Meridiano de Sangue

Meridiano de Sangue Cormac McCarthy




Resenhas - Meridiano de Sangue


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Leli 15/07/2022

faroeste sem romantização
pra mim, por diversas vezes, foi difícil ler, não só pela temática violenta, mas também pelo como em que é narrada a história. por diversas vezes, precisei recorrer a internet para desvendar expressões, lugares e pessoas.

ainda assim, a leitura e impressionante e explica bem como se deu a ocupação americana, talvez tão violenta como a nossa.

o livro é uma grande obra prima. recomendo aos que se interessam pela história norte-Americana.
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Lucas 12/07/2022

Surrealismo sanguinário: Por mais lindo que um cenário seja, a barbárie está à espreita
O escritor norte-americano Cormac McCarthy (1933-), numa conclusão atabalhoada e direta, redefiniu em Meridiano de Sangue (1985), sua obra-prima, os limites do realismo que um livro dessa vertente deve respeitar. Na verdade, como um leigo literário, eu diria que a obra é tão realista, ou melhor, escrita de uma forma tão real, que ultrapassa esse conceito "antirromântico": Meridiano de Sangue é surreal, sob qualquer ponto de vista a qual ele possa ser analisado.

Dessa conclusão, não é somente o caráter surreal que se sobressai, mas também a existência de inúmeros pontos de vista ou camadas que o livro apresenta. Meridiano de Sangue, pela forma com que foi estruturado, oferece uma miríade de perspectivas: há a histórica, que trata dos vários conflitos envolvendo norte-americanos, mexicanos, etnias indígenas e imigrantes nos atuais norte do México e sudoeste dos Estados Unidos na metade do século XIX; a filosófica, que trata de temas como livro-arbítrio, divindades, a (ine) existência de um poder absoluto que rege tudo e sabe de tudo e todos; a crueza e secura causada pela desolação desértica; a violência como uma figura onipresente, muito mais do que um simples reflexo da irracionalidade; e a narrativa/literária, que junta tudo isso através de um estilo sem precedentes.

Ficcionalmente falando, Meridiano de Sangue descreve a história do "kid", um garoto de origem não totalmente definível que, se não é o protagonista da narrativa, é o elemento responsável pelo direcionamento dos enfoques as quais McCarthy utiliza para desenvolver as perspectivas supracitadas. Praticamente um andarilho, os poucos traços da sua personalidade são claramente talhados pela violência e para a violência. É através dela que o kid, depois de um breve encontro no primeiro capítulo, se fixa como um integrante do bando de John Joel Glanton, núcleo principal do livro e que abriga o grosso (literalmente) dos personagens da obra.

Glanton, segundo algumas fontes, foi um personagem que realmente existiu, um homem que chegou a ser reconhecido pelo seu papel na "limpeza étnica" ocorrida no oeste e sul dos Estados Unidos em suas primeiras décadas como nação independente. O Glanton de McCarthy é concebido nesta mesma lógica: seu bando era formado por mercenários contratados por autoridades para exterminarem os nativos daquelas paragens, o que incluía não apenas índios em suas diversas etnias, mas também mexicanos, ainda lutando por espaços territoriais na fronteira com os norte-americanos e as quais tinham o azar de encontrarem-se com o grupo de mercenários em suas andanças.

Além do kid e de Glanton, o bando tinha vários outros indivíduos mencionados frequentemente, como o ex-padre Tobin, que é aquele a qual mais se aproxima de desenvolver uma amizade com o kid, o incerto Toadvine, o corrupto David Brown, o "Jackson Negro" e o "Jackson Branco", entre outros, muitos deles com os nomes mencionados uma ou duas vezes e sem maiores descrições pessoais. Mas nenhum desses integrantes é tão impactante e eternamente lembrado como o juiz Holden, homem corpulento e "sem nenhum pelo no corpo, nem mesmo cílios".

Engana-se o futuro leitor se a alcunha de "juiz" dada a este personagem o dignifica como um homem justo ou letrado: as linhas de McCarthy aos poucos vão explicando o sentido por trás desse rótulo, que faz do juiz, já que o seu nome próprio aparece poucas vezes, como o maior e mais inesquecível personagem de Meridiano de Sangue. Atuando inicialmente como uma espécie de "conselheiro" de Glanton, sua onipotência jamais encanta: ela assusta, convida à reflexão e personifica de forma racional toda a realidade árida e violenta na qual o bando desenvolvia seus "trabalhos". As suas teorias, a maior parte delas cruéis e desumanas, baseiam-se no ponto de vista de um lado da história: para ele, o mundo é dos fortes, só eles estão destinados a sobreviver e a pisar nos vencidos. Do alto da sua inteligência e eloquência, ele não parece interessar-se em formas de equalizar este quadro. Esse tipo de ideal, com raízes lógicas semelhantes àquilo que hoje se conhece como "meritocracia" não se importa com misticismo ou divindades (em pelo menos dois momentos da narrativa Holden deixa isso bem claro). Um de seus mantras ("Tudo que na criação existe sem meu conhecimento existe sem meu consentimento") traduz o que este personagem pensava acerca destes temas mais abstratos.

Mas diante disso o que faz do juiz esse personagem tão único? Afinal de contas, não apenas em suas teorias controversas, mas também certos comportamentos erráticos podem defini-lo como uma entidade satânica (há interpretações literárias que defendem isso). A resposta desta pergunta passa mais pela construção narrativa fabulosa de McCarthy em torno dele. Desde a primeira, espetacular e breve aparição de Holden no livro, logo nas primeiras páginas, uma certa aura transpassa nas entrelinhas. O juiz é aquele personagem que o leitor discordará, condenará, contestará e odiará, mas jamais deixará de ouvi-lo/lê-lo. Ele é algo ou alguém inevitável, capaz de, antes de despertar a repugnância, fazer o leitor refletir e, infelizmente, concordar com, pelo menos, parte de seus apontamentos.

Se for deixada de lado a discussão sobre seus valores morais discutíveis, o juiz é o personagem que mais bem aglutina o talento de construção narrativa de Cormac McCarthy, a qual é a característica mais forte para os que veem Meridiano de Sangue como o grande livro da literatura universal desde Cem Anos de Solidão (1967). Seu modus operandi é recorrente: maravilhosas descrições de locais (o deserto à noite ganhou uma concepção especial para mim graças a McCarthy), alguns diálogos diretos e outros memoráveis (McCarthy não usa aspas, dois pontos ou travessões), pouca utilização de vírgulas (o que reforça a impressão de ação e movimento), traços poéticos pintando quadros irreversíveis (como a morte)... É tudo lindamente descrito, quando subitamente as páginas começam a verter sangue: de repente, alguém tem a cabeça esmagada e/ou seus miolos pintam de vermelho a parede atrás de si; alguém é decapitado sem mais nem menos; ou o bando está caminhando num cenário lindo quando tropeça em carcaças humanas e/ou animais semidestruídas por abutres. O caos surge do belo, trazendo não asco ou repugnância ao leitor, mas uma perplexidade que poucas outras obras conseguem criar. É simplesmente inacreditável a lucidez com que McCarthy monta tudo isso, sem tornar cômicas estas passagens sangrentas (como o cineasta Quentin Tarantino faria) e sem as dramatizar em excesso, mantendo o tom narrativo desprovido de emoção. Eu diria que a escrita de McCarthy (traduzida para o português na edição da Editora Alfaguara em 2021 por Cássio de Arantes Leite) em Meridiano de Sangue é como a vida: ela tem momentos bons, ruins e belos, mas atrás de um arbusto ou de um balcão de mercearia a morte, seja ela simples ou brutal, pode aparecer. O autor conseguiu, com isso, tornar literária a aleatoriedade da vida, da qual todos nós compartilhamos.

Não somente nessa beleza e caos da narrativa que se percebe o talento de McCarthy: partindo da premissa simples inicial, do kid se juntando ao bando para "colherem" escalpos de índios (as quais eram levados às autoridades para comprovarem o trabalho de "limpeza"), o autor mexe sem nenhum pudor numa linha narrativa relativamente previsível. Aos poucos, os efeitos da violência desmedida e da aridez do deserto impactam nas motivações do bando de Glanton e também conduzem a um desfecho inimaginável e apocalíptico, pelo menos para mim. Apesar disso, acredito que, pessoalmente falando, o desfecho me foi erudito em excesso. As reflexões finais que são apresentadas são interessantes, mas elas conduzem a uma cena de fechamento que eu não consegui digerir plenamente. Não é uma questão de discordar do final ou tampouco não gostar dele, ou esperar algo maravilhoso depois de quase três centenas e meia de páginas de massacres e afins, mas acredito que faltou alguma coisa... Não sei o quê e provavelmente nunca vou conseguir saber.

Deixando a erudição de lado, o leitor leigo pode ficar com as conclusões mais óbvias. Meridiano de Sangue demonstra que a barbárie é o ponto de partida para o progresso: todas as nações desenvolvidas do globo possuem em seu âmago histórico muitos massacres e sangue derramado, notadamente de índios e "selvagens". E em nome desse desenvolvimento, o ser humano dito evoluído é capaz de cometer as maiores atrocidades imagináveis, desconstruindo quaisquer muros que separam eles dos animais propriamente ditos. Até por tratar desta "necessidade civilizatória", Meridiano de Sangue lembra um pouco o nosso Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha (1866-1909). As diferenças, obviamente, são incontáveis, principalmente de estilo, mas esta sede por amplificar a qualquer custo a civilização são forças motrizes de ambas as obras.

Estas e outras conclusões mais lúdicas e filosóficas são apresentadas através de uma escrita maravilhosa e despreocupada com padrões ou estômagos alheios. A obra-prima de Cormac McCarthy é um clássico absoluto, que vai enobrecer a contemporaneidade literária daqui a várias décadas, trazendo encanto, reflexão e aversão, muitas vezes numa mesma página.
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Rodrigo.Macedo 24/06/2022

O sorriso mais atormentador
Faroeste e violento: as únicas informações que tinha a respeito do romance antes de lê-lo. Contudo, o livro é muito mais profundo que isso. Não é a toa que é considerado por muitos críticos como sendo, além de um clássico moderno, o livro americano mais impactante dos últimos 50 anos. Homens foras da lei que ganham dinheiro a troco de escalpos e que cometem as piores barbáries que se possa imaginar, é só a pontinha do iceberg do livro. O que eu lamento mais é de não ter discernimento suficiente para compreender todos os diálogos e reflexões propostos na história. Mesmo assim, é um livro que não se encerra em suas páginas e que vai ficar martelando em minha mente por muito tempo.
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Paulo.Jose 03/06/2022

Meridiano de dificuldade!
Esse, certamente, foi o livro mais difícil que li na vida. Li "O Som e a Fúria" e o achei mais objetivo, mais inteligível, mais perscrutável. O que faz desse livro um dos melhores da história? Holocausto? Genocídio? Esperava algo mais objetivo, mais palpável. O ponto positivo é linguagem, a prosa do autor. Nossa. Houve conexão em poucos momentos, os diálogos são meio bagunçados, os personagens não me despertaram empatia... enfim, preciso reler. Se eu viver 100 anos.
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LaAs183 30/04/2022

"A lei moral é uma invenção da humanidade para destituir de seus direitos os fortes em favor dos fracos."
Tive muita dificuldade de imersão na história, muitas vezes me senti perdida devido a densidade e pelo estilo de escrita do autor. Mas consigo compreender mesmo assim a grandiosidade e relevância desse livro e a quantidade de camadas que ele possuí. Um verdadeiro estudo da crueldade/brutalidade humana, retratado de forma explícita e visceral.
Ana Paula Hoffmann 31/05/2022minha estante
????




Luiz Roberto Silva 20/03/2022

“A lei moral é uma invenção da humanidade..."
Brutal. Um dos romances mais violentos já escritos. É uma história de horror sobre a maldade que emerge do homem quando ele não se impõe qualquer sanção moral quando livre entre outros homens dispostos ao mesmo e em um ambiente selvagem. “Vaqueros” perdidos na desolação de suas próprias vidas, entregues à maldade de seus próprios corações.
Por mais contraditório possa parecer, para mim, se o leitor não se sentir constrangido pela violência, o autor não conseguiu alcançar seu real objetivo (não que McCarthy pareça se importar com que o pensam de seus textos). Existe uma satisfação na dor infligida ao fraco e em poucos momentos, pouquíssimos, os fortes realmente se confrontam e lutam de igual para igual. Aqui a violência serve a um propósito, como em Onde Os Fracos Não Tem Vez, a estilização da violência é cadenciada (oferecida) de uma forma que o leitor se sinta instigado a desejar por mais violência e então se encontre, a si mesmo, na escuridão detrás de algum cacto, sob o Sol fervente e caçado por coiotes e veja a si mesmo como uma vítima de seu próprio desejo. O prazer da leitura desse livro nos cobre da vergonha de sermos os animais que somos. É a carne da caça que se come escondido e que sangrenta nos expõe como os monstros incivilizados que somos (ou talvez possamos nos tornar) e nos ajusta na posição de caçador e não caça.
A história é baseada em My Confession, a autobiografia do comandante da Guerra Civil Samuel Chamberlain, que fez parte de um grupo de mercenários norte-americanos contratados pelo governo mexicano para massacrar nativos.
Meridiano de Sangue é a história do “Juiz”. Mais de 2,10 metros de altura, sem pelos, albino, descrito como tendo um rosto infantil e assaz inteligente. O que ele é? O diabo? Um homem de carne e osso que perdeu qualquer empatia pelo humano? A única certeza é que ele é irremissível e inevitável. É uma lasca da cruz de maldade que a humanidade arrasta.
Scorpion 20/03/2022minha estante
Fiquei curioso!!


Mari Pereira 22/03/2022minha estante
Esse livro é INCRÍVEL!




Fernabo0 26/02/2022

Tenho que reler
Meridiano de sangue é complicado, assustadoramente compacto e ridiculamente bem escrito. Mesmo que eu tenha adorado o livro, tenho certeza absoluta que perdi muita coisa e que tenho que reler, de inglês, de preferência.
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Ferreira.Souza 19/02/2022

Meridiano de sangue - a loucura humana
Um livro que não vai ser apreciado por todos , bem escrito , momentos memoráveis, não diz que lado está errado ou se existe algo errado na loucura humana
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Luciano.Pierre 19/01/2022

Boa história do Velho Oeste Americano
A prosa é elegante, rebuscada e bastante poética. É tudo muito lindo, mas esse estilo fica um pouco cansativo em algumas passagens e diminui a clareza do que está sendo narrado. No mais, um ótimo western, com toques de algo que pode, dependendo da interpretação, ser sobrenatural.
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Vivi Csordas 18/01/2022

A beleza da violência

"Meninos pequenos corriam entre os cascos e os vitoriosos em seus trapos ensanguentados sorriam sob a imundície e o pó e o sangue encrostado conforme carregavam em estacas as cabeças dessecadas do inimigo em meio àquela fantasia de música e flores."

Esta foi a minha primeira experiência com o autor, e achei incrível. Eu amo o gênero western, e com certeza lerei mais livros do McCarthy.

De forma poética e visceral, Cormac nos mostra em seu cenário e em seus habitantes uma realidade nua e crua. Me senti em muitos momentos em um ambiente onírico, cruel, porém belo.

Minha experiência foi achar tudo lindo, mesmo lendo tantas brutalidades e me sentindo revoltada. Ao mesmo tempo que sentia angústia, não queria parar de ler. Muitas vezes eu me pegava segurando o ar de tanta imersão e tensão.

Agora sobre as partes baixas. Nunca tive que procurar tantas palavras no dicionário como fiz com esse livro, o que não é algo ruim, porém às vezes tirava um pouco do meu foco. Senti um pouco de peso no meio do livro, uma leitura mais arrastada, o que me distraiu um pouco da leitura e me fez parar algumas vezes.

Se você pretende ler Meridiano de Sangue, aconselho a ir sem expectativas de uma grande história, mas sabendo que é um livro recheado de ambientação e descrições magníficas. Não espere uma leitura ávida. O destino aqui nao é o mais importante, mas sim a jornada. Então vai com calma, mas vai.
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Andre.S 14/01/2022

Extremamente violento, este livro ambientado no velho Oeste americano é lento arrastado e cansativo de ler. O excesso de violência e a crueza da narrativa são perturbadores. Difícil.
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Marcelo.Castro 09/01/2022

Selvageria poética
O nome do livro e o histórico do autor não deixam dúvidas do que iremos encontrar na obra. Contudo, e aqui se diferenciando um pouco do que podemos ver em Onde os velhos não têm vez, a brutalidade e selvageria encontram um forte (e equivalente) contraponto nas descrições poéticas dos ambientes que cercam os homens da história e seus atos de brutalidade. A natureza (também brutal) a todo tempo brinda os homens com paisagens e momentos de lirismo e beleza incomensuráveis, sempre deixando claro a pequenez de seus atos, que em pouco tempo serão apagados pela areia e o vento que não cessam nunca. Muito bom livro. E aqui, apenas a título de nota pessoal, legal ter encontrado um personagem (absolutamente terciário na obra) com meu nome.
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SamuellVilarr 20/12/2021

Meridiano de Sangue, Cormac Mccarty.
Este livro apresenta a história de uma travessia paisagisticamente deserta, seca e extremamente trivial de uma jornada ao mesmo tempo brutal, sanguinolenta e realista. O autor apresenta-nos um universo em que os personagens se emaranham na solidez e na dureza dos acontecimentos e do lugar em que vivem. Todo traço de inquietude, de perseguição, de fúria, de brutalidade, de representação das corrupções alheias, das misérias humanas e de sua condição baixa e sofredora, também com reflexões profundas a respeito de sua conduta, estabelecendo discussões que vão desde pejorativas baseadas em características circunstanciais do comportamento do homem ante a certas questões relacionadas ao enredo da narrativa, todas expostas sob um véu de matanças, desavenças e aventuras ao mesmo tempo sanguinolentas e fascinantemente contadas, que tangem a crueza e extrai questões da condição humana em diversos hemisférios em uma só narrativa permeada por muitos personagens que representam este universo criado pelo autor, tudo isto e muito mais encontra-se comprimido, ou melhor, ampliado neste livro. Recomendo firmemente, a escrita e a trama estruturada pelo autor revela a imensidão de sua produção e a profundidade equivalente a sua obra.
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