, que é filosófico, e quando se trata de descrever as aulas na escola, um destaque incrível aparece na aula de Religiosidade. Lembrando que Religiosidade é diferente de acreditar ou não em Deus, a religiosidade tratada no livro é aquela que reflete a vida em diferentes pontos de vistas que existem em nosso contexto do dia a dia. É construtivo, e gera bastante reflexão.
O grande destaque da história é Alaska, a personagem mais complexa e interessante, na minha opinião. Ela é uma figura cheia de mistérios por qual Miles se vê preso. Junto com Alaska e Coronel, seu colega de quarto, aparecem outros amigos com qual Miles começa a fazer amizade, e a turma sempre se diverte fumando e bebendo no campus da escola, passando o lago, distante e escondido do orientador que se pega alguém fazendo algo indevido, convoca ao Júri. Uma espécie de Júri feita por alunos pra julgar o que acontece pela escola, onde o próprio orientador é o Juiz.
No desenrolar, vemos Miles em suas primeiras experiências, e eu achei simplesmente lindo como tudo acontece. O livro tem um pouco de tudo: Comédia, drama, tensão, e eu me senti como se estivesse lendo uma fanfic num ponto de vista masculino, uma das melhores histórias que já li.
E por fim, conclui que fiz uma boa escolha em ler a obra. Afinal, a motivação de descobrir o tal acontecimento que divide o Antes e o Depois deixou tudo mais emocionante, e o fato de não esperar muito do livro me trouxe muito dele. Espero que essa curiosidade de descobrir o que divide o Antes e o Depois desperte mais leitores, assim como fez comigo, só pra poder dividir a sensação.
Sempre depois de uma boa história vem aquele momento deprê, com um gostinho de quero mais, ou de “não deveria ter acabado assim”. E John Green finalizou o livro de tal modo que, quando terminei de ler, a sensação era diferente. Eu não queria mais, porque aquilo já havia sido suficiente, exatamente e perfeitamente suficiente. Cada acontecimento e reflexão. Você para pra pensar em um outro modo das coisas acontecerem e percebe que o caminho que John Green deu ao seus personagens foi o melhor que alguém poderia dar. Como se tudo o que aconteceu na história fosse se encaixando e construindo uma narrativa que não cansa, que não deixa a desejar, e quando chega ao seu fim, te da a sensação de gratificação por poder ter participado da aventura de Miles e de suas descobertas filosóficas. Fico procurando mais e mais palavras pra descrever o sentimento das ultimas páginas até o momento de “fechar o livro” mas a única que consigo pensar é: gratificante.
Agora, depois de viajar pra passar o Ano Novo, pretendo ler mais John Green… Com o livro em mãos para adicionar as estantes todas as emoções que uma leitura possa trazer… E espero não me decepcionar, apesar de não conseguir imaginar algo tão prazeroso como ler Looking for Alaska.