Livinha 15/02/2024
É arrogante criticar um clássico? Espero que não seja ??
Daniel Defoe disserta, em um livro de não-ficção, sobre a peste bulbônica que assolou Londres no ano de 1665. A primeira questão é: quando ocorreu a peste, Daniel era uma criança e, ao final da obra, ele assina com HF (Henry Foy). Henry escrevera em seu diário sobre a peste e Daniel encontrou. Então não sabemos se o autor realmente é Daniel Defoe ou ele apenas inseriu o diário de seu tio em um livro. Outro ponto é que o livro é muito confuso. Uma hora ele fala sobre a peste estar diminuindo e, na outra página, volta para quando a peste açoitou Londres - assim, você se perde com a falta de uma cronologia. Outro ponto negativo fora a gramática. Não sou formada em Letras, mas qualquer pessoa que tenha um bom conhecimento gramatical vai achar as frases mal escritas (as vezes, o autor usa ponto quando deveria usar uma vírgula e muitas orações são enormes e sem pontuação).
Mas ok, agora que já teci minhas críticas, devo dizer que é um livro ok. Ele realmente disserta sobre a peste e traz alguns índices chocantes, como na semana em que 20 mil pessoas morreram e nas 291 mulheres mortas em 9 semanas, decorrentes de abortos pós infecção. Outro ponto interessante é que as pessoas, a princípio, não acreditavam no ?poder? da doença (bem parecido com a pandemia de COVID). No final, ele basicamente diz que a peste não cessou por conta dos medicamentos ou médicos/cirurgiões, mas sim por Deus ? (é bastante problematico você escrever um livro do ponto de vista científico e finalizar dizendo que não acredita na ciência, mas em um Deus que ?quis tirar o castigo? da população. Mas essa questão eu tento relevar, porque é um livro que tem mais de 150 anos. Achei um livro ok, mas sinceramente não recomendaria.