arlete.augusto.1 24/01/2022ÓtimoPena que em português só esteja disponível para Kindle, não sei se a tradução é boa.
O livro foi lançado em 1899, e causou grande chique e consternação pela forma direta que descreve os sentimentos femininos, numa época em que às mulheres só era permitido ser mãe e dona de casa, com maridos considerados ótimos desde que bons provedores. Uma sociedade onde as aparências eram o que importava, mesmo considerando-se a sociedade de Nova Orleans, bem mais informal do que o restante da América do Norte.
A descoberta de si mesma, de seus desejos, de sua condição como ser humano único, mesmo dentro de todas as contradições que isso desperta nela, fazem Edna mudar, a ponto de seu marido acreditar que ela precise de ajuda médica. Essa mudança começa durante as férias, em que Edna aprende a nadar e sente despertar pela primeira vez o desejo, apaixonando-se por um rapaz, Robert, que, sendo filho da dona do lugar, onde chalés são alugados, entretém aos hóspedes com sua disposição, generosidade e criatividade para propor jogos e passeios.
Não quero dar spoiler, por isso para aqui.
O importante no romance é a sinceridade e honestidade com que é escrito, sem apelação sentimental ou sensual, sem vitimização da personagem central. Edna não é uma heroína, nem vilã, tem consciência de seus atos, apesar de sua impulsividade, e das implicações dos mesmos.
Mesmo sendo um assunto até banal na sociedade moderna, vale a pena a leitura.