arislover 25/07/2022
você ainda tem a mim.
sinceramente eu não tenho palavras, fiquei surpresa desse livro ter poucas resenhas aqui no aplicativo porque se o mundo todo lesse ele então o mundo todo se identificaria com a liz, pelo menos ao meu ver.
por que as pessoas cometem suicídio? quais são os limites ultrapassados? ou o que separa os depressivos dos suicidas? por que as pessoas fazem coisas ruins? quais os limites entre o bem e mal? quem perdoa os imperdoáveis?
a liz pode parecer uma garota malvada, mesquinha e manipuladora, e ela realmente é tudo isso. ela diz em uma parte do livro que coisas ruins acontecem com pessoas boas e eu não consigo parar de pensar, o que pessoas boas fazem com as coisas ruins que acontecem com elas? como as lidam com isso? elas continuam sendo boas ou viram pessoas ruins? o que separa uma pessoa boa de uma pessoa ruim? quem decide quem é quem? como lidar com coisas ruins sem deixar isso influenciar negativamente sobre quem sou? quanto tempo leva para deixar de uma pessoa ruim? quantos perdões são necessários para virar uma pessoa boa?
em algum ponto da minha vida eu já fui todos os personagens dessa história, eu já fui a júlia e sua coragem de ser diferente, já fui o liam e a sua bondade, já fui a kennie e sua passividade, já fui a mônica e sua ausência, e principalmente, já fui a liz e seu medo; primeiro, medo de ser uma telespectadora, ver coisas ruins acontecendo e não impedir e segundo, medo de ser pra sempre definida por coisas más.
ela fala diversas vezes sobre como vai morrer e então a física e o dever de casa serão inúteis, eu penso muito nisso, penso e se eu simplesmente morrer, o que eu faço com tudo aquilo que eu demorei tanto para alcançar? o que vira as minhas notas altas ou minhas faltas no colégio? o que acontece com as coisas que amei, com as coisas que eu odiei ou com meus segredos? eu não consigo entender a ideia de que as pessoas acabam ou o que acontece com elas quando se vão mas consigo entender que elas sempre vão continuar existindo não só dentro de mim mas em cada coisa que nós lembra ela, talvez algum dia alguém veja uma cor, um animal, um cheiro, uma música ou até mesmo alguma fórmula chata de física e então pense em você porque nos somos assim, pessoas marcam pessoas e pessoas precisam de pessoas.
a liz deu uma semana para algo bom acontecer na sua vida mas nada aconteceu, ninguém fez nada porque, na minha opinião, não tinha como notar. eu não acho que temos que esperar até encontrar alguém que amamos em seu limite para falarmos o quanto amamos eles ou o quão importante eles são, com certeza não temos como solucionar todos os problemas de alguém com uma frase positiva ou um gesto mas, com certeza, temos como melhorar o dia dessa pessoa.
nos somos aquilo que fazemos para o outro.
talvez não temos poder para mudar o mundo mas, com certeza, temos o poder para mudar alguém.
nossos atos, mesmos os mais infimos, afetam algo, talvez nos mesmos ou talvez outro ser.
e isso é o que eu acho sobre quando tudo faz sentido.