fernandaugusta 22/07/2021Muito comoventeO ano é 1912 e Elspeth Dunn é uma jovem poetisa que nunca saiu da Ilha de Skye, Terras Altas Escocesas, onde vive. Casada com Iain, mora perto de seus irmãos e pais e escreve sobre a peculiar vida de ilhoa.
David Graham é um estudante americano de espírito audacioso, que está sempre aprontando alguma. Em uma internação hospitalar, começou a ler a poesia de Elspeth, e, apreciando muito a leitura, resolveu escrever uma carta para sua mais nova escritora favorita.
Elspeth nunca tinha recebido uma carta de um fã, e os dois começam então uma amizade ativa via correspondência. David a chama carinhosamente de Sue. A troca de intimidades e a afinidade entre os dois faz com que se apaixonem, enquanto começa a Primeira Guerra Mundial. Com o marido e o irmão no front, praticamente sem notícias, Elspeth vive um dilema: o que fazer com este amor? Já David está determinado a encontrá-la pessoalmente, também alistando-se como motorista de ambulâncias voluntário e indo para a França. Conseguirá David convencer Elspeth a vê-lo?
O ano é 1940 e estamos em Edimburgo. Em uma alternância de capítulos, conhecemos a filha de Elspeth, Margaret. A Segunda Guerra Mundial está cobrando seu preço, e uma bomba destrói a parede da casa onde mãe e filha vivem, revelando todas as cartas de David para Sue, que Margaret não compreende. Sua mãe, visivelmente abalada, a manda para um abrigo antiaéreo, e quando Margaret sai, descobre que ela sumiu.
Quem escreveu as cartas? Quem é Sue? Margaret nunca teve contato com a família da mãe e não sabe quem é seu pai. Ela começa uma investigação para descobrir o paradeiro de Elspeth, mas sente que vai descobrir muito mais sobre si mesma.
Este livro é bem diferente... Ele é todo contado através das cartas que os personagens trocam entre si, alternando entre a correspondência de Espeth (1912 em diante) e Margaret (1940) até que o quebra-cabeça se complete no final. É uma história muito emocionante, com reviravoltas bem interessantes e muitos dilemas e escolhas difíceis.
Imaginem como era você só poder saber da pessoa amada através de cartas que demoravam ou então nunca chegavam? Temos aqui uma história destes atrasos, desencontros e desenganos. E temos uma história de amor pungente, agridoce e espinhosa, que mudou toda a trajetória de uma família, com um desfecho muito bonito (ainda bem!), apesar de todo o sofrimento.
Eu gostei muito, achei muito envolvente, em vários pontos refleti muito sobre o que faria no lugar de Elspeth. Obviamente, tem que estar com os lencinhos por perto em vários momentos, pois quem gosta de uma sofrência literária não vai se decepcionar. Uma grata surpresa, recomendo a leitura.