Satolep

Satolep Vitor Ramil




Resenhas - Satolep


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Tainá Bernard 29/08/2016

Vitor Ramil gosta de pintar imagens em nossas cabeças. Faz isso com suas músicas, fez isso neste livro. Sempre com um tom de melancolia, dá pra sentir o mesmo frio que a personagem principal sente e se incomodar com a umidade excessiva de Satolep.
Um livro embalado pelo ritmo da milonga, onde o autor aproveita para definir e redefinir o que ele chama de "A Estética do Frio", que se estende por toda sua criação artística. Recomendo que assistam o documentário "Nas entrelinhas do horizonte", também projeto do autor.
A estrutura da história contada em Satolep também é um ponto positivo, pois possui um ritmo diferente, um entrelaçar entre o que está sendo contado e o que está por vir sensacional.
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helen pinho 25/01/2016

Opinião
Um livro que foi me ganhando, com uma narrativa que entra num crescente muito interessante e do meu ponto de vista surpreendente. É um livro que funciona para todos, mas para mim que morei anos em Pelotas torna-se mais especial, o relato fotográfico e textual é muito significativo.
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GCV 14/03/2011

Pedantismo puro
Mesmo que não seja nova, a proposta não deixa de ser interessante: depois de anos fora de sua cidade, um fotógrafo retorna a ela e começa a vivenciá-la pautado pela sua memória e impressões atuais. Paralelamente a essa redescoberta, ele se vê em uma intrigante correlação entre suas fotografias e textos que as descrevem com perfeição, sendo estes realizados sem qualquer contato com sua obra.

Esse resumo serve para apontar que, no fundo, a proposta de 'Satolep' não é ruim. Mas a sua execução é uma falha clamorosa do início ao fim, devido a doses cavalares de preconceito literário e pedantismo.

Desde a primeira página, o autor nos brinda com aforismos, elipses e virtuoses frasais como a se colocar, em um passe de mágica, no regime da linguagem poética. Contudo, embora seja nítida a sua vontade de colocar 'explosões expressivas', com as personagens despejando suas impressões puras e poéticas, o que se vê na verdade é um amontoado de frases de efeito artificialmente colocadas para garantir a literariedade da obra. O problema é justamente essa inversão: frases enigmáticas, elipses, metáforas, metonímias e outros recursos deveriam ser, no máximo, uma consequência, e não a causa da literatura. "Vejam como escrevo de modo obscuro e poético, já que sou literatura", é como a obra parece se colocar diante de nós.

Em virtude desse amontoado hermético, o resultado final é uma obra extremamente pedante, pouco sincera consigo mesma, e bem ininteligível. Eu consigo até suportar um livro que tem uma proposta coisa mas esbarra nas próprias limitações; mas uma desonestidade intelectual tão deliberada é difícil de aguentar.
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