A Dama Dourada: Retrato de Adele Bloch-Bauer

A Dama Dourada: Retrato de Adele Bloch-Bauer Anne-Marie O'Connor




Resenhas - A Dama Dourada: Retrato de Adele Bloch-Bauer


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Nivia.Oliveira 20/05/2021

Quando comecei a ler esse livro pensei que se tratava de um romance sobre o pintor austríaco Gustave Klimt que pintou o Retrato de Adele Bloch-Bauer, mas ele vai além.
Anne O´Connor fez um documentário que inclui diversas personalidades famosas como Stefan Zueig, Freud, Alma Shindler, Marc Twain, Kokoschka, Strauss, Heidy Lamarr, Egon Shilie, Bruno Schulz e tantos outros que nos aguça para outras biografias.
Já li vários livros sobre o antissemitismo (a aversão aos judeus), mas esse mosaico me mostrou um outro lado: um país que acolheu os nazistas, permitiu o Anschluss (anexação da Áustria à Alemanha) e depois perdeu tudo, inclusive a dignidade. E uma dessas perdas foram as diversas obras de arte denominadas “degeneradas” que foram roubadas, queimadas ou vendidas mundo a fora.
Para contar a história da Dama Dourada, a Monalisa da Áustria, é preciso contar também a história das mulheres vienenses: presas à sociedade burguesa hipócrita, aquelas que perderam ou nem tinham a própria identidade e se transformaram em espólio de guerra. Ora, se Klimt se inspirara em Teodora, a Rainha Bizantina de Ravena, nós também podemos tê-la como modelo na conquista da liberdade até como uma forma de “combater a amnésia histórica, provável combustível da repetição” como bem disse Hubertus Czernin.
Meu enorme agradecimento à Patrícia de Camargo, grande professora de História da Arte do @art365 que destrinchou essa obra e complementou a leitura com obras de arte, imagens históricas e indicações de livros.




site: https://www.instagram.com/niviadeoliver/?hl=pt-br
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Christiane 24/07/2021

Viena, final do século XIX, um momento extremamente rico quando Freud criava a psicanálise, Wittengestein e seu pensamento, as artes com seus pintores e músicos, mas que condenava as mulheres que desejassem ir para a Universidade ou votar. Adele Bloch-Bauer casada com Ferdinand Bloch-Bauer irá ignorar estas convenções e posar para Gustav Klimt que era considerado um sedutor, dizia-se que tinha casos com todas suas modelos.

Com a Segunda Guerra Mundial e a ascensão do nazismo a família de Adele, que era judia, terá que fugir, ir para o exílio, e para isto muitas vezes eram forçados a vender suas obras de arte ou doá-las para pagar a taxa para sair do país. Tudo que ficou para trás foi roubado pelos nazistas ou até mesmo por aqueles que eram antissemitas e colaboracionistas e ficaram no país. Adele já havia falecido, aos 44 anos de uma meningite, antes da guerra, e havia deixado em testamento ao seu marido seu desejo de que as telas fossem doadas ao Belvedere em Viena, um museu de arte. Com sua morte as telas passaram ao marido que com a guerra teve que fugir e perdeu tudo.

O livro nos relata a história de Adele e sua família, a guerra, e o pós-guerra. Maria Altmann filha da irmã de Adele é uma das herdeiras, e irá lutar para recuperar as telas no pós-guerra levando 50 anos para conseguir. Assim que a guerra terminou tudo que foi roubado não foi devolvido e isto foi criando processos de restituição aos seus legítimos donos, uma vez que eles foram forçados a vender ou a doar.

Normalmente numa guerra estes roubos são considerados butim de guerra, mas a questão do nazismo e do extermínio dos judeus, por terem sido forçados a fugir e entregar seus bens, pela apropriação inclusive dos imóveis por pessoas que não eram soldados, o que ocorreu em quase todos os locais onde haviam judeus que foram deportados ou fugiram, os sobreviventes iniciaram processos para recuperar pelo menos uma parte de seus bens. A Áustria se posicionava como vítima do nazismo, porém a situação real não era bem esta, eles festejaram quando foram anexados à Alemanha e receberam com aplausos os nazistas que acreditavam lhes devolveriam o esplendor de antes da Primeira Guerra. O país se negou a devolver as obras alegando que pertenciam a cultura local, e que no caso do quadro de Adele ele fora doado por ela ao museu.

A questão era, Adele o doaria se tivesse vivido o suficiente para ver o que aconteceu? o que houve com sua família? Legalmente o quadro pertencia ao seu marido, e este não o doou. O quadro foi considerado arte degenerada, porém ele exercia um fascínio tão grande que lhe foi roubado a identidade também, passando a ser identificado como A dama dourada, e não mais como um retrato de Adele, que era judia.

Um livro interessante, que além da história da família Bloch-Bauer, de um retrato da segunda guerra na Áustria, no fala principalmente do saque das obras de arte efetuada pelos nazistas para atender ao desejo de Hitler de ter um museu do führer e à ganância de outros.

Uma pequena ressalva, há momentos no livro que se divaga um pouco, trazendo informações muito superficiais sobre Freud, por exemplo, que seriam dispensáveis, uma vez que não fazem muita conexão ao assunto e ficam como que perdidas no relato. É como uma demonstração excessiva de cultura que é desnecessária dentro do relato que por si só já é rico o suficiente e interessante.
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Gezinha 23/04/2022

Doloroso e grandioso
A autora construiu de forma magnífica um compilado de fatos e pesquisas sobre esse tenebroso período de perseguição aos judeus. Aqui, os judeus austríacos, que sustentavam a riqueza e as artes, e como sempre, levantam inveja, cobiça e ódio de almas que não são capazes de tamanha grandeza...
Uma obra excepcional!
Com vários fatos e curiosidades sobre os artistas, e importantes nomes da história, que faziam parte do círculo dos Bloch Bauer.
Para completar a leitura, assisti ao filme baseado nessa obra,que foi centrado na luta da sobrinha de Adele, por reaver juridicamente o quadro de sua tia. Recomendadíssimos!
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iamnoman 17/02/2021

A dama sobrevivente
Arte, história, política, cultura. A Dama Dourada faz seu papel em retratar o caminho desta tela desde seus primeiros passos; conta sua trajetória, seu significado, sua importância, atravessando acontecimentos e figuras marcadas pela História.

É certamente um livro riquíssimo em conteúdo, recheado também com questionamentos e acusações sobre como a arte foi prejudicada e usada durante a segunda guerra mundial. Mas, acima de tudo, um livro sobre a importância da mesma, como ela sobrevive, se mantém e se fortalece mesmo diante de tantos crimes e tragédias.
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Biblioteca Álvaro Guerra 14/12/2018

No centro deste livro, construído como uma narrativa
histórica-jornalistica-documental, iluminam-se a criação
e o destino de uma obra de arte, que figura, que figura entre
as mais belas realizadas na Viena dos decênios finais do séculos
XIX e primeiros anos do século XX.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788503012041
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Vic 06/05/2022

Um dos melhores livros do ano, até agora
É um livro rico em detalhes e contexto histórico. Do início da vida de Klimt até os anos 2000 com a batalha judicial pelo retrato de Adele, tem muita história.

É incrível ver como os caminhos de personalidades célebres do século passado se cruzam. Freud, Klimt, os Rothchild, Schonberg, Strauss e tantos outros compõem essa história tão interessante quanto real.
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